Mesa de Bar

Lugar pra se falar sobre tudo e sobre o nada.

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Nome:
Local: Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil

Sóbria, a maior parte do tempo. Na mesa de um bar me torno mais corajosa, mais sensível, mais emotiva, mais generosa. No bar e com umas cervejas a mais, as dúvidas se dissipam, as certezas afloram, as tristezas caem fora e a alegria reina. Sim, na mesa de um bar eu sou uma pessoa melhor do que fora dela.

terça-feira, setembro 30, 2008

Do elogio

Eu sou uma pessoa de elogios. Gosto de elogiar e ser elogiada.

Se o corte de cabelo da colega ficou realmente bom, por que não deixá-la saber disso? Se a desconhecida no bar está com umas botas bacanésimas, por que não confirmar que acertou na mosca ao comprá-las? Mesmo que elas não precisem de minhas referências para nada, ficam sempre satisfeitas ao terem suas escolhas corroboradas por uma opinião imparcial.

Eu gostei do corte de cabelo e das botas, tive prazer em vê-los. Ao deixar que as proprietárias o saibam, também elas sentirão certo prazer por terem me dado esse agrado (a maioria dos seres humanos gosta de agradar os demais, principalmente se não tiver que fazer um grande esforço para isso).

Há quem não goste de elogios, há quem veja neles uma forma interesseira e desavergonhada de se manipular o outro. Para mim, um elogio sincero é apenas um dos muitos recursos que se tem à mão para tornar as pessoas mais felizes e o mundo um pouquinhozinho melhor. E não custa nada.

Através


Cildo Meireles, Através, 1938-1989, materiais diversos, 600 x 1500 x 1500 cm, foto: Pedro Motta
Uma grande obra de arte nos conta algo sobre nós mesmos e perceber isso é mais importante do que tentar entender o que o autor quis dizer. Em "Através" me dei conta de que as estruturas que eu até então considerava como protetoras podem ser vistas como barreiras, obstáculos. À luz, à água, ao ir e vir.
Serei eu uma covarde que se protege do mundo atrás de vidraças? Procuro uma redoma? Desejo de fato a liberdade? Busco uma liberdade relativa? A busca é que é relativa? As grades que me imponho: me cerceiam ou me resguardam? Ou dá na mesma?
E por que até então não tinha me dado conta disso? Por que precisei estar sozinha em silêncio, cercada de óbvio por todos os lados, ouvindo meu andar sobre cacos?

segunda-feira, setembro 29, 2008

Inhotim

Sem palavras para descrever o que foi um domingo de beleza e encantamento!
Vá a Inhotim, vá, vá. Mesmo que não goste de arte contemporânea, vá pelos magníficos jardins, vá pelos maravilhosos restaurantes, vá pelo clima de civilidade, educação e harmonia. Vá para se deslumbrar!

As emoções do fim de semana

O lindo e querido Boêmio marcou o último fim de semana para um passeio diferente. Reservou um chalé em Casa Branca, lugar friozinho e charmoso nas montanhas, onde há paisagens belíssimas e restaurantes que se prezam por sua alta gastronomia.


O chalé era assim... um tanto rústico. Isolado no meio de uma mata, as portas e janelas não vedavam o vento, tinham frestas enormes, não havia forro no teto (sorte que não choveu), nem televisão. Mas era bonitinho, madeira de demolição pintada com motivos florais, elevado sobre as árvores, uma casinha de bonecas!


Num canto do chalé, um grande abajur no chão. Peguei o fio elétrico, procurei uma tomada. Não achei e deixei no chão mesmo. Vem o Boêmio, pega o abajur, carrega prum lado e pro outro e o coloca em cima da cômoda, onde há a tomada e liga o aparelho. Luz indireta, clima romântico... Até que o abajur começa a se mexer. Lentamente, ele desenrola o que parece ser um tubo de eletricidade ao redor da lâmpada. E era uma cobra. O Boêmio estava ao lado, bem pertinho, e levou um susto de ficar branco!


