Mesa de Bar

Lugar pra se falar sobre tudo e sobre o nada.

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Local: Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil

Sóbria, a maior parte do tempo. Na mesa de um bar me torno mais corajosa, mais sensível, mais emotiva, mais generosa. No bar e com umas cervejas a mais, as dúvidas se dissipam, as certezas afloram, as tristezas caem fora e a alegria reina. Sim, na mesa de um bar eu sou uma pessoa melhor do que fora dela.

sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Feminismo e falecimento

Gosto da frase: “não sei o que é feminismo, mas as pessoas me chamam de feminista sempre que expresso sentimentos que me diferenciam de um capacho ou de uma pr0stituta”. Não lembro o nome da autora.

Que palavras nossa sociedade usaria para descrever uma mulher que colocasse em seu carro um adesivo com os dizeres: “Desculpem rapazes, mas só namoro milionários”?
Poota, pist0leira, piragna são algumas que me ocorrem, pra ficar só na letra P já que existe uma infinidade de outras com significado similar.

O interessante é que não existem palavras pejorativas semelhantes nem em quantidade equivalente para designar o homem que adesiva seu carro com isso: “Sorry girls, I only date models.” Sim meninas, eu vi! Um carro cujo preço deve bater nos 6 dígitos e dirigido por um ser com no máximo 6 neurônios.

Modelo eu fosse, a ele eu diria: “Sorry guy, I only date men, not worms.”
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Mal ponho os pés no laboratório e já me atiram com a pergunta:
"Sabe quem morreu?"
Fico logo com medo, o coração pula e se aperta. Me dão o nome de uma conhecida, com quem eu nem tinha muito contato, mas que era uma pessoa bem bacana. Fiquei triste e aborrecida. Imagina, uma menina de 28 anos, recém-casada, acabou de entrar no doutorado, acabou de passar num concurso importante, cheia de planos, bonita, inteligente, dedicada. Tem tanta, mas tanta, gente ruim no mundo e logo ela vai pegar hepatite e morrer? Que droga.

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Ameaça



Será que a noiva viu?
Será que vai haver casamento?
Uia, eu me coço pra saber desses bafões.

Ouvido de passagem

No trabalho:

Colega 1:
-Minha vida está um caos, um caos!
Colega 2:
-Mas por que?
Colega 1:
-Lá em casa acabou o adoçante e o Nescau está quase no fim!
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Em casa:

- Mãe, você é mesmo uma terrestre?

Bad day at office

O dia mal começou e já estou sentindo que não vai ser melhor do que ontem.

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Á toa

Todo mundo sabe onde fica a Nova Zelândia. Mas, alguém sabe onde fica a Zelândia?
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Eu queria ter um Grilo Falante que me acompanhasse o tempo todo. Mas provavelmente já teria levado uma chinelada ou uma dedetizada.
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Laurinha quase ganhou de mim jogando Perfil. A meu favor, digo que eu escolhia as cartas dela.
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Se Górki contou mesmo a verdade na sua autobiografia, então ninguém nesse mundo tem desculpa para ser cretino.
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Por que essa gente vem me contar coisas que não quero saber?
E por que eu ainda escuto?
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Tese de doutorado não implica necessariamente em ineditismo? Então por que nunca se aprende nada de novo nas defesas daqui? Não assisto mais nenhuma, dá raiva.
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Fulaninha me pediu ajuda. Marcamos um horário. Ela não apareceu.
Pedi ajuda à Beltraninha. Marcamos um horário. Ela não apareceu.
Sicrano ficou de mandar os arquivos por email. Não mandou.
Beltrano ficou de marcar a reunião. Não marcou.
Me pediram uma opinião. Acabaram me dando todo o serviço.
Se eu estou chateada? Cuspindo marimbondo.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Não perco por nada

Quando duas mulheres inteligentes e talentosas resolvem unir forças numa área em que são expertises, o resultado só pode ser muito bom! Olhem que sensacional o convite que recebi:

CONVITE

convidamos a todos para o lançamento do livro NA RUA: PÓS-GRAFITE, MODA E VESTÍGIOS, organizado por Cássia Macieira e Juliana Pontes. O evento de lançamento será no dia 01 de março, na Quixote Livraria e Café, de 11 às 14 horas. O livro aborda o design de superfície sob a perspectiva do cotidiano da cidade, passando pelas manifestações da arte urbana, arquitetura, publicidade e moda em Belo Horizonte. Além do texto de apresentação da profa. Vera Casa Nova, o livro conta com artigos e imagens de vários autores, designers e artistas gráficos mineiros que possuem trabalhos relacionados com intervenções estéticas no espaço urbano.

