Mesa de Bar

Lugar pra se falar sobre tudo e sobre o nada.

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Local: Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil

Sóbria, a maior parte do tempo. Na mesa de um bar me torno mais corajosa, mais sensível, mais emotiva, mais generosa. No bar e com umas cervejas a mais, as dúvidas se dissipam, as certezas afloram, as tristezas caem fora e a alegria reina. Sim, na mesa de um bar eu sou uma pessoa melhor do que fora dela.

quinta-feira, agosto 24, 2006

Mais do mesmo

Já faz um tempinho que assisti Grizzly-man (Homem-urso) e ainda não consegui digerir bem o filme. Sei que a maioria das pessoas passou incólume por ele. Tacharam o Timothy Treadwell de “doidão” e ficou por isso mesmo.
Eu achei o filme perturbador. O cara era doidão sim, personalidade limítrofe, desajustado num monte de aspectos. Mas em outros aspectos eu me identifiquei profundamente com ele e o entendi. Compartilho o seu êxtase diante das paisagens naturais, a percepção do sublime na vida silvestre, o deslumbramento com a natureza ainda intocada, a vontade de atender ao “apelo da selva”, como diria Jack London. Depois de alguns dias no mato, sinto também a angústia terrível de ter que voltar à vida urbana.
Ele não foi coerente nem verdadeiro o tempo todo, mas quem consegue ser? Ele ao menos tentou viver aquilo que clamava como ideal de vida.
E parabéns ao diretor Herzog, pelo bom-gosto de não permitir que ouvíssemos aquela gravação.
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Alguns filmes e livros deviam vir com a advertência:
“Situações de sofrimento infantil. Impróprio para mães de crianças pequenas.”
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Acho que deveria ter feito algumas disciplinas da licenciatura. O meu conhecimento técnico-científico não me preparou para algumas situações em sala de aula. Por exemplo, como lidar com alunos fundamentalistas.
Eu estava lá, explicando sobre a retração das geleiras após a última glaciação (cerca de 13.000 anos atrás) e a formação de novos biomas, quando a aluna perguntou: “E o dilúvio?”
Eu, distraída: “Dilúvio? Que dilúvio?!
Ela: “É que eu sou evangélica, acredito no dilúvio universal e acho que a Terra não tem esses anos todos.”
Eu, pensando a mil por hora: “E agora? Sai dessa, Meg! Pensa rápido. É um desafio? É um questionamento legítimo? Não posso ser arrogante, nem desrespeitosa. Pensa rápido, Meg.”
A resposta mais diplomática que encontrei foi:
“Respeito suas crenças, mas não há nenhuma evidência geológica nem biológica que sustente a idéia de um dilúvio universal. Vamos continuar.”

6 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Incrível como tem gente que prefere acreditar em crenças religiosas do que na ciência, eu acho um absurdo... Tinha uma professora minha de biologia do 2º grau que era criacionista, vai entender!!! Bjão meguita!

8/24/2006 11:19 AM  
Anonymous Anônimo said...

Menina, difícil pensar rápido assim, hein ? Mas vc se saiu bem.

E gostei daquilo do filme, de que ninguém consegue ser coerente o tempo total, verdade verdadeira.
Beijos

8/24/2006 1:28 PM  
Anonymous Anônimo said...

Ah, você se saiu superbem!!! O fanatismo acaba com os simbolismos, né? Esse povo vive como naquele poema da Adélia: “Há dias em que Deus me tira a poesia: olho pedra e vejo pedra mesmo”. É de uma tal pobreza de espírito essas interpretações literais da Bíblia ou do que for...

8/25/2006 10:17 AM  
Anonymous Anônimo said...

Recomendo leitura último livros Dawkins, sobre o respeito a crenças.
Tem lá até um projeto de comunicado sobre o assunto
Essas crenças são irracionais, não têm nada de científico, porque devem ser respeitadas?
Porque nós cientistas temos a obrigação de ser socialmente (?) corretos respeitando crenças irracionais?
Devemos nos unir e combinar a atitude comum perante esses questionamentos.
Respeitar um conhecimento baseado na tradição na autoridade na revelação quando nós queremos que os alunos aprendam ciência?
Estamos a dar um péssimo exemplo.
Vamos dizer que não respeitamos não aceitamos não respondemos
Vamos ser científicamente corretos, por favor

8/25/2006 11:39 AM  
Anonymous Anônimo said...

Recomendo leitura último livros Dawkins, sobre o respeito a crenças.
Tem lá até um projeto de comunicado sobre o assunto
Essas crenças são irracionais, não têm nada de científico, porque devem ser respeitadas?
Porque nós cientistas temos a obrigação de ser socialmente (?) corretos respeitando crenças irracionais?
Devemos nos unir e combinar a atitude comum perante esses questionamentos.
Respeitar um conhecimento baseado na tradição na autoridade na revelação quando nós queremos que os alunos aprendam ciência?
Estamos a dar um péssimo exemplo.
Vamos dizer que não respeitamos não aceitamos não respondemos
Vamos ser científicamente corretos, por favor

8/25/2006 11:39 AM  
Anonymous Anônimo said...

SEJA CIENTIFICAMENTE CORRETO E ME RESPONDA PORQUE VOCÊS INTELIGENTÍSSIMOS NÃO CONSEGUEM PROVAR QUE DEUS NÃO EXISTE? SERÁ QUE O SIMPLES FATO DE NÃO CONSEGUIREM PROVAR O FAZ EXISTIR DE VERDADE? VOCÊS NÃO TEÊM QUE DISCUTIR SOBRE RELIGIÃO, TEM QUE FALAR ,SIM, SOBRE O QUE AS PESSOAS ACHAM DE CORRETO OU NÃO, SOU EVANGÉLICA, ENTENDO DA PALAVRA DE DEUS ( NÃO É NECESSÁRIO SE FAZER ABITOLADA ); E ACHO UM PORRE CONVERSAR COM VOCÊS PSEUDOS DONOS DA 'VERDADE '. DESCULPE, É PRA TODOS, VIU? MÁRCIA GOMES ( NÃO PRECISO ASSINAR ANÔNIMA ) DO RIO DE JANEIRO. OBS: A MENINA FOI INFELIZ EM SUA PERGUNTA, ACHO QUE NÃO SABIA O QUE ESTAVA PERGUNTANDO E VOCÊ DEVERIA RESPONDER DE MANEIRA CORRETA.

5/09/2007 10:26 PM  

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