Filme cabeça
As meninas foram expostas ao seu primeiro "filme de arte": Rapsódia em Agosto, de Akira Kurosawa. Um bom filme, com crianças e adolescentes protagonizando a maior parte das cenas. Ainda que trate do horror da guerra, não há nenhuma cena violenta o que o torna absolutamente admissível para os pequenos.
Interessantíssimas foram as reações delas ao que viam. Não é uma história óbvia, maniqueísta, onde há ação-reação instantânea, onde há identificação imediata com esse personagem e aversão àquele. Então elas tinham que perguntar muita coisa, para confirmar se a percepção delas estava correta, se tinham entendido mesmo o que assistiam. Havia algo de surpresa e estranhamento ao constatarem comigo que podíamos fazer várias interpretações diferentes para os acontecimentos na tela. A necessidade de pensar, coisa que não ocorre nos filmes da Barbie, as deixou ainda mais ligadas e atentas à narrativa.
Não seria capaz de dizer que elas adoraram o filme, mas não foi uma experiência ruim, pelo contrário. Embora a Laurinha, como tradicional expectadora de TV e de filmes waltdisneyanos, tenha ficado inconformada com o final, aqueles finais em que a história não termina mas fica suspensa e entregue à nossa vontade e imaginação, sabe? Disso ela reclamou, sentiu falta de um final feliz e completo: "Tem continuação, né, mãe? Tem que ter. Pra gente saber o que acontece depois com a velhinha e com os netinhos. Tem que ter."
Interessantíssimas foram as reações delas ao que viam. Não é uma história óbvia, maniqueísta, onde há ação-reação instantânea, onde há identificação imediata com esse personagem e aversão àquele. Então elas tinham que perguntar muita coisa, para confirmar se a percepção delas estava correta, se tinham entendido mesmo o que assistiam. Havia algo de surpresa e estranhamento ao constatarem comigo que podíamos fazer várias interpretações diferentes para os acontecimentos na tela. A necessidade de pensar, coisa que não ocorre nos filmes da Barbie, as deixou ainda mais ligadas e atentas à narrativa.
Não seria capaz de dizer que elas adoraram o filme, mas não foi uma experiência ruim, pelo contrário. Embora a Laurinha, como tradicional expectadora de TV e de filmes waltdisneyanos, tenha ficado inconformada com o final, aqueles finais em que a história não termina mas fica suspensa e entregue à nossa vontade e imaginação, sabe? Disso ela reclamou, sentiu falta de um final feliz e completo: "Tem continuação, né, mãe? Tem que ter. Pra gente saber o que acontece depois com a velhinha e com os netinhos. Tem que ter."
2 Comments:
Eu imagino a carinha das suas fofas questionando tudo. Umas pérolas!
Ah, que lindeza, vou lembrar desse filme pra apresentar pra Nina daqui a uns anos. (apesar de que ela já vê bastante filmes adultos, mais do que eu gostaria). Bjk.
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