Contamos com a sua presença.
Um grande abraço,

Cássia Macieira e Juliana Pontes
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Ou melhor,

LISTA DE PREFERÊNCIAS (sem rima, mas ainda mais sincera)
de Meg Marques

Alegrias, as que dão dor de barriga de tanto rir.
Dores, as que se curam com um beijinho.
Casos, os divertidos.
Conselhos, só do meu pai.
Meninas, as minhas, que são lindas, fofas, queridíssimas.
Mulheres, as que são amigas mesmo, mesmo, mesmo.
Orgasmos, múltiplos e diários, se possível for.
Ódios, nenhuns.
Domicílios, os meus.
Adeuses, nunca.
Artes, as plásticas, cênicas e todas as outras.
Professores, os que me ensinaram a aprender.
Prazeres, os imorais ou que engordam. Os ilegais eu dispenso.
Projetos, os que posso realizar.
Inimigos, melhor não tê-los.
Amigos, quero só os bons.
Cores, pra vestir: preto, marrom, vermelho; pra viver: verde e azul.
Meses, os quentes: verão e férias.
Elementos, água fria, pura e limpa.
Divindades, só como curiosidade mitológica
Vida, boa.
Morte, bem velhinha.

Preferências

LISTA DE PREFERÊNCIAS
de Bertold Brecht

Alegrias, as desmedidas.
Dores, as não curtidas.
Casos, os inconcebíveis.
Conselhos, os inexeqüíveis.
Meninas, as veras.
Mulheres, insinceras.
Orgasmos, os múltiplos.
Ódios, os mútuos.
Domicílios, os passageiros.
Adeuses, os bem ligeiros.
Artes, as não rentáveis.
Professores, os enterráveis.
Prazeres, os transparentes.
Projetos, os contingentes.
Inimigos, os delicados.
Amigos, os estouvados.
Cores, o rubro. as alegres,
Meses, outubro, os leves
Elementos, os fogos.
Divindades, o logos.
Vidas, as espontâneas.
Mortes, as instantâneas.

LISTA DE PREFERÊNCIAS
de Meg Marques

Alegrias, as incontidas.
Dores, as já curtidas.
Casos, os divertidos.
Conselhos, só a pedidos.
Meninas, as minhas.
Mulheres, amigas.
Orgasmos, os múltiplos.
Ódios, os mínimos.
Domicílios, os nossos.
Adeuses, os breves.
Artes, eternas.
Professores, os que aprendem.
Prazeres, os de sempre.
Projetos, os coerentes.
Inimigos, os esquecidos.
Amigos, os inesquecíveis.
Cores, o rubro, as vivas,
Meses, outubro, os quentes
Elementos, a água fria.
Divindades, as extintas
Vidas, as plenas.
Mortes, as súbitas.


Idéia da Frida Helê, fonte inesgotável de inspiração.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Quero ir pra lá:

Vilarejo

Marisa Monte
Composição: Marisa Monte, Pedro Baby, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes


Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão

Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraíso se mudou para lá

Por cima das casas, cal
Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real

Toda gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa

Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar

Em todas as mesas, pão
Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos
E essa canção

Tem um verdadeiro amor
Para quando você for

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Para onde você vai?






quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Notas de viagem (dia 3)

- sem acesso à internet
- ficamos perdidos um tempão
- não conseguimos amostrar todos os pontos
- ficamos sem almoço
- tô exausta
- não deu tudo certo, mas amanhã vai dar
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Notas de viagem (dia 4)

-sem acesso à internet
- conseguimos compensar o atraso
- vimos no mato: um casal de raposas, um veado campeiro, um tapiti e muitos pássaros interessantes que não sei o nome
- preciso voltar a estudar ornitologia
- deu tudo certo
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Notas de viagem (dia 5)

- nada de especialmente notável (ou eu estou tão cansada que não noto mais nada)
- deu tudo certo
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Nomes de localidades por onde passei: Tum Tum, Alto Bravo, Novo Peixe Cru, Pintópolis (é sério!)

