Continuo pensando nas questões relativas à beleza. Será que o fenômeno recente e atual não é simplesmente o acesso mais amplo a ela?
Antigamente ser bela era preocupação exclusiva da nobreza e da alta burguesia. Desde quando escravas, camponesas, criadas de servir, operárias da revolução industrial tinham qualquer possibilidade de deixarem de lado as mais prementes questões da sobrevivência para se dedicarem ao cuidado de si mesmas? Hoje qualquer mulher classe média tem acesso a plástica, as academias subiram o morro. O subúrbio lança moda e a beleza ainda que em diferentes formas é objetivo de todas, da classe A a D.
Neuroses e excessos à parte, eu acho que isso no fundo é bom. Significa que a beleza está se tornando mais democrática, menos elitista, e isso vai acabar levando à diversificação dos padrões vigentes, o que também é bom!
Outras questões, mais filosóficas:
Ao valorizar e apreender a estética do corpo humano, não estariam as pessoas em geral mais propensas a também perceber esteticamente melhor o mundo? Ou seja, a perceber melhor se um quadro, uma escultura, uma paisagem são ou não belos?
E a partir da percepção mais aguçada da beleza do mundo que as cerca não estariam elas mais dispostas a mudá-lo?
E uma vez dispostas a tornar o mundo mais belo, na sua forma, não seria uma conseqüência natural procurar torná-lo mais belo também no seu conteúdo moral?
Talvez uma coisa não leve necessariamente à outra, ou mesmo, melhor seria, não prescinda da outra. No entanto, se Comte-Sponville acredita que a virtude da polidez pode conduzir às outras virtudes mais nobres, não quero deixar de acreditar que talvez a beleza do corpo possa conduzir à beleza da alma.
Vou ali passar um creminho no rosto.
Antigamente ser bela era preocupação exclusiva da nobreza e da alta burguesia. Desde quando escravas, camponesas, criadas de servir, operárias da revolução industrial tinham qualquer possibilidade de deixarem de lado as mais prementes questões da sobrevivência para se dedicarem ao cuidado de si mesmas? Hoje qualquer mulher classe média tem acesso a plástica, as academias subiram o morro. O subúrbio lança moda e a beleza ainda que em diferentes formas é objetivo de todas, da classe A a D.
Neuroses e excessos à parte, eu acho que isso no fundo é bom. Significa que a beleza está se tornando mais democrática, menos elitista, e isso vai acabar levando à diversificação dos padrões vigentes, o que também é bom!
Outras questões, mais filosóficas:
Ao valorizar e apreender a estética do corpo humano, não estariam as pessoas em geral mais propensas a também perceber esteticamente melhor o mundo? Ou seja, a perceber melhor se um quadro, uma escultura, uma paisagem são ou não belos?
E a partir da percepção mais aguçada da beleza do mundo que as cerca não estariam elas mais dispostas a mudá-lo?
E uma vez dispostas a tornar o mundo mais belo, na sua forma, não seria uma conseqüência natural procurar torná-lo mais belo também no seu conteúdo moral?
Talvez uma coisa não leve necessariamente à outra, ou mesmo, melhor seria, não prescinda da outra. No entanto, se Comte-Sponville acredita que a virtude da polidez pode conduzir às outras virtudes mais nobres, não quero deixar de acreditar que talvez a beleza do corpo possa conduzir à beleza da alma.
Vou ali passar um creminho no rosto.
2 Comments:
"não quero deixar de acreditar que talvez a beleza do corpo possa conduzir à beleza da alma"... quem dera, meg... quem dera!
Qual é o crime que você usa?
Hahahahah! Adorei o final!
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