Mesa de Bar

Lugar pra se falar sobre tudo e sobre o nada.

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Local: Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil

Sóbria, a maior parte do tempo. Na mesa de um bar me torno mais corajosa, mais sensível, mais emotiva, mais generosa. No bar e com umas cervejas a mais, as dúvidas se dissipam, as certezas afloram, as tristezas caem fora e a alegria reina. Sim, na mesa de um bar eu sou uma pessoa melhor do que fora dela.

segunda-feira, maio 31, 2010

Kant comigo!

Casalzinho apaixonado e levemente embriagado envolve-se em calorosa discussão sobre se Spencer deve ou não figurar numa lista d'Os Grandes da Filosofia. A moça, em que pese sua formação biológica, defende ardorosamente que sim, claro, ele é importantíssimo! O bonitão desmerece o pensamento do positivista, com a única alegação de que não é um pensador popular (como se os outros o fossem!).

A discussão prossegue, entre gritos e gargalhadas, citações de Borges e Jack London, muda de rumo várias vezes, até que nenhum dos dois sabe muito bem contra ou a favor do que está argumentando. Em determinado momento porém, o bonitão emprega, corretamente diga-se de passagem, os termos "beligerante" e "transubstanciação da matéria" na sua tentativa de convencimento de que é apenas um rapaz latino-americano sem dinheiro no banco, um tosco sem conhecimentos, um tolo ignorante.

Ganhei a discussão! Que pessoa tosca usa "beligerante" e "transubstanciação" numa conversa de bêbados?

Ponto pra mim e pro Spencer!

(tá, não faz sentido, mas àquela altura da noite nada fazia mesmo...)

sexta-feira, maio 28, 2010

Nota importantíssima!!!

Para que se saiba, que conste nos autos, que entre para a História, que não haja dúvidas, que seja de domínio público e de conhecimento comum:

eu e o Boêmio, desde o início desta semana, somos oficialmente um casal-que-mora-junto!

quinta-feira, maio 27, 2010

Ensinando bons modos às minhas pequenas trogloditas

No meio da tarde, elas na sala, vendo tv e lanchando mexerica. Eu, na sala ao lado, trabalhando no computador e ouvindo ruídos deglutidores semelhantes aos de uma alcatéia devorando uma grande presa recém abatida.

- Meninas, façam o favor, mastiguem de boca fechada! Quantas vezes eu já não falei que é feio mastigar de boca aberta?

- Não estamos mastigando, mamãe. Estamos engolindo os gomos inteiros.

- ?!?!?!

segunda-feira, maio 24, 2010

Família unida...

...adoece unida.

Todo mundo gripado em casa. Não escapou ninguém. O Boêmio, que não é bobo, tomou logo um antibiótico receitado pelo balconista da farmácia. Nem foi ao médico, que essa coisa de buscar especialistas e ter um diagnóstico confiável é coisa de mulherzinha fresca e medrosa como eu e as meninas.

Mas é quem está melhor, cuidando de nós três. Aprende, Meg.

sexta-feira, maio 21, 2010

Esses gauleses são loucos!

Então que a amiga muito querida se separou do marido francês e está naquela fase de nutrir verdadeira aversão por qualquer coisa que a ele se relacione ou a ele remeta, o que inclui, claro, sua bela nação gaulesa e tudo o vem de lá. Também já passei por isso (não podia nem ouvir falar em cidades históricas) e sei que o tempo é amigo e mais vale rir das nossas misérias do que chorar por elas. Assim, não pude deixar de me divertir ao ler este email que a moça me mandou e que ora publico, com licença dela:

"Em visita à Tok & Stok, vejo um espelho lindo mas a moldura, percebo, é em estilo Provençal, ponho de lado . De longe vejo numa pilha de almofadas, umas retangulares com estampas fofas e já imagino como ficarão no meu sofá. Quando chego mais perto vejo que elas trazem bordados com dizeres do tipo "Je suis Tranquille". Ora, ora, não foram feitas pra mim e por mais de um motivo. Aí chego na seção Pequeno Príncipe e acho que já é demais. Dou por encerrada minha visita à loja.