Sim, tínhamos uma caninana no abajur. E o que fazer com ela agora? O Boêmio quis sair correndo, pedir ajuda na recepção e, no seu instinto de macho protetor, não queria me deixar sozinha no quarto com a cobra. Consegui convencer o moço a me deixar ali de olho no bicho, vigiando pra ver se não se escondia em outro lugar, enquanto ele chamava alguém. Veio o rapaz da recepção. Depois veio a gerente da pousada e a filha dela. Depois veio um dos funcionários. Nosso simpático chalezinho se encheu de gente mas ninguém disposto a tirar a cobra do lugar. E a coitada, apavorada, não sabia pra onde ir, onde se refugiar daquela gente barulhenta e confusa. Por fim, após mais de uma hora de espera e vigilância mútua, chegou um rapazinho com uma vara com gancho na ponta e um balde com tampa e a levou dali.

O resto da noite foi de sobressalto. Qualquer sombra em movimento ou barulho suspeito nos deixava inquietos. Dormimos de abajur aceso. A caninana não é venenosa, mas não deixa de morder. E se entrou uma, pode entrar outra. Não foi uma noite tranquila, mas não estragou o passeio. Só acrescentou emoção!

quarta-feira, setembro 24, 2008

Criança e mais livros

Um menino me pediu ajuda assim:
_ Você sabe amarrar sapatos?

Será que me achou tão jovem a ponto de não ter aprendido ainda, ou tão velha capaz de já ter esquecido?
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Comprei os contos completos de Flannery O'Connor. Custou uma nota e nem estou gostando muito.

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Eu jamais compraria um livro de Sidney Sheldon. Mas ganhei seu livro de memórias de presente há uns dois anos atrás. Relutei o quanto pude, adiei ao máximo a leitura e só agora o tirei da estante. Até acho que o cara teve uma vida interessante. Não por si mesmo, mas pelo monte de gente que conheceu enquanto trabalhava em Hollywood. A escrita é péssima, conforme o esperado, mas ele conta uns casos engraçadinhos sobre Fred Astaire, Gene Kelly, Judy Garland entre outros. Leia se não tiver mais o que fazer.
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Descobri que meus alunos foram reclamar de mim para um outro professor. Eles acham ruim que eu dê matéria até o último minuto, aproveitando todo o tempo da aula e não os liberando mais cedo.

Menos cinco pontos pra cada um.

terça-feira, setembro 23, 2008

Bentônica

Vou até ao fundo, ao abismo onde há escuridão, silêncio e desconhecido.
Quem quer apenas a alegria louca e fácil da superfície sob o sol não pode mesmo me acompanhar.
Sou bentônica.

sexta-feira, setembro 19, 2008

Eleições Municipais

Nunca fui especialmente empolgada com política, mas estas eleições estão particularmente desestimulantes. Ainda não tenho certeza em quem votar, talvez nas minhas candidatas de sempre que nunca ganham, Jô Morais ou Vanessa Portugal.

Mas ontem ouvi o Sérgio Miranda (PDT) dizer que quer acabar com a BHTrans. Opa! Já quase me convenceu!

Me incomoda esses candidatos que se apresentam sem sobrenome.
Vote em Márcio. Vote em Gustavo.
Mas Gustavo quem? Márcio o quê? Esse dois são filhos de chocadeira?! Têm algum problema com a família que não querem que a gente saiba?

