Mesa de Bar

Lugar pra se falar sobre tudo e sobre o nada.

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Local: Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil

Sóbria, a maior parte do tempo. Na mesa de um bar me torno mais corajosa, mais sensível, mais emotiva, mais generosa. No bar e com umas cervejas a mais, as dúvidas se dissipam, as certezas afloram, as tristezas caem fora e a alegria reina. Sim, na mesa de um bar eu sou uma pessoa melhor do que fora dela.

segunda-feira, julho 10, 2006

Da beleza masculina

Os muito boa-pinta que me desculpem, mas beleza não é fundamental! Certos traços de caráter contam muito mais: inteligência, bom-humor, cultura geral e um certo savoir-faire difícil de definir. Um feio-arrumadinho tem grandes probabilidades de se dar bem com as mulheres.
O problema são os homens realmente muito, muito feios. Não só pela falta de atributos físicos, mas é que um cara muito feio costuma ser também muito carente. Desacostumado a receber atenções femininas e a ter aceitos seus convites para dançar, se você lhe dá um sorriso e cinco minutos de conversa ele já entende que está apaixonado, que você é a mulher da vida dele e não larga mais do seu pé.
E como é que se diz a um sujeito tão “esteticamente prejudicado”, sem ofender, nem humilhar: “Olha Quasímodo, eu sou legal e educada com todo mundo, por isso a gente tá aqui nesse papo ótimo, tudo bem. Mas isso não quer dizer que eu tô te dando mole, muito menos que vou ficar com você. Então faz o favor de largar o meu braço e tira essa mão do meu ombro.”
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Como quase todo mundo, eu li Hamlet no final da adolescência, meio por obrigação. Depois, como todo mundo, vi o filme do Kenneth Brannagh. E quis reler a peça, porque até aí eu não tinha entendido a figura do príncipe Hamlet, suas dúvidas existenciais, sua personalidade multiforme. Li de novo e continuei sem conseguir captar a essência do protagonista.
Só agora, que muita água rolou sob a ponte (a mesma de onde Ofélia deve ter se atirado), ao reler o drama pela terceira vez é que percebi que Hamlet só pode ser entendido como o vilão da história. Ele é o mais completo, o mais bem delineado dos vilões de Shakespeare. Ao vê-lo sob o prisma de bandido e não de mocinho é possível perceber que ele é tão vil e abjeto como Ricardo III, tão desleal ao seu dever e sua honra como o casal MacBeth ou Iago, tão cretino com os que o amam quanto as cretiníssimas filhas mais velhas do rei Lear. Ele não tem nenhum caráter mas, ao contrário de Macunaíma, sua ação, ou falta dela, só traz desgraça e infelicidade para todos que o cercam.
Ele pode e não faz, ele sabe e não diz, ele censura mas permite. Ele erra e peca em pensamentos e omissões quando atos e palavras lhe trariam redenção. Ele finge e mente; é ambíguo, dúbio, covarde, pusilânime. Não há nenhuma grandeza nesse pequeno príncipe da Dinamarca. Ele é, antes de tudo, um fraco. Mas sofre por saber disso. E é devido ao seu muito sofrimento que ninguém até hoje o acusou explicitamente de vilão.
Ele é o mais real e plausível dos personagens da tragédia. Ele convive conosco e se faz passar por uma pessoa de bem, levado (Deus meu!) pelas circunstâncias da vida...
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Eu não acredito em duendes, mas acredito em anjos. Em momentos-chave da minha vida sempre aparece um. Como na sexta de manhã, quando apareceu um deles na forma de um velhinho cego que não sabe que fez muito mais por mim do que eu por ele.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

A verdade cansou de se esconder.
A verdade cansou de ser hipócrita.
A verdade resolveu se revelar agora, sem receios ou pudores.
Você está preparado para a verdade?

7/11/2006 10:49 PM  
Blogger Regiana Queiroz said...

minha opiniao sobre Hamlet:

http://onormaleopatologico.blogspot.com/2006/06/insonia-de-hamlet.html

8/01/2006 9:25 PM  

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