Mesa de Bar

Lugar pra se falar sobre tudo e sobre o nada.

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Nome:
Local: Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil

Sóbria, a maior parte do tempo. Na mesa de um bar me torno mais corajosa, mais sensível, mais emotiva, mais generosa. No bar e com umas cervejas a mais, as dúvidas se dissipam, as certezas afloram, as tristezas caem fora e a alegria reina. Sim, na mesa de um bar eu sou uma pessoa melhor do que fora dela.

quinta-feira, janeiro 31, 2008

O tempora, o mores

O tempo passa, a vida muda, a gente muda. Quase sempre para pior.

Tinha eu meus 16 anos quando assisti aquele filme "N0ve Semanas e Meia de Am0r". Achei sensualíssim0! Principalmente a cena em que os dois estão na cozinha, na frente da geladeira, se lambuzando com mel, chocolate, morangos e quetais. Muito sécsi...

Cerca de outros 16 anos se passaram e eu, já dona-de-casa-mãe-de-família-que-trabalha-fora, passava as noites em claro, embalando um bebê que não queria dormir. Certa madrugada, resolvo ligar a tv na sessão corujão e estava passando justamente esse filme, justamente nessa cena.
Meu único pensamento: "quem é que vai lavar o chão dessa cozinha no dia seguinte?"

terça-feira, janeiro 29, 2008

Meme

A linguagem evolui mais rapidamente do que Dawkins supunha e seu conceito foi naturalmente distorcido e passou a ter um significado novo. Que seja. Meme agora é uma corrente de internet em que se faz um monte de perguntas e elas são passadas adiante até um monte de gente responder. O último que recebi:

Onde vc estava e o que estava fazendo há 35 anos atrás?

No berço, em Moçambique. Mamando, dormindo e chorando.

30 anos?

Numa fazenda de cana-de-açúcar, no norte de Minas. Brincando com terra, com bichos, fazendo bagunça, andando solta pelas ruas de terra batida, sendo muito feliz.

25 anos?

Em BH, morando em apartamento. Descobri nessa época que nada me dava mais prazer do que a leitura.

20 anos?

Em BH, em plena adolescência. Descobrindo outros prazeres quase tão interessantes quanto a literatura.

15 anos?

Na UFMG, BH, no meio do curso de graduação em Ciências Biológicas. Percebi, maravilhada, que tinha acertado na mosca e que era isso o que queria fazer pelo resto da vida.

10 anos?

Último ano do mestrado, estava me preparando para defender a dissertação.

5 anos?

Grávida da segunda filha e no último ano do doutorado. Estava vomitando e enlouquecendo.

1 ano?

Tentando ainda refazer a minha vida após a separação. Trabalhando, blogando, cuidando das crianças. Ou seja, o mesmo que atualmente.

domingo, janeiro 27, 2008

Devo explicações

Mesa de bar é lugar dedicado à alegria e confraternização, embora haja espaço para desabafos melancólicos e destilaria de neuroses. Nunca quis que este buteco se tornasse fonte de sofrimento e ansiedade para ninguém. Nem para mim, claro.

É ruim curtir fossa e depressão na mesa de um bar. Portanto, achei melhor dar férias coletivas ao pessoal da cozinha e desligar o freezer. Por uns tempos. Para reformas. Para balanço. Para renovar o cardápio e testar novas receitas.

Mas a verdade é que estar aqui me faz muito bem, me faz muito feliz. E não se passa um dia sem que eu pense em algo legal para ser assunto de mesa de bar. E como já desisti de um bocado de coisas na vida, fiquei muito triste ao desistir do blog, principalmente considerando que existem tantos outros motivos maiores para a tristeza e que daqui vêm bons motivos de alegria.
Enfim, desisti de desistir. O carinho de vocês teve muito a ver com isso.
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A Frida Monix levantou essa bola: o quê você faria se soubesse que o mundo vai acabar na próxima terça-feira, quando aquele asteróide passa por aqui tirando casquinha?