Ontem vou com minha amiga Lílian ser cobaia num curso de maquiagem. Na bancada a minha frente me olham produtos da Lancôme, Clinique, Bourjais. Depois, cansada de tanto ter a cara esfregada por um demaquilante Yves Rocher, acompanho a amiga ao McDonalds. O lanche do dia? Aquele mesmo, daquele país em que a bandeira tem as listas vermelhas, azuis e brancas e que vive nos tirando a copa.

E hoje, no shopping com as amigas Yolanda e Lili, num papo gostoso pra eu distrair e me divertir, garçons me oferecem crepes várias vezes. Crepe não, né? Traga um pão de queijo, por favor!

beijoKas"

K querida,
nessas horas só tenho um conselho prático para dar: faça um blog!
Você escreve bem e é divertida, eu vou adorar ser sua seguidora!

quinta-feira, maio 20, 2010

Inveja e Mudança

Meus parabéns e meus esgares de inveja aos que não têm dúvidas, aos que são cheios de certezas, aos que não hesitam, não oscilam, não vacilam. Aos afortunados que têm os seus caminhos traçados e delimitados, retos, diretos, seguros, definitivos. Aos que não se perdem no meio das infinitas possibilidades. Aos que não se dissolvem entre múltiplas opções. Aos que decidem, opinam, assinam, assumem, mantêm e afirmam sem se corroerem de angústia ante a probabilidade do erro. Aos que querem só uma coisa. Aos que não mudam de idéia. Aos que desprezam as nuances do cinza e se posicionam claramente no preto ou no branco. Aos que conseguem ser maniqueístas. Aos que acham que têm a clareza do certo e do errado. Aos que acham que sabem tudo. Aos que não sofrem dilemas éticos, morais, profissionais, pessoais. Aos que consideram ter alcançado a justa medida e julgam não terem motivos de remorso. Aos que são docilmente guiados pela rigidez das fés, dos dogmas, das regras, dos hábitos ou de suas próprias neuroses.
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Nos últimos 15 anos, mudei de casa 7 vezes. Não esquentei lugar. Não finquei raízes.
Meu lar é onde estão meus sapatos. E minhas bolsas. E meus batons. E meus livros e quadros e as pastas com a minha coleção de papéis de carta e a caixa de cartas antigas da minha avó e as agendas de todos os anos desde o início da adolescência e os mil brincos, pulseiras, colares, cintos e broches fora de moda; espelhinhos de mão e de bolsa; porta-retratos, porta-papéis, porta-lápis, porta-trecos; certidões de vacinação com a validade expirada; passaportes idem; fotocópias de tudo e mais alguma coisa; documentos importantes e outros nem tanto; rascunhos de poemas, de desenhos, de trabalhos, de projetos; lembrancinhas de aniversários, batizados, nascimentos; bilhetes amassados de amores e ódios esquecidos; mementos de amizades perdidas no tempo e espaço; trens de cozinha que quase não se usam, os que se usam sempre, amassador de batata, descascador de alho, ralador de cenoura; copos-medida com marcação de 50 em 50 mL, copos do dia-a-dia, copos de uísque e taças de champanhe ainda virgens de bocas ávidas de líquidos e prazeres; tijelas de ração dos animaizinhos que se foram levando de nós boa parcela de alegria; o bebedouro da beija-flor que fez ninho na nossa janela e foi derrubado numa noite de forte chuva e ventania; luminárias que aliviam a escuridão em que mergulhamos nossas vidas; os enfeites da árvore de natal que nunca consegui cultivar e tem que ser reposta todo o ano tal como tem que ser reposta minha esperança; o que restou do presépio precioso que foi da bisavó quando criança; fotos, fotos, fotos, fotos em álbuns, fotos largadas avulsas, menos as fotos de quem já me fez tanto mal que foram pro lixo na primeira oportunidade; as carrancas do São Francisco; as imagens dos santos; as miniaturas dos barcos em que nunca naveguei; as roupas que não servem mais e se voltarem a servir eu não vou querer usá-las; os cachecóis que eu vivo torcendo para que faça frio para usá-los mas que quando faz frio eu não lembro que tenho; luvas de lã e de couro; bonés dados de brinde por marcas comerciais que não consumo; caderninhos de anotações que não mais entendo; pastas de congressos; malas, mochilas, sacolas; manuais e apostilas que salvariam o mundo se todos os lessem, notas fiscais e garantias do que já me desfiz; chaveiros enferrujados com chaves de sabe-se-lá-que-portas mas que nunca mais serão abertas por mim; presentinhos horrorosos dados por gente tão querida; jarras de flores que murcharam muito rápido; roupinhas de bebê; prateleiras desmontáveis; bonequinhos de durepóxi com dizeres tão ridículos como "você é especial para mim"; pétalas soltas de rosas que um dia tiveram significado; echárpes; estantes; peças de enxoval de um casamento equivocado; sofás tão ruins quanto baratos; porcelanas tão caras quanto antigas e muito, muito antigas; sombrinha velha que funciona bem; sombrinha nova que já soltou o tecido dos raios; graxa de sapato preta e marrom; pedrinhas coloridas compradas por um trocado qualquer numa loja de quinquilharias; pedrinhas coloridas achadas no chão; o cofre pequeno com as poucas jóias de verdade; uns quatro carregadores de celular; muitos metros de fios, extensões e cabos elétricos; os eletrodomésticos supérfluos que ronronam simulando grandes gatos; CDs que fazem boa companhia; ferramentas básicas; furadeira elétrica; varal de chão; saboneteiras; necessáires desnecessárias; cabideiros; computador de última geração há três gerações atrás; inutilidades escolhidas a dedo e mais uma infinidade exaustiva de coisas.

