O doidinho da cidade
Cada cidadezinha do interior tem um doidinho de estimação. Um louco manso e pacífico conhecido por todos e cuja família tem a consideração, respeito e compaixão das demais. De manhã e à tarde passeia nas ruas e pracinhas, conversa com quem lhe dá atenção, entra e sai do comércio local, senta no meio fio e olha para o nada. Tranquilo.
E quando chegam estranhos à cidadezinha, ele também é tomado por imensa curiosidade e intensa vontade de espantar o tédio. E vem conversar. Sendo você um forasteiro benigno e gentil, o quê fazer? Converse com ele, claro. Faça perguntas simples. Dê respostas simples. Ofereça uma bala. Ria quando ele rir. Dê um aperto de mão a cada vez que ele estender a sua. Sorria. Trate-o bem. Faça qualquer coisa. Mas resista, resista com todas as suas forças, por maior que seja a curiosidade, a pedir que declame um verso, caso ele se declare poeta.
Porque, se ele começar, você tá lascado. É impossível se livrar de um doidinho-poeta que quer audiência externa. Ele não vai parar de declamar poemas nas próximas 24 horas. E você, esteja certo disso, não vai aguentar ouvir nem por meia hora, quando toda a sua benignidade e gentileza já foram pro saco e os manicômios começam a te parecer uma alternativa simpática.
Nesse caso, dê uma desculpa e corra.
E quando chegam estranhos à cidadezinha, ele também é tomado por imensa curiosidade e intensa vontade de espantar o tédio. E vem conversar. Sendo você um forasteiro benigno e gentil, o quê fazer? Converse com ele, claro. Faça perguntas simples. Dê respostas simples. Ofereça uma bala. Ria quando ele rir. Dê um aperto de mão a cada vez que ele estender a sua. Sorria. Trate-o bem. Faça qualquer coisa. Mas resista, resista com todas as suas forças, por maior que seja a curiosidade, a pedir que declame um verso, caso ele se declare poeta.
Porque, se ele começar, você tá lascado. É impossível se livrar de um doidinho-poeta que quer audiência externa. Ele não vai parar de declamar poemas nas próximas 24 horas. E você, esteja certo disso, não vai aguentar ouvir nem por meia hora, quando toda a sua benignidade e gentileza já foram pro saco e os manicômios começam a te parecer uma alternativa simpática.
Nesse caso, dê uma desculpa e corra.
1 Comments:
Hahahahahahahahaha.
Na cidade onde morei dos 7 aos 17, tinha 4 doidinhos. Cada um teve seu apogeu em épocas diferentes. O primeiro perdeu a mãe numa enchente, e sempre corria pra bater nos moleques que o provocavam, gritando: "Ô, Chiquinho, a ponte caiiiiuuu". O segundo era um doidinho dançarino, e perigo era ele te pegar distraída e te botar pra dançar junto dele. O terceiro era o irmão caçula do segundo, e era um doidinho extremamente comunicativo, tanto que acabou arrumando um emprego de entregador de pizza (sabia onde morava absolutamente todo mundo na cidade), e depois disso parece que "desendoideceu" um pouco. A quarta, que beleza, jogava charme pra cima de todos os homens que via, e costumava "correr" com as mulheres que ameaçavam seu posto de conquistadora.
Uma cidadezinha sem o(s) seu(s) doidinho(s) não tem o mesmo charme.
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