Primeiro, eu ia grudar nas minhas filhas e fazê-las muito felizes nesse período.
Também passaria um bom tempo ao telefone. Ia tentar ligar para todas as pessoas da minha vida: família, parentes próximos e distantes, amigas e amigos velhos e novos, colegas antigos e atuais, amores que se realizaram, que se extinguiram, que ficaram por acontecer, vizinhos queridos de todos os endereços, gente que sumiu, que está sempre aí, que some-e-volta.
E diria a todos, gaguejando e entre lágrimas, o quanto os amei.

E o vexame na quarta, se o mundo não acabasse?

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Cansei

Viver é muito perigoso.
E cansativo. E dolorido. E perturbador.

Numa cidade onde novos bares abrem e fecham as portas em cada esquina, com uma frequência quase mensal, este buteco até que durou demais.

Bye.

Meia-noite

Quinta-feira, meia-noite, vou desligar o computador. Estava trabalhando até agora.
A sensação é de que estou tentando salvar o futuro da humanidade sozinha, enquanto vocês todos se divertem. Blé.
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Eu não sou uma pessoa ruim, assim de modo geral.
Nunca quis fazer mal a ninguém, juro. A crueldade me repugna.
Mas quando eu tento ser realmente boa, no sentido moral da palavra, só consigo espalhar o horror.
Eu estou num mundo errado onde os sorrisos são mal-interpretados, as entrelinhas só são lidas quando é conveniente, os bons-entendedores se fazem de surdos.
E eu tenho que escolher entre ser uma vaca ou ser uma anta. Ou ambas.

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Escovando os dentes

Por causa da mini-cirurgia de hoje à tarde, tem uns movimentos do braço que não consigo fazer. Por exemplo, escovar os dentes. O jeito é segurar firme a escova e sacudir forte a cabeça.

Caras, eu mesma levei susto com a louca no espelho do banheiro.

Em mim

Estou sentindo uma nova vida se agitar dentro de mim. Um pequeno novo ser faz parte de meu corpo, se alimenta da minha carne e do meu calor. É impossível não sentir grande curiosidade por ele: quem será? como será? quando virá à luz do dia? O seu crescimento vai se tornando evidente, da mesma maneira que crescem também emoções, às vezes contraditórias, a seu respeito e...

Peraí moçada! Não é nada disso que vocês estão pensando. Não estou grávida.
É só um berne.
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Na verdade, eram 3 bernes e tive que ir a 3 médicos para conseguirem me tirar os bichinhos. A primeira dotôra nem sabia o que era um berne, mandou passar pomadinha, achando que era só uma picada de mosquito inflamada. O segundo me espremeu, apertou, beliscou, machucou e no fim da sessão de tortura só conseguiu tirar um deles. A terceira, cirurgiã, cavou, escavou, cavucou e abriu verdadeiras crateras e túneis na minha pele. Tirou os bichos mas me deixou em pior estado do que com eles. Doeu horrores.

Fiquei passada ao ver que, com todos os avanços da medicina apregoados pelo Fantástic* e Gl*bo Repórter, ainda não se descobriu um jeito eficiente e indolor de extrair um simples berne!
Na próxima vou num veterinário.

terça-feira, janeiro 22, 2008

Auto-estima

Auto-estima materna pelo nível do chão:

na hora do almoço
- Sabe que eu até gosto dessa sua comida ruim, mãe?

na hora do banho
- Mamãe, o seu bumbum tá ficando tãããão grande.

no computador, trabalhando
- Mãe, pára de pensar em coisas importantes que você fica feia.

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Vida e dor

É, dói sim.
Mas vale a pena e tem suas compensações como disseram a Simone e o GH of Xaos.

Só que, às vezes, a gente esquece, né K?

Quando dói, a gente esquece o quanto pode valer a pena.
Quando vale a pena, a gente esquece o quanto pode doer.


Mãe, Fefê, se preocupem não. O tempo é amigo. De todos.

sábado, janeiro 19, 2008

Viver dói.

sexta-feira, janeiro 18, 2008

Trivial Variado

Skip, o brinquedo assassino

- Ai, mãe! Acho que perdi o controle.
- Ai, filha! Acho que perdi o dedo mindinho.