quarta-feira, setembro 17, 2008

É hoje


A Marilene é uma das pessoas mais inteligentes e sensíveis que conheço. Pediatra, ecologista, fotógrafa, capoeirista, baladeira, minha amiga e ex-aluna... A moça ainda tem tempo de namorar e fazer trilhas off-road! Energia e disposição invejáveis!
E isso pra não falar do talento. Engajada em projetos sociais ela está apresentando mais uma das suas exposições, junto com seu parceiro de fotografia, Henrique Teixeira.
Eles ministraram uma oficina que trabalha a fotografia como ferramenta para reflexão e intervenção em comunidades (oficina *Agnitio* - intervenção através da fotografia). No segundo semestre de 2007, ela aconteceu em 5 aglomerados urbanos da grande BH, visando encontrar possibilidades para o problema da violência urbana - uma realidade que atingiu índices preocupantes em tais locais. O resultado desse trabalho é apresentado na exposição fotográfica "REVELADOS", com abertura agendada para dia 18/09/08, de 19 às21h, no Museu de Artes e Ofícios/BH.
A exposição e a festa de abertura são abertas ao público. Vamos lá hoje à noite?

Prejuízo

Até que o meu prejuízo nem foi tão grande. O teto e o capô ficaram amassados, cheios de marquinhas onde as pedras bateram e a maçaneta de plástico de uma das portas lascou um pedaço. Mas os vidros permaneceram intactos. Vários não tiveram a mesma sorte. Quando a tempestade parou, centenas de pessoas desceram do prédio para verificar os estragos. No estacionamento, um monte de gente com as mãos na cabeça, já calculando os gastos. Muitos, muitos carros com o pára-brisas trincado e rachado. Teve um ford fiesta que dava até pena. Não sei se é pela inclinação do vidro ou se o material que a ford usa é ordinário mesmo, mas o carro parecia que tinha sido metralhado, o pára-brisas todo furado!

Eu nunca tinha visto uma chuva de granizo tão medonha, pedras do tamanho de ovos!!!

Granizo

Tá caindo pedra do céu. Agora, neste instante. Pedaços de gelo enormes. E o meu carro lá no estacionamento descoberto.
F*deu.

Muy amiga

Uma amiga minha adora chocolates, mas vive de regime, lutando com a balança, sofrendo por estar meio gorducha e com a pressão e colesterol altos. Aí ela faz aniversário e uma outra amiga dela dá de presente uma linda cesta, toda enfeitada, contendo:

1 caixa grande de bombom Ferrer0 R0cher
1 caixa de bombom Garot0
1 barra enorme de chocolate Hershleys
1 caixa de Bis branco
1 caixa de Bis preto
várias barras grandes de Talento (uma de cada sabor)

Meu único comentário:
"Essa mulher te odeia. Rompe relações com ela, já."

Caramba, que vaca. É muita vontade de sabotar os esforços da outra, né não?

Made in Japan







Parece que são roupas transparentes que deixam a moçada de bunda de fora.
Mas são tecidos pintados!!! Última moda no Japão.
Achei muito legal, criativo e tudo o mais, mas não usaria de jeito nenhum.

Good news!

Finalmente, boas notícias!
Conseguimos a prorrogação de um projeto que ia se encerrar agora em outubro.
Oba! Tenho mais seis meses pra me enrolar toda em prazos.

Provas e dica imobiliária

Corrigindo provas. Estes alunos querem me matar. Ou de raiva ou de riso.
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Conselho sem ninguém pedir:

se você está querendo construir ou comprar uma casa de campo, um sítio de lazer ou algo assim neste país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza, não o faça à beira de um lago ou de um reservatório, ou de qualquer lugar onde tenha água parada.

É que, com o nosso clima e o nosso saneamento, aquilo tudo mais cedo ou mais tarde vai eutrofizar (provavelmente vai ser mais cedo do que mais tarde). E você vai ter que conviver com um mau-cheiro insuportável, mortandade esporádica de peixes, hordas de mosquitos vorazes, florações de algas tóxicas. O seu belo investimento numa vida mais natural e saudável vai por água abaixo.

Morro de dó quando vejo condomínios luxuosos com casas magníficas e caríssimas próximas a águas putrefatas. Se for pra ter uma casa fora da cidade, prefira ir para as montanhas e se quiser ter água na sua propriedade prefira água corrente.