E tudo isso, toda a minha, por assim dizer, vida cabe em caixas de papelão. Contemplando a profusão de caixas que desordenam o espaço entre paredes a que chamo casa, me vem o pensamento, não sei ainda se triste ou feliz, de que não preciso de nada daquilo para viver.
Um dia, eu também caberei numa caixa.

sexta-feira, maio 14, 2010

Dia de Fúria

Foi o meu hoje. Ainda não bati em ninguém. Ainda.

(ia me fazer um bem...)

Çer Umano

O que caracteriza e distingue os humanos dos outros seres vivos nem é tanto a linguagem articulada ou o pensamento abstrato. O que nos torna únicos é a nossa incrível habilidade de jogar a culpa em cima dos outros quando as coisas dão errado.

Fico danada quando fazem comigo: "Foi a Meg que não mandou o cronograma."

Que m%#!a de cronograma?!?!

quinta-feira, maio 13, 2010

Pureza virginal

Vejam vocês, não sou mais a mesma.

Umas noites aí pra trás, sonhei com o Sting e Mick Jagger, juntos, loucos por mim. E não rolou nada. Na noite de ontem, sonhei com uma ilha deserta, onde eu estava passando férias com um sujeito estilo Cauã Reym0nd. E nada aconteceu. N-a-d-a!!!!

quarta-feira, maio 12, 2010

Os monstros vivem dentro de nós




Eleito o meu melhor filme de 2010: Onde vivem os monstros.

Expõe-se ali toda a minha monstruosidade: egoísmo, ciúme, ímpetos destrutivos e auto-destrutivos, intolerância, má-vontade, estupidez. Todas as minhas reações emocionais mais absurdas e mesquinhas. Toda a fúria enrustida e disfarçada.
Identificação com todos e cada um dos personagens.

Um filme principalmente para adultos, delicado, sensível, sutil. Pero no mucho, pois afinal o público infantil também vai assistir.

Eu e Bibi choramos abraçadas, nos consolamos mutuamente e conversamos para tentar entender o que tanto nos comovia. Ela acertou em cheio na sua definição de remorso: "o pior castigo de quem é monstro é sofrer por ser tão monstruoso com os outros."

Laurinha, para segurar as lágrimas, zuou com a nossa choradeira. Seu monstrinho interior, atiçado pela puberdade latente, não lhe permitiu a segurança necessária para expressar sua compaixão pelos monstros, por nós, por si mesma.

terça-feira, maio 11, 2010

Séries de sucesso lá em casa

Go Girl!