Sem contar que a vizinha de baixo deve estar querendo me matar numa emboscada.
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Amigos de longa data vão criando intimidade e tomando liberdade para falar coisas que seriam inadmissíveis em qualquer outra circunstância. Como o colega, ao ouvir falar de regime e dieta:
- Você não emagreça nem engorde. Tá perfeita assim! No ponto pro abate!
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Eu devorei, sofregamente, a Juventude do Coetzee.
Agora ando saboreando, lentamente, a Infância do Gorki.

E o resto da vida dele me aguarda ali, ao alcance da mão.
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A pequenina, agora de manhã:
- Mãe, o que acontece se eu entrar na máquina de lavar roupa?

Céus, preciso contratar não uma babá, mas um salva-vidas para esta casa.
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Hoje é um dia feliz!
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Um casinho engraçado para vocês também sorrirem.

No estacionamento do ICB há 4 vagas exclusivas para deficientes físicos, sendo que o único deficiente em todo o instituto já defendeu tese há anos e sumiu.
Pois um colega meu, chegando em cima da hora para uma prova, não encontrou vaga em lugar nenhum e deixou o carro ali. Nem bem tinha trancado a porta e veio uma professora, com ar muito ofendido, tirar satisfações:
- Essas vagas são exclusivas! Você por acaso é deficiente físico?

Ele, sabendo que estava errado, mas com pressa e irritado por ser afrontado daquele jeito:
- Sou deficiente sim! Tenho o pinto muito grande. Quer ver?

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Campanha e Pânico

Continuação da Campanha “Namore uma Mãe Solteira”

As grandes vantagens de se namorar uma mãe solteira já foram enumeradas aqui e em outros blogs, no entanto existem regras básicas de conduta que devem ser conhecidas e seguidas por todos os pretês. Se você é o feliz candidato a uma vaga no coração de uma mulher que já é mãe pode se dar bem se seguir algumas dessas dicas, principalmente se você ainda não tem filhos e está pouco acostumado a lidar com crianças.

- tenha muita paciência. Com as crianças e com a mãe.
- você nunca vai ter prioridade na vida de uma mãe, exceto, talvez, da sua.
- a sua amada não tem a mesma disponibilidade de tempo que uma mulher sem filhos. Lembre-se: tudo tem que ser combinado com antecedência. Ela tem que se virar e confirmar com a babá, ou com a avó, ou com quem leva e busca os pequenos e quem dá o remédio e mais um trilhão de coisas que você nem faz idéia.
- acostume-se com o fato de ter programas cancelados em cima da hora ou interrompidos no meio. Criança tem febre nos piores momentos.
- é normal e esperado que os filhotes fiquem com ciúmes e ressentidos por ter que dividir a atenção da mãe com você. Não espere que sejam muito efusivos nos primeiros encontros. Leve isso numa boa, tenha senso de humor e compreensão.
- nada de beijinhos, abraços e amassos na frente das crianças. Segure a onda. Tal como se estivesse na frente dos pais dela.
- a mãe, sendo pessoa sensata e escolada, vai te poupar de programas de curumim, roubada-style. Mas conviver com os filhos dela pega super-bem e conta pontos a favor. Tipo, um almoço de vez em quando num restaurante children friendly, ou um lanche, todos juntos, num fim de tarde.
- nunca, jamais, sob hipótese alguma, desautorize a mãe na frente das crianças. Ela tem bons motivos para dizer “não” quando o faz. Então não tente ganhar a simpatia dos pequenos oferecendo escondido o chocolate que a mãe proibiu. É ela, não você, quem vai enfrentar o horror de uma noite ao lado de uma criancinha com vômitos e diarréia.
- se você não é o pai, relaxe. Não precisa ficar preocupado em educar, criar, dar exemplos e outras chatices. Seja amigo das crianças. Aproveite para se divertir, brincar e aprender ao lado desses serezinhos incríveis que, por coincidência, vieram do ventre da mulher que você deseja.

E sejam felizes!

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Momento Pânico do dia

As meninas já são grandinhas e estão mais do que avisadas que não devem mexer em tomadas ou aparelhos elétricos. Nunca aconteceram acidentes com choques em casa e eu nem me preocupava muito com isso mais. Até hoje. Porque crianças são imprevisíveis (que novidade!) e não se pode confiar, nem por um segundo, em que elas não farão algo escabroso.

