Corpo e Alma
Você está atravessando um período difícil, de muita dor e sofrimento? É? Deixa eu te aconselhar. Não fuja do sofrimento, não o evite. Pelo contrário, afunde-se nele, submeta-se a ele, chafurde nele. Quanto mais profundamente você se entregar ao sofrimento mais rápido você irá se livrar dele. É uma companhia cansativa, portanto sature-se dele o mais intensamente possível e o expurgo será mais eficiente.
Então chore muito, desespere-se, dilarece-se, descabele-se, contorça-se, lamente-se, grite, berre, gema, escoiceie, torture-se, puna-se, flagele-se. Faça até o impensável: fique um mês sem pinçar as sobrancelhas! E logo, logo, quando menos se espera, você estará lépida e lampeira, linda e faceira. Com aquele ar de quem, como diria Olavo Bilac, “palpita e resplandece”.
Isso é biológico, eu garanto. Se você se colocar à beira do abismo, o instinto físico de auto-preservação vai atuar de imediato. Confie no seu corpo para salvar a sua alma. Os dois irão travar algumas batalhas e você vai presenciar diálogos ótimos entre sua alminha e seu corpitcho.
Alminha: Eu quero sofrer, sofrer, sofrer, sofr...
Corpitcho: Parou agora! Estão me nascendo cabelos brancos, pés-de-galinha e rugas de expressão. Não quero nem pensar nas plásticas que você vai me custar.
Alminha: Nããããããõooo, eu quero ficar mais um dia inteiro chorando agarrada neste travesseiro.
Corpitcho: Pode não, coisinha etérea. Tô precisando ir ao banheiro. E esses lençóis têm que ser trocados que estão cheirando a ranço, ranho e lágrima.
Alminha: Não quero me alimentar, não tenho mais apetite pela vida...
Corpitcho: Pois eu tenho um índice glicêmico para sustentar e um paladar para satisfazer. Segura sua onda espiritual que eu vou me esbaldar de chocolate.
Alminha: Ninguém me ama, ninguém me quer, ninguém me chama de meu amor!
Corpitcho: Até pode ser. Mas o corpinho aqui anda sendo assediado e bem desejado.
Alminha: Seu bruto, materialista, miserável, mortal!
Corpitcho: Pronto? Já deu seu piti, seu faniquito? Então bora lá comigo, que eu tenho mais o que fazer. Isso, Alminha. Se eleve, divina. Que quem carrega peso de verdade aqui sou eu.
Então chore muito, desespere-se, dilarece-se, descabele-se, contorça-se, lamente-se, grite, berre, gema, escoiceie, torture-se, puna-se, flagele-se. Faça até o impensável: fique um mês sem pinçar as sobrancelhas! E logo, logo, quando menos se espera, você estará lépida e lampeira, linda e faceira. Com aquele ar de quem, como diria Olavo Bilac, “palpita e resplandece”.
Isso é biológico, eu garanto. Se você se colocar à beira do abismo, o instinto físico de auto-preservação vai atuar de imediato. Confie no seu corpo para salvar a sua alma. Os dois irão travar algumas batalhas e você vai presenciar diálogos ótimos entre sua alminha e seu corpitcho.
Alminha: Eu quero sofrer, sofrer, sofrer, sofr...
Corpitcho: Parou agora! Estão me nascendo cabelos brancos, pés-de-galinha e rugas de expressão. Não quero nem pensar nas plásticas que você vai me custar.
Alminha: Nããããããõooo, eu quero ficar mais um dia inteiro chorando agarrada neste travesseiro.
Corpitcho: Pode não, coisinha etérea. Tô precisando ir ao banheiro. E esses lençóis têm que ser trocados que estão cheirando a ranço, ranho e lágrima.
Alminha: Não quero me alimentar, não tenho mais apetite pela vida...
Corpitcho: Pois eu tenho um índice glicêmico para sustentar e um paladar para satisfazer. Segura sua onda espiritual que eu vou me esbaldar de chocolate.
Alminha: Ninguém me ama, ninguém me quer, ninguém me chama de meu amor!
Corpitcho: Até pode ser. Mas o corpinho aqui anda sendo assediado e bem desejado.
Alminha: Seu bruto, materialista, miserável, mortal!
Corpitcho: Pronto? Já deu seu piti, seu faniquito? Então bora lá comigo, que eu tenho mais o que fazer. Isso, Alminha. Se eleve, divina. Que quem carrega peso de verdade aqui sou eu.
3 Comments:
Meg, Meg... Disse tudo, viu? Não acrescento nem uma vírgula!
É a pura verdade. Saber disso é fácil, ter coragem de enfrentar é que nem sempre. Bjs
Adorei isso! tão simples, eficaz e
verdadeiro.rsrsr
Beijo
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