Judy Moody




Fadinha Aninha






Mais little chicks lit, impossível. Paciência. O importante agora é que ela goste de ler, o que quer que seja. Uma vez tomado o gosto, ele há de se refinar com o passar do tempo.

segunda-feira, maio 10, 2010

Previsão do tempo

O futuro próximo depende de termos ou não chuva semana que vem. Há muita coisa implicada nisso. Pessoas, instituições, equipamentos, dinheiro. Se chover, eu choro.
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E a mais nova me liga no trabalho. Está fazendo o para-casa e tem que saber de mim: cor favorita e o que me faz feliz.
Respondo:
-Verde e ter minhas filhas por perto, crescendo com saúde, inteligência e...
-Para, mãe!!! Não é pra dizer essas coisas que você sempre diz da gente, é pra dizer o que te faz feliz mesmo!
-?!?
-Essas coisas a gente já sabe. Fala outra.

Misericórdia, querem agora originalidade! Já não bastam as respostas-padrão. Pensei em possibilidades várias, mas inadequadas para a idade do meu público-alvo. Fugir do clichê exige esforço, e energia não está mesmo me sobrando.

-Bota aí: brincar com vocês e comer chocolate.

Meu dia das mães

Dia das mães. Domingo de sol e chuva. Domingo de descansar. De ganhar café na cama (como elas não têm autorização para mexer no fogão, ganhei uma caneca de leite gelado com sucrilhos na cama, valeu a intenção). De dar e receber parabéns. E presentes.

Laurinha quis me dar um bolo de chocolate de presente, de um caderninho de receitas que a escola mandou há tempos. A minha receita de bolo de chocolate é bem melhor, leva chocolate de verdade e não nescau, mas enfim, era o presente dela. E para que ela me desse tão bom presente, eu fui passar metade da minha tarde de descanso de dia das mães na cozinha: avental sujo de ovo, esquentar a barriga no fogão, essas coisas que Amélia-mulher-de-verdade faz.

E fizemos o bolo juntas e foi bem divertido e Bibi também quis ajudar e rolou uma briga entre as duas para ver quem jogava a farinha e quem jogava o açúcar e eu tive que separar briga enquanto batia massa e nenhuma delas sabia soletrar a-ç-ú-c-a-r e eu me maldisse mil vezes por não ter ainda uma batedeira elétrica e nós três revezamos e ficamos com o braço doendo de bater a massa e nós três queríamos lamber a tijela e a colherona com a massa crua (meu Deus, como eu gostava de lamber tijela e colher com massa crua quando era criança, e como ainda gosto!) e as duas tinham medo e nojinho de quebrar os ovos e a receita infantil não indicava o tempo de assar nem a temperatura do forno e eu mostrei como se enfarinhava uma fôrma e a menina foi enfarinhar a fôrma na sala e não bastasse a cozinha estar um caos, ficou parecendo que tinha havido uma nevasca na sala, e o saquinho de granulado não abria de jeito nenhum e, quando abriu, voou granulado por toda a casa e vamos achar granulado nesse chão pelos próximos 6 meses e para coroar a confusão, o bolo solou. E disfarçamos o bolo solado com a cobertura de chocolate comprada pronta (a minha receita de cobertura de chocolate é bem melhor mas, vocês sabem, energia não está sobrando) e com o que restou do granulado. E, no fim, deu pra comer.

Aliás, comi mais um tanto hoje no café da manhã e achei que estava ótimo!

quinta-feira, maio 06, 2010

Já ouvi falar de você

Eu fico até gelada quando alguém que acaba de me conhecer vem com essa:
"Já ouvi falar de você."

Medo:
do que a pessoa possa ter ouvido; da parte de quem ela possa ter ouvido; de que ela me repita o que ouviu.

Nem pergunto.
Vai que eu tenho que tomar alguma atitude.
Pro bem, pra provar que ela ouviu certo, ou pro mal, pra provar que estava errada.
Energia não está sobrando.

sábado, maio 01, 2010

Pobreza, mas não de espírito






este último é de chorar...