Laura e Bibi brincando no chão, eu no computador, de costas para elas. Ouço estalos, um gritinho e, quando me viro, tem faíscas prateadas saindo da tomada em que o computador está ligado e a Bibizinha em pânico tentando se afastar dali. O pulo que eu dei, se tivesse sido registrado, batia qualquer recorde olímpico. Empurrei a menina pro meio da sala, arranquei o fio da tomada, fui ver se ela estava bem. Graças a Deus estava. Não levou choque, não se queimou. Mas aprendeu uma grande lição: não se enfia uma colher de metal entre uma tomada e um plugue. A colherzinha ficou completamente preta e com a ponta derretida, assim como o plugue do notebook e a tomada na parede, mas felizmente foi só isso.

Isso e o susto. Depois de acalmá-la e me acalmar, chamei-a pra tomar um copo d`água na cozinha e ela, fazendo beicinho: “espera só o meu joelhinho parar de tremer”. Eu ainda fiquei com taquicardia por uns dez minutos.

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Sonho de mineiro


Valeu, Fefê!

*rkut e nicotina

As opções que o *rkut oferece para preencher o formulário do Perfil são muito limitadas.
Por exemplo,
na visão política, tinha que ter: Esquerda Festiva,
na orientação sexual, tinha que ter “pansexu@l”,
em humor, faltam, pelo menos, as opções chato e pé-no-saco.
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A colega resolveu parar de fumar. Resolução de ano-novo, vai que eu tô te vendo.
Ela me conta que, do reveillon pra cá, cada vez que tem vontade de acender um cigarro ela se atraca com o marido para uma sessão de sex0 selvagem ou, na impossibilidade de, começa a tomar um café atrás do outro.
Agora está ali, trêmula e agitada pelos corredores por causa do excesso de cafeína. E diz que o marido perdeu 2 kg em duas semanas, mas anda com os olhinhos brilhando que dá gosto.

sábado, janeiro 12, 2008

Filmes do começo do fim de semana

A Coragem de Amar - Não é o melhor do diretor Lelouch, mas não chega a ser ruim.
Do que se trata? Bem, aquela velha história boy meets girl, eles gostam um do outro, depois ela deixa de gostar, depois ele gosta de outra que gosta dele de verdade, depois ela volta a gostar dele, mas aí ele já não gosta mais; enquanto isso a irmã dela também gosta de quem não gosta dela, mas que vai aprender a gostar quando deixar de gostar de quem não gosta dele. E pra dar tempero nessa mistura requentada eles estão fazendo um filme em que os atores representam a si mesmos. Metalinguagem. É tendência, né? Então ainda vamos ter uns bons pares de filmes assim até inventarem outra coisa.

A Vida Secreta das Palavras, de Isabel Coixet - It’s so beautiful, but also boring. Trata do velho mito de que o amor redime tudo, cura qualquer trauma, resolve todas as paradas. Se vc já tem idade para não acreditar em papai noel vai achar meio bobo, embora o filme tenha momentos bastante intensos. E que título é esse? Nada a ver com nada. Quer dizer, deve ter a ver com o fato de que ele tava cego e ela surda, mas eu precisaria de psicofilosofar um pouco mais e beber umas cervejas para achar a conexão.

Há mais tempo, no filme O Poeta da Vila, tive uma das grandes surpresas da minha vida ao ver a Aracy de Almeida sendo retratada como uma moça bonita e bem-humorada. É que eu achava que ela já tinha nascido velha, feia e antipática, tal qual todos a conhecemos naquele terrível show de calouros do Sílvi* Sant*s. Lembrei de procurar uma foto dela quando jovem, e realmente, se não chegava a ser uma beldade, era de fato um rosto agradável.
O tempo pode ser cruel.

sexta-feira, janeiro 11, 2008

A pessoa jurídica que me ama

O carinho e atenção que muita falta nos fazem, sonegados que são pelos nossos entes mais queridos, podem ser facilmente compensados pela consideração que nos devotam os estabelecimentos comerciais.

Sim, sim, se as pessoas físicas nos desapontam, as pessoas jurídicas estão aqui para nos amar.