Como consultora imobiliária sou uma ótima bióloga.

segunda-feira, setembro 15, 2008

Livros

Acabei de ler recentemente:

Minúsculos Assassinatos e Alguns Copos de Leite, de Fal Azevedo.
Muito bom! A Fal é capaz de descrever sentimentos com uma precisão e minúcia ímpares. Listas de pequenos detalhes, aquilo que sobra quando tudo o mais se perde. As emoções colocadas na ponta da língua com seus devidos sabores. E o estilo impecável da Fal. Não deixem de ler.

Um General na Biblioteca, de Ítalo Calvino.
Contos curtos, alguns excelentes, outros mais ou menos. O resultado final ficou irregular. Se reduzissem o livro para cerca de metade ficaria ótimo.

Todos os Fogos o Fogo, de Júlio Cortázar.
Poderia dizer o mesmo que do anterior: irregular. De alguns contos gostei muitíssimo, outros deixaram a desejar, chatinhos.

As avós, de Doris Lessing.
O argumento inicial é muito bom mas achei o desenvolvimento fraco e ruinzinho...

Agora, na mesinha de cabeceira:

As Memórias do Livro, de Geraldine Brooks.
O tipo de livro que está moda atualmente, feito para ser best-seller (o que não é necessariamente um defeito): uma investigação feita por um profissional não-policial (geralmente um médico, um historiador, um bibliotecário, um pesquisador, etc). Atraente, cumpre o que propõe: prender a atenção através de uma história cheia de reviravoltas. Estou gostando, mas tudo ainda pode descambar. Pode dar um bom filme, tipo blockbuster.

Aguardando na estante:

Diário de um Ano Ruim, de Coetzee.

O Sonho de Inocêncio, de Gerardo Laveaga.

sexta-feira, setembro 12, 2008

O frango ao molho pardo

Cuidado com o que se promete.
O frango ao molho pardo, por exemplo. Não vai rolar, desculpa.

Fui fazer uma pesquisa de receitas em sites de culinária e o sangue é ingrediente, de fato, indispensável. Nada o substitui. E pra conseguir o sangue tem que se matar o bicho na hora. Frango congelado não tem sangue e não se vende à parte.

E comprar um frango vivo pra matar em casa está absolutamente fora de cogitação.

Até achei uma receita de falso frango ao molho pardo, em que se faz um molho com vinho tinto para enganar, mas deve estar longe de ser parecido.

Boêmio, te convido pra almoçar fora, tá?
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Falando de receitas, eu gosto de cozinhar, mas tenho um repertório relativamente pequeno e sou muito cheia de exigências para testar novas receitas.

Exemplos:

- só experimento a receita se ela vier com uma foto do resultado final. Se não sei que aparência o prato deve ter quando ficar pronto, eu não consigo fazer.
- não faço receita que use a expressão "reserve". Se tem que reservar alguma coisa, significa que são duas receitas em uma, o que quer dizer muito trabalho, muito tempo e muita louça pra lavar depois.
- não faço receita que use a expressão "quanto baste". Eu não sei quanto basta, exatamente pra isso preciso de uma receita.
- não faço receita que use ingredientes exóticos e difíceis de se encontrar. Ou tem no supermercado do bairro ou não faço.
- não faço nada que leve maionese. Tenho horror a maionese.
- não faço nada que precise de batedeira ou rolo de abrir massa. Não tenho nenhum dos dois, nem quero ter.
- não faço doces em que a calda de açúcar tenha que ter um ponto específico. Nunca acerto.

O bom é que nada disso tem me limitado muito na cozinha. Ando fazendo coisas gostosíssimas. Mas as minhas receitas favoritas ainda são aquelas que dizem assim: "bata tudo no liquidificador e leve ao forno".

O Boêmio fez das suas!

Obrigada, obrigada, obrigada, adorei o presente!

Foi o gesto mais lindo, doce e delicado. Foi o mimo mais afetuoso e gentil. Foi um carinho tão meigo, tão cheio de atenção, tão ternurento.

