Pérolas

“Mamãe, você está DORMINDO na maionese!”

(imagem mental imediata: eu dormindo à mesa, com a cabeça deitada num prato de macarronese)
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Eu tenho o péssimo hábito de ficar procurando incongruências em filmes. Tipo o jogo dos sete erros. Deve ser vício cientificista, querer tudo sempre muito exato. Raramente vejo um filme completamente coerente e isento de erros do início ao fim, principalmente em relação à cronologia. É claro que alguns filmes são absolutamente perdoáveis; quem espera exatidão em Senhor dos Anéis? Outros filmes são tão simplesinhos, tão lineares, que não têm esse problema. Mas quando é um filme supostamente sério, eu fico incomodada com as impossibilidades que acontecem (fenômenos naturais absurdos, coincidências exasperantes, e tempo-espaço tão relativos que deixariam Einstein com a língua três palmos a mais de fora).
Isso tudo pra dizer que assisti recentemente dois bons filmes: Suite Havana e Três Enterros. Ambos têm seus defeitinhos, mas estes que são absolutamente insignificantes no contexto geral.
Suite Havana é um documentário poético, bonito e triste. A trilha sonora é genial, chega a incomodar. Podia ter sido feito com pessoas de qualquer periferia de uma grande cidade latino americana. Não tem intenção de vender uma ideologia, não te obriga a ser pró nem contra nada. Só mostra, só retrata o que se passa.
Três Enterros é do Tommy Lee Jones. Faroeste moderno com profundas implicações sociais. Crítico, ácido, pesado, diálogos excelentes. Mas é uma comédia, embora na sala de cinema lotada, só eu tivesse humor negro o suficiente para rir.