Os bancos, por exemplo. Quanta generosidade! Oferecem-me, gratuitamente (não vá eu pensar que têm interesses escusos), cartões todos os meses. Pré-aprovam meu crédito! E, prevendo que alguma dificuldade possa ser empecilho à minha realização pessoal, já se dispõem a me emprestar dinheiro. O que eu nem chego a pedir chorando, eles, pressurosos, fazem sorrindo!

E as lojas, ah, as lojas! Estão mais presentes na minha vida que muitos amigos e familiares. Não se esquecem do meu aniversário, mandam sempre cartinhas de parabéns; tal como nas festas de fim-de-ano! E dão notícias, mandam lembranças, contam as novidades, através dos seus catálogos da nova estação ou dos anúncios de “sales*”.

E as empresas de telefone celular, hein? Chego a ficar com os olhos marejados... Nunca me senti tão querida e desejada... Todas, eu disse TODAS, as companhias me disputam, me querem, me desejam, anseiam por mim, sonham comigo. Recebo muitos telefonemas, nas horas mais inusitadas, em que seus representantes educadamente me assediam e seduzem com mil propostas, vantagens, descontos, pontos, planos e programas. Ò céus, quantos pretendentes!

Isto posto, a mim, que não sou nenhuma ingrata, só resta ir gastar tudo o que tenho, torrar os tubos de dinheiro, em retribuição a tanta gentileza e delicadeza e tantas demonstrações de afeto e consideração.

*Loja bacana não faz mais liquidação, né? Só sale. Liquidação é coisa de lojinha uó que não tem mailing de clientes.

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Diretoria

Reunião dos diretores da BH-Trans, onde se discutem novas estratégias visando infernizar ainda mais o trânsito da capital das alterosas:

- Senhores, instalar quebra-molas gigantes ao redor da pça Raul Soares foi uma idéia genial! Todos os carros vão ter que diminuir inutilmente a velocidade, aumentando ainda mais o tempo dos congestionamentos. Pergunto-me, como seremos capazes de nos superar desta vez?
- Senhor presidente, sugiro tornar todas as grandes avenidas uma cópia da António Carlos.
-Como assim?
- Ora, as duas faixas centrais de cada mão serão de uso exclusivo dos ônibus. Como o nosso transporte público é deficitário em veículos estas duas faixas passarão a maior parte do tempo vazias, enquanto os carros particulares se espremem nas faixas restantes. Isso vai enlouquecer os motoristas, huohuohuo (risada macabra).
- Apoiado! Vamos fazer isso na Silva Lobo, na Catalão, na Raja Gabáglia!
- Bravo!!!!
- Senhor presidente, podemos também instalar mais semáforos.
- Mas todos os cruzamentos já têm semáforos.
- Exato, mas quase não há semáforos no meio dos quarteirões, onde eles não são necessários. Exceto na Cristiano Machado. Vamos colocar semáforos longe dos cruzamentos e das travessias de pedestres. Assim todos os carros vão ter que ficar parados, à espera de nada, vão passar mais tempo na rua, em vez de chegar logo ao seu destino, vão tornar tudo mais lento, mais difícil, mais complicado.
- Boa! E podemos continuar nossa heróica missão de mudar as mãos e contramãos das ruas dos bairros, alterando o caminho que normalmente as pessoas fazem e deixando todos confusos.
- Essa não, as pessoas logo se acostumam com as novas rotas.
- Mas basta mudar o sentido das ruas com frequência ainda maior. Em vez de anualmente, mudam-se as mãos e contramãos semestralmente.
- Muito bem!!! Bravo!!!
- E devemos persistir na nossa política de afunilar cada vez mais as ruas ao invés de alargá-las. Já provou ser um sucesso há mais de 10 anos. Todas as esquinas devem ter suas calçadas expandidas de modo que só passe um carro de cada vez.
- E vamos reduzir pela metade o tempo de estacionamento nas áreas de faixa azul. Claro, aumentando proporcionalmente o preço do talão.
- Brilhante!!!

Nesse momento, entre risos, hurras e aplausos, o presidente encerra a produtiva reunião. Quando saem da sala, todos os participantes guardam cuidadosamente seus tridentes e disfarçam o melhor possível os chifres, os cascos e as longas caudas com pontas de flecha.