De quê adianta ter tanta experiência se eu não a ponho em prática? Fui pra beira do rio sem botas por menos de 30 min e as muriçocas e borrachudos fizeram a festa nos meus tornozelos. Coceira insuportável...

Você trabalha entre quatro paredes, num ambiente fechado, onde só vê um pedacinho de céu por uma minúscula janela? Enclaustrofobe-se de inveja! Dá uma olhada onde eu trabalho:


E ainda me pagam para vir aqui!!!! Imaginem um lugar tão lindo quanto a serra do Cipó, mas ainda mais prístino, mais limpo, mais sem farofa...


Espelho, espelho meu, existe alguém mais sortuda do que eu?

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Olha que coisa mais linda,

mais cheia de graça.



Reparem a beleza e sensualidade da mulher quando se mete a fazer trabalho de campo.
Eu estou um caco, mas a paisagem é deslumbrante...

Notas de viagem (dia 2)

- a caatinga está liiiiiinda, toda verdinha com as últimas chuvas
- a miséria humana continua a mesma
- pneu furado na estrada de terra
- atraso
- noite fechada e nós ainda na estrada
- almoço no último lugar decente antes do meio-dia
- jantar às dez da noite
- nem eu acreditei no prato de pedreiro que acabei de comer
-mas deu tudo certo

(Troféu Mula Descerebrada para o projetista do Fiat D0bló que colocou o estepe DEBAIXO do carro. Incrivelmente difícil tirar o estepe. Mil vezes pior para colocar o pneu furado lá.)

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Notas de viagem (dia 1)

- atropelamos um urubu
- o gás do ar condicionado do carro vazou
- está 40ºC à sombra
- mas deu tudo certo

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Caos e estresse

Mal cheguei das férias e já estou estressadíssima. Eu não fazia idéia do caos que me esperava no trabalho. Viro as costas por duas semanas e esse povo aqui simplesmente endoida o cabeção. Coletas não foram feitas, análises não foram realizadas, amostras não foram processadas, material não foi comprado.

E ninguém está nem aí, por que não é o deles que está na reta. Quem vai ficar queimada sou eu, já que é o meu nome que consta como responsável perante as agências financiadoras. Eu arranco os cabelos, o Chefe arranca as barbas e o resto do povo faz cara de paisagem.

Por conta disso vou ter que fazer uma viagem gigante, meio de emergência, assim de última hora. Vou desaparecer uns dias, não reparem. Fui.

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

História Trágico-Lacustre

Nas profundezas da lagoa Dom Helvécio, 30 m abaixo do nível da água, lá onde a luz do sol não bate, jaz uma sonda multimétrica, marca H*riba, que custou a bobagem de 15.000 reais. Verdadeiro tesouro escondido.

Por descuido de uma estagiária inexperiente que não lembrou de verificar se o mosquetão estava atarraxado, a sonda se soltou do cabo e afundou na escuridão. Esse equipamento, absolutamente essencial, tinha sido comprado com dinheiro do meu projeto. Custou-me várias boas semanas de vida correndo atrás de orçamentos, regateando preços, negociando prazos e vantagens com os importadores. A notícia de sua perda me doeu e indignou. Vamos ter que atrasar coletas e trabalhos por conta disso e depois trabalhar dobrado para recuperar o tempo perdido.

Mergulhadores do corpo de bombeiros tentaram encontrá-la e nada. Contactamos uma empresa particular, desses mergulhadores profissionais que prestam serviços em plataformas de petróleo. O que eles pediram pelo resgate era quase o preço de uma nova.

Estou com essa história da sonda entalada na garganta. Agora não temos alternativa, só nos resta comprar outra. Tirando dinheiro sabe Deus de onde, que a verba do projeto já está toda comprometida. Mas enfim, paciência, acidentes acontecem. Antes a sonda do que um de nós.

De volta à vida real.