Boêmio, você está eleito, por unanimidade, o Melhor Namorado do Mundo de Todos os Tempos!
Merece que eu aprenda a fazer frango ao molho pardo!

(sei que a gente não deve se gabar das coisas boas que tem, pode atrair inveja, despeito, mau-olhado, mas ele é mesmo o máximo, me deu de surpresa o livro da Fal! Pé-de-pato mangalou três vezes, toc toc toc na madeira)

quinta-feira, setembro 11, 2008

Mangá Meg

Quando eu virar personagem de história em quadrinho japonesa, vou ser assim:


Dica dele.

Casablanca, crianças e etc

Lembram daquela cena de Casablanca em que Ingrid Bergman, abraçada a Humphrey Bogart, pede a ele "pense por nós"?

Pois é. Mulher liberada, emancipada e independente à parte, há momentos em que eu gostaria de pedir a alguém para pensar por mim, decidir por mim, resolver por mim.
Porque a vida, às vezes, é muito difícil.
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Ontem eu quase caí pra trás quando as meninas chegaram da escola cantando:

"ado ado ado
convidei um velho t@rado
para ser meu namorado"

E elas morriam de rir.
Jesusmariaejosé, é o fim dos tempos!
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Esta vidinha pequeno-burguesa está me cansando.
Se fosse ao menos da alta-burguesia...
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Depois de muitos anos sem vê-la, encontrei uma ex-amiga.
Como embarangou, coitada. E era bonita há uns dez anos atrás...

Será que ela pensou o mesmo de mim?

segunda-feira, setembro 08, 2008

Vênus Hotentote e Mülhér Melanci@

Lá pelo início do séc XIX, um cavalheiro inglês de passagem pela África do Sul ficou muito impressionado com certa peculiaridade física de uma moça chamada Saartjie Baartan, empregada doméstica de um dos seus anfitriões.

Saartjie pertencia à tribo dos hotentotes (também conhecidos por bosquímanos) cujas mulheres apresentam com frequência uma condição denominada pela medicina de esteatopigia, que é o acúmulo excessivo de gordura na região das nádegas. Essa condição é na verdade uma adaptação evolutiva muito interessante para o estilo de vida tradicional desse povo. Eles eram nômades, viviam de caça e não praticavam a agricultura. Durante os meses de chuva alimentavam-se com fartura já que a caça era abundante e durante o longo período de seca, quando as manadas de grandes herbívoros migravam, passavam fome e tinham que se sustentar com a energia depositada no seu próprio corpo.

Saartjie foi levada para a Europa, para se apresentar em circos e feiras de variedades, junto com anões, mulheres barbadas e todo o tipo de aleijões. Segundo consta, ela não foi forçada nem obrigada. Assinou livremente um contrato (falava inglês e holandês com fluência) no qual tinha 50% de participação em tudo que ganhasse, livre de despesas. Fez muito sucesso em Londres e Paris, onde se exibia com o título de Vênus Hotentote, e ganhou bastante dinheiro, mas infelizmente não conseguiu suportar por muito tempo o rigor dos invernos europeus e faleceu (pneumonia, parece) sem voltar à sua terra natal.

Seu nome e sua aparência foram usados de mil maneiras. Para ganhar dinheiro. Para comprovar teses racistas. Para mostrar a inferioridade da mulher. Para justificar o domínio político europeu. Para aulas de anatomia. Etc.

Saartjie, numa gravura da época.
Felizmente isso tudo aconteceu há 200 anos atrás e desde então a humanidade evoluiu. Não se exibem mais corpos femininos de dimensões extravagantes em freak shows. Não tratamos mais como aberrações aqueles que são diferentes. Não se explora comercialmente, com ou sem vantagem para o interessado, características sexuais chamativas. O mau-gosto e o apelativo não mais atraem multidões.
Não é? Não é?
Aí a gente vê o sucesso midiático da Mülhér Melanci@ e de outras tais do mesmo naipe e chegamos à triste conclusão que ainda não saímos do circo. Nem da condição de palhaços.

domingo, setembro 07, 2008

A soja nossa de cada dia

Já repararam que ultimamente todo e qualquer produto industrializado tem uma opção que leva soja nos ingredientes? Tem soja no iogurte, na sopa, no suco, no leite, no hamburger congelado, no macarrão, no pão de forma e até, pasmem, no chá mate gelado!!!