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Ainda tenho comigo aquela foto nas dunas em que, de braços abertos na praia, eu tomava, em amor e alegria, o mar, o mundo e ele.

Mania de guardar lixo, credo.
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Queria que aquele post tivesse sido escrito pra mim.
Por pura vaidade, egoísmo, carência. Nenhum sentimento nobre envolvido.

terça-feira, janeiro 08, 2008

Ouvido de passagem

- Nossa, o professor X falava mais do que pobre na chuva.
- Mais do que lavadeira que perdeu o sabão.
- Mais do que p*ta em delegacia.

-Ué, p*ta em delegacia fala muito?
- Sei lá, nunca fui presa. Ops, quer dizer, nunca fui p*ta.

segunda-feira, janeiro 07, 2008

Manhã de hoje

Eu tive um sonho ruim e acordei chorando.
Achava que a fase dos pesadelos já tinha acabado, mas parece que sobraram resquícios dos tormentos. Enquanto ao redor tudo parece já reconstruído, há algo essencial, interno, que não se recompõe nunca. E esse algo, que não sei nomear, dói.
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No hiper-centro de BH, resolveram reformar a pça Raul Soares. O trânsito ali, que nunca foi bom, está pior que péssimo. Congestionamento às sete e meia da manhã. O meu humor matinal, que já não estava grande coisa, escorreu pela sarjeta e caiu no primeiro bueiro da av Bias Fortes.

As férias acabaram, ò céus...
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Recebi no celular um torpedo com mensagem de amor. Número errado, claro. Ainda que o recado fizesse muito sentido.
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Então eu começo o dia assim, já com um nó na garganta. E aí, me vem o Rubão e faz um comentário daqueles no post abaixo.
E eu venho abaixo, fico emocionada, começo a chorar, disfarço pra não dar vexame, tento não fungar alto e todo aquele horror de mulherzinha delicodoce em dias de tpm, que eu acho o fim mas não tenho como evitar.
Amigo, isso não se faz. Você vai arruinar a minha reputação de durona e mandona, que tanto esforço me custa para manter. Obrigada, querido!

domingo, janeiro 06, 2008

Mais livros, filmes e uma piada

Filmes

Meu Nome Não É Johnny - Engraçadinho mas ordinário. Assim, um filme bem classe média, bem convencional, bem rede globo.

O Amor nos Tempos do Cólera - Odiei, detestei. Descaracterizaram os personagens principais de um dos livros que eu mais amei até hoje. A duplinha central de atores foi pessimamente escolhida na minha opinião. E que história é essa das atrizes atuais não permitirem serem envelhecidas para interpretar mulheres de idade avançada? A Fermina Daza, aos 71 anos, parecia uma mulher de 45 com peruca branca! Porque não contratam atrizes realmente idosas para esses papéis?

Livros

Diário de uma Amante Virtual, de Dawn Porter - Pra jogar no lixo. Literatura de supermercado.

Os 10 Pecados de Paulo Coelho, de Eloésio Paulo - hehehe, eu sou tão boazinha, nunca falo mal de ninguém, mas acho delicioso ver alguém que não gosto sendo malhado.
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Conhecem a piada do matador paraguaio? Eu ri dessa bobagem uns três dias seguidos...

O matador paraguaio bate na porta da sua próxima vítima:

- Yo soy el matador paraguayo. Yo vim para matar-te.
- Ooh, para o quê?
- Paraguayo!

sábado, janeiro 05, 2008

Não-resoluções de Ano Novo

Esse negócio de fazer resoluções de Ano-Novo é procurar sarna para se coçar e frustração para se analisar.
Resolvi fazer não-resoluções:

- Não vou fazer exercícios regularmente. Uma caminhada de leve nos fins de semana e olhe lá.
- Anna Karenina vai ter que esperar, tenho outras prioridades de leitura.
- Não vou me obrigar a ler mais ou ir mais ao cinema. O ritmo atual de um livro e um filme por semana me satisfaz.
- Não vou mais fazer chapinha, nem escova progressiva, nem nada. A cabeleira que fique como quiser.
- Não vou fazer plástica na barriga. As estrias e flacidez que a maternidade me trouxe são como as cicatrizes de guerra dos heróis: lembranças das quais me orgulho.
- Não vou trabalhar mais do que já trabalho. Nem menos.
- Não vou tentar melhorar meu relacionamento com quem quer que seja. Eu me dou bem com quem eu gosto e não me dou bem com quem não gosto e é assim que deve ser.
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Quando as pessoas normais (eu, i.e.) estão de mau-humor, elas reclamam, resmungam e enchem a paciência de meio mundo. Quando alguém brilhante está de mau-humor escreve pérolas como esta:

