Material girl

Venho tentando, desde que nasci, me tornar uma pessoinha um pouco melhor do que era. Recentemente me conscientizei do quão materialista, consumista e ganaciosa eu sou.
Quero, juro que quero, ser uma pessoa superior, mais desapegada dos bens deste mundo.

Fui analisando os meus últimos anos e percebi que a minha quase compulsão por roupas, sapatos, bolsas e assessórios, casas bonitas e celular novo vem de quando a minha vida emocional começou a desandar. Ou seja, quando o meu casamento começou a fazer água eu investi nas coisas erradas: cabelos e unhas de salão para agradar o marido, roupas legais pra fazer boa presença e ele se orgulhar de mim.

Tudo bobagem. Mas quanto mais ele se afastava, mais eu recorria ao shopping. Gastar comigo se tornou substituto da falta de afeto. Uma compensação material, já que o amor me faltava.

Quem está feliz, feliz de verdade, de bem com seu bem e com tudo o mais, não se preocupa tanto com a depilação em dia ou a roupa fashion.

Quero voltar a receber os amigos do jeito que eu costumava antes: em casa, de havaianas, com cerveja gelada e pão de queijo assado na hora. Salto alto, queijos e vinhos são muito bons, sim. Mas a minha alma não se sustenta disso.