Mesa de Bar

Lugar pra se falar sobre tudo e sobre o nada.

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Local: Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil

Sóbria, a maior parte do tempo. Na mesa de um bar me torno mais corajosa, mais sensível, mais emotiva, mais generosa. No bar e com umas cervejas a mais, as dúvidas se dissipam, as certezas afloram, as tristezas caem fora e a alegria reina. Sim, na mesa de um bar eu sou uma pessoa melhor do que fora dela.

sábado, janeiro 08, 2011

A Corporação

Recomendo com muita, muita força mesmo, o documentário The Corporation (2003) dos diretores Mark Achbar, Jennifer Abbot e Joel Bakan. Para aumentar o repertório de argumentos e exemplos na próxima discussão de mesa de bar sobre a complexidade da macroeconomia globalizada, para pensar melhor no que se vai comprar com seu suado dinheirinho, ter noção sobre quem realmente manda nessa bagaça chamada mundo e o que eventualmente podemos fazer contra o que consideramos errado.

Leiam a minisinopse abaixo e não deixem de ir no link do título do post, uma excelente crítica.

"Vencedor de 24 prémios internacionais, 10 dos quais Prémios do Público, THE CORPORATION analisa o nascimento e espectacular crescimento da instituição dominante dos nossos tempos. Através de excertos de imagens da cultura pop, publicidade, notícias de televisão e publicidade institucional, o filme evidencia a forma como as corporações se intrometeram nas nossas vidas. Usando o seu estatuto legal de “pessoa colectiva”, o filme coloca as corporações no divã do psiquiatra para lhes perguntar “que tipo de pessoa é?”. Provocador, Provoking, witty, sweepingly informative, The Corporation incllui cerca de 40 entervistas com elementos de empresas e/ou críticos, nomeadamente Milton Friedman, Noam Chomsky, Naomi Klein (que também tem um documentário neste programa), e Michael Moore – mais autenticas confissões, “case studies” e estratégias para mudar."

A cena que, pessoalmente, mais me tocou foi o depoimento da CEO de uma grande agência publicitária norte-americana (ela afirmou ser a maior anunciante dos EUA) contando, com certos detalhes, como se dá a manipulação das crianças, via mídia entre outros métodos, para se tornarem bons consumidores desde cedo. Basicamente, a publicidade está ensinando os pequenos a manipularem também seus pais para comprarem aquilo que a publicidade os induziu a desejarem. E os publicitários contam com a ajuda (ou seria a cumplicidade?) de pedagogos, psicólogos e outros profissionais que estudam a infância em detalhes, contratados para ajudá-los a melhor aliciarem as mentes ainda não-críticas e em formação.

E, com um sorriso extremamente cínico, ela diz: "E o que pode fazer uma família contra uma estratégia de 12 bilhões de dólares anuais?"

Isso me bateu fundo, porque trouxe à tona uma sensação que venho tendo continuamente, e venho repetindo com frequência para os amigos a cada vez que conversamos sobre filhos. Tentando educar minhas filhas dentro dos valores éticos e morais que considero corretos, sinto cada vez mais que sou eu, sozinha, contra o mundo todo. E essa luta não anda justa.

1 Comments:

Anonymous Dani said...

Há um provérbio africano que diz: "É preciso toda uma tribo para se educar uma criança". Concordo: essa tarefa precisaria ser compartilhada por toda a sociedade, mas sinto também que o movimento externo é contrário ao esforço que muitos de nós, pais e mães, fazemos. Quando assisti a esse documentário, tempos atrás, achei ótimo o diagnóstico de psicopatia para essas grandes corporações. Essa turma é um tanto perversa mesmo, não?

1/31/2011 12:16 PM  

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