Babado forte
Nas duas últimas festinhas infantis a que fui, estava entre as convidadas uma ex capa da Pl@yboy. Óbvio que eu não reconheceria a moça nem em mil anos, mas o Boêmio (o sem-vergonha!) bateu o olho e soube de cara quem era. Mulher bonita, sem dúvida, um tanto perua demais no estilo. O comentário maldoso do dia foi que, ou o photoshop trabalhou muito ou a dona engordou bem no último ano.
Mas foi a identidade daquela senhora que gerou grande falatório. Estão curiosos? Pois bem, era a jornalista que se tornou famosa por ser amante de um senador corrupto e impune e receber uma pensãozinha básica de 12 mil reais com o seu, o meu, o nosso suado dinheirinho. É isso: a filha do Ranen Celheiros agora é colega de sala da minha filha mais nova. Por sinal, a menina é bonitinha e simpática.
A despeito da indignação geral, todos se comportaram com a máxima civilidade, como era de se esperar. Ninguém afrontou ou fez a menor descortesia, embora também ninguém tenha ido espontaneamente conversar com ela, exceto as anfitriãs que tiveram que recebê-la. Quanto a ela, o constrangimento era visível. Não se sentou em nenhuma mesa comum, foi para os lugares mais escondidos, atrás das pilastras. Não olhou ninguém nos olhos, não falou com ninguém, sorriso amarelíssimo o tempo todo. Uma espécie de pária social, pelo menos no círculo das pessoas honestas que ganham o pão com trabalho duro. Há uma consequência para cada opção de vida, não é?
Devo confessar que em determinado momento fiquei com pena. Mas minha piedade durou só o tempo de me lembrar que sua vida deve estar muito melhor que a minha em uma série de coisas. Ela e o ex-amante é que deviam ter pena de nós.
Mas foi a identidade daquela senhora que gerou grande falatório. Estão curiosos? Pois bem, era a jornalista que se tornou famosa por ser amante de um senador corrupto e impune e receber uma pensãozinha básica de 12 mil reais com o seu, o meu, o nosso suado dinheirinho. É isso: a filha do Ranen Celheiros agora é colega de sala da minha filha mais nova. Por sinal, a menina é bonitinha e simpática.
A despeito da indignação geral, todos se comportaram com a máxima civilidade, como era de se esperar. Ninguém afrontou ou fez a menor descortesia, embora também ninguém tenha ido espontaneamente conversar com ela, exceto as anfitriãs que tiveram que recebê-la. Quanto a ela, o constrangimento era visível. Não se sentou em nenhuma mesa comum, foi para os lugares mais escondidos, atrás das pilastras. Não olhou ninguém nos olhos, não falou com ninguém, sorriso amarelíssimo o tempo todo. Uma espécie de pária social, pelo menos no círculo das pessoas honestas que ganham o pão com trabalho duro. Há uma consequência para cada opção de vida, não é?
Devo confessar que em determinado momento fiquei com pena. Mas minha piedade durou só o tempo de me lembrar que sua vida deve estar muito melhor que a minha em uma série de coisas. Ela e o ex-amante é que deviam ter pena de nós.
7 Comments:
Primeiro é a Fal com sua vizinha Kristofferson. Agora mais essa. Já pensou se sua filha vira a melhor amiga da pequena Calheirinha? Alguém merece!!!
Mas falando sério, lendo seu post eu pensei justamente nisso: será que o dinheiro compensa tudo? Ou será que a propaganda do cartão de crédito está certa e algumas coisas realmente não têm preço? Dá para criar uma filha assim, sem poder erguer a cabeça? Sei não.
Bjs
Monix,
acho que, de fato, certas coisas não tem preço. Não ter vergonha das suas escolhas, por exemplo.
Quanto à garotinha, também se falou disso na festa. Ninguém quer discriminar a menina, ninguém se dispõe a não convidá-la para as festinhas, mas também ninguém quer conviver com a mulher. Como vai ser quando as crianças chegarem na fase de quererem frequentar/dormir na casa umas das outras? Eu sinceramente não gostaria de ver minha filha frequentando a casa da Mânico Voleso.
Ela e os ex nunca terão pena de vcs.
Pelo contrário.
Essa mulher e a filha têm o seu círculo de amigas iguais a elas, onde se sentem perfeitamente à vontade e se devem rir muito de todas vocês, trabalhadoras honestas. Que elas devem chamar de bobas, no mínimo...
Além desse há a multidão que a deve adular e pretende entrar para o tal círculo (ou circo?)ou pelo menos apanhar algumas das migalhas desse banquete (são maiores as migalhas do rico que a fartura da mesa do pobre).
Essa tarde para ela foi uma divertida excursão ao outro lado da lua que lhe deve ter servido para confirmar como a sua opção de vida foi a coisa certa!
Como pode ter pena dessa gente?
Pense nos nossos magros salários de pesquisadores, nos postos de saúde desequipados, nas escolas públicas em ruínas, nas estradas esburacadas, etc...
Nas páginas da Caras ela parece feliz. Tenho pena da filha.
Sem-vergonha, não! Sujeito de boa memória e desenvolvida acuidade visual.
bjs,
r
Eu estava aqui pensando meio como o anônimo... não tenha pena. As escolhas dela foram acertadas pela ótica dela. As suas e as nossas é que sao diferentes.
Belo texto, muito bem escrito, profundo na medida certa. Sem malhar o judas, mas sem dar alvará de soltura prá sacana. No ponto. Parabéns e voltarei sempre.
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