Só há uma explicação possível: plantaram tanta soja transgênica que agora não a conseguem vender pro mercado exterior; europeus não são bestas como nós. Fazer o quê com o excedente, então? Bora meter soja em tudo o que é produto pro mercado nacional que brasileiro é bicho burro e come qualquer porcaria.

Bem-feito pra nós.

sexta-feira, setembro 05, 2008

De tudo um pouco

O que realmente nos transtorna é aquilo que não existe: o passado e o futuro.
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Bibi

- Mãe, por que você não escreve tudo o que há na vida?
(tô tentando, filha, tô tentando)

- Mãe, qual você acha que é o artista que mais desenha bem no mundo? Sem contar comigo, tá?
(hohoho, a modéstia definitivamente não está nos genes desta família)
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Um dos pilares e princípios da democracia é o direito à manifestação pública. Obviamente, sou a favor. Menos quando há uma passeata na principal avenida de acesso ao meu bairro, o que me faz dar uma volta enorme, um engarrafamento monstro, e perder mais de meia hora justamente no dia em que estou atrasada para buscar as crianças na escola.

Nesse caso, meu umbiguismo egoísta fala mais alto e fico pensando se não era o caso de construírem um "Manifestódromo" na cidade de tal maneira que se pudessem realizar passeatas sem incomodar ninguém, nem atrapalhar o trânsito.

Não faz nenhum sentido, eu sei.
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Eu teria que fazer um post longuíssimo para dizer o quanto eu detestei a conferência proferida pela ex-primeira-dama francesa, Mme. Danielle Mitterrand, sobre água e desenvolvimento sustentável. Não foi exatamente oba-oba ecológico, mas foi algo ideologicamente tendencioso, pouco informativo, inexato. A vacuidade dos argumentos e a impossibilidade de verificação dos dados me incomodaram muitíssimo.

Je regrette, Madame.
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Frase da Semana (com a qual eu não concordo, mas enfim...)

"O egoísmo dos amantes felizes é sem limites." Ítalo Calvino

quarta-feira, setembro 03, 2008

Eu sei, eu sei, eu sei...

Não estou sendo boa companhia, eu sei. Estou ranzinza, reclamona e resmungona.
É que o trabalho, que sempre me deu prazer, está meio chato e burocrático. Mas isso passa, eu sei.
Como ninguém senta na mesa de um bar pra ouvir as chatices dos outros (já bastam as próprias), eu vou ali dar uma volta, esticar as pernas, desanuviar. Já-já estou de volta.

Rol de horrores

-filas
-reuniões
-prazos exíguos
-preencher formulários

odeiodeiodeiodeiodeiodeiodeio
ODEIO!!!

segunda-feira, setembro 01, 2008

Ao longo de um dia longo

Quando a manhã começa bem, crio a expectativa de que o dia vai seguir a tendência. E, se o dia é segunda-feira, minha ingenuidade e tolice, alimentadas pelo mais retardado otimismo (pois baseado, não em realidade, mas em algo impreciso e etéreo chamado esperança) mergulham-me na amanteigada ilusão de que a semana inteira será boa.

Mas não. O mundo começa a se deteriorar às 11 da manhã. Avalanche de azedume e mau-humor. Montanha abaixo e acelerando. Com a certeza absoluta de que só o acaso salva, vou roendo a rotina, enquanto a roda da fortuna não gira e não me manda outra vez lá pra cima. Quem sabe lá pelas nove e meia da noite?