"Assistir à TV em tempos de passagem de ano é um exercício de estoicismo. Vá que seja. Lá estão, como não bastasse o enfaro de ceias homéricas, toneladas de matérias com os melhores augúrios para o ano entrante, a inevitável reportagem com o primeiro bebê do ano, matérias patéticas sobre o que se gostaria de ouvir de notícia boa em 2008, matérias sobre as lições que se extraem do ano que passou. E dá-lhe videntes, babalorixás, mães-de-santo, astrólogos de alta linhagem e - pasmem - até cientistas - a fazer longas exposições sobre o quão alvissareiro é o novo ano, pelo simples fato de que sucede o anterior. Dá-lhe retrospectivas, mostrando o lado sinistro do ano velho, perpassado por tragédias anunciadas, acontecimentos malsãos, tudo para referendar que 2008, não cabe dúvida, é, definitivamente, o ano. Nada mais justo, tendo a natureza sido tão cruel com os homens no passado tão próximo e já imemorial de 2007.

Conclusão: todo fim de ano, a TV é um grande livro de auto-ajuda audio-visual. Nesse caso, o texto dos repórteres e jornalistas parece psicografado a partir de vibrações emanadas pelo Roberto Carlos, depois de uma baita ressaca de água benta e óstia."

Ele, claro.
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Tenho um novo animalzinho de estimação. É um legítimo Tunga penetrans que eu trouxe da roça. Um bicho-de-pé.
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Os críticos de cinema dizem que um filme pode ser considerado bom se ele cumpre aquilo a que se propõe. Ou seja, uma comédia é boa se faz rir; um drama é bom se emociona, e por aí vai.

Eu fico aqui pensando no último filme do David Lynch (Império dos Sonhos) e não consigo imaginar qual é a proposta. Se a intenção era chatear a platéia com uma história confusa, sem pé nem cabeça e sem conclusão, então o filme é ótimo!
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Em se falando de leitura:

Terminei 2007 com chave de ouro, lendo O Óbvio Ululante do Nelson Rodrigues. Eu só conhecia a dramaturgia dele e não gostava. Já as crônicas são sensacionais!
Mas comecei 2008 meio mal, lendo A Inocência do Padre Brown de G.K. Chesterton e O Poeta e o Personagem de Juarez Fonseca. Chatinhos, os dois.

quinta-feira, janeiro 03, 2008

O fim de ano foi tudo!

Tomara que as festas de fim de ano de vocês tenham sido tão boas quanto as minhas!
Eu fiquei dez dias sem dirigir carro, sem falar no celular, sem ligar a internet. Não só sobrevivi, como achei muito relaxante.
Presentes são ótimos, peru recheado é ótimo, família reunida é ótimo, champanhe argentino também não é ruim.
Mas o melhor de tudo é assistir esta farra:


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- Mãe, eu quero andar de peladinho*.
- Planta também é bicho?
- Eu sou mais velha do que o ano novo?

* pedalinho
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Laura perdeu o medo de cavalos! Fez três trilhas a cavalo, uns 8 km cada uma, montando sozinha. Bibi foi comigo na sela, também sem medo nenhum. Fiquei tão orgulhosa!



Os sinais da velhice são inconfundíveis: já não animo mais a entrar naquela água geladíssima das cachoeiras. Meus ossos doem. Só mesmo os jovens, com seu termostato desregulado, são capazes de suportar a água das nascentes a mais de 1000 metros de altitude.


E pro ano nascer feliz, todo mundo de branco, sorrindo até as orelhas!
O gatíssimo ao meu lado é o meu little brother, Francisco, 22 aninhos.
Lindo, não? Puxou a irmã mais velha, hahaha!