Só para iniciados
Há certos fatos e informações que, se postos em evidência, poderiam derrubar impérios. Delícia para as almas cruéis. Não para mim, que meu contentamento é mais sutil: o prazer de calar com a verdade na mão.
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Aprendendo a viver sem definições. Elas ainda me fazem falta, por vício de formação. Mas não está ruim, não.
Fica assim: é, mas não se diz que é e está tudo bem. No fundo não faz diferença nenhuma, nem prum lado nem pro outro, já que todos sabem do que se trata.
Mas minha necessidade de exatidão não me deixa parar de martelar: se existe a palavra própria, por quê não usá-la?
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Uma das grandes tragédias da minha vida foi ter lido “Guerra e Paz” aos treze anos. Hoje, não me lembro de detalhes, nem dos nomes dos personagens (aliás, só lembro que eram muitos, mesmo na época eu tinha sempre que voltar algumas páginas pra saber quem era quem). Sei que aproveitei muito pouco da leitura e que achei doloroso atravessar aquelas 1557 páginas distribuídas em seis volumes. Agora não me animo a reler, falta coragem.
Por outro lado, felizmente, li todo o José de Alencar até os 16 anos. Hoje, meu pâncreas não permitiria tanto romantismo.
Outro dia, na livraria Quixote (uma das melhores de BH, diga-se de passagem), o dono veio me perguntar se eu estou conseguindo acompanhar os jovens escritores contemporâneos, “essa loucura toda!” disse ele. Olhei pro cara com desespero: “Eu ainda não consegui terminar nem os clássicos!”
Ainda me falta boa parte de Dostoievski, de Racine, de Thomas Mann, de Flaubert, de Montaigne, de Melville, de H.G. Wells, de Whitman, de Proust e de etc etc etc. Pra não falar dos filósofos, que me falta boa parte de todos e me falta tudo de muitos. (Oh! Spencer, Oh! Feyerabend, quando vos terei? ops, lerei?)
Situação assaz pavorosa para quem, na adolescência, a melhor das fantasias seria viver sozinha numa torre como a da Rapunzel, sem porta, nem entrada, mas com uma biblioteca que contivesse todos os livros do mundo.
Hoje eu acrescentaria à fantasia da torre um superpowerpuff computador ligado à net.
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Outro dia, na casa da Laura, me apresentaram Basquiat, que eu já conhecia de (re)nome.
Fica a pergunta: ele era a cara dos anos 80, ou os anos 80 eram a cara dele?
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Aprendendo a viver sem definições. Elas ainda me fazem falta, por vício de formação. Mas não está ruim, não.
Fica assim: é, mas não se diz que é e está tudo bem. No fundo não faz diferença nenhuma, nem prum lado nem pro outro, já que todos sabem do que se trata.
Mas minha necessidade de exatidão não me deixa parar de martelar: se existe a palavra própria, por quê não usá-la?
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Uma das grandes tragédias da minha vida foi ter lido “Guerra e Paz” aos treze anos. Hoje, não me lembro de detalhes, nem dos nomes dos personagens (aliás, só lembro que eram muitos, mesmo na época eu tinha sempre que voltar algumas páginas pra saber quem era quem). Sei que aproveitei muito pouco da leitura e que achei doloroso atravessar aquelas 1557 páginas distribuídas em seis volumes. Agora não me animo a reler, falta coragem.
Por outro lado, felizmente, li todo o José de Alencar até os 16 anos. Hoje, meu pâncreas não permitiria tanto romantismo.
Outro dia, na livraria Quixote (uma das melhores de BH, diga-se de passagem), o dono veio me perguntar se eu estou conseguindo acompanhar os jovens escritores contemporâneos, “essa loucura toda!” disse ele. Olhei pro cara com desespero: “Eu ainda não consegui terminar nem os clássicos!”
Ainda me falta boa parte de Dostoievski, de Racine, de Thomas Mann, de Flaubert, de Montaigne, de Melville, de H.G. Wells, de Whitman, de Proust e de etc etc etc. Pra não falar dos filósofos, que me falta boa parte de todos e me falta tudo de muitos. (Oh! Spencer, Oh! Feyerabend, quando vos terei? ops, lerei?)
Situação assaz pavorosa para quem, na adolescência, a melhor das fantasias seria viver sozinha numa torre como a da Rapunzel, sem porta, nem entrada, mas com uma biblioteca que contivesse todos os livros do mundo.
Hoje eu acrescentaria à fantasia da torre um superpowerpuff computador ligado à net.
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Outro dia, na casa da Laura, me apresentaram Basquiat, que eu já conhecia de (re)nome.
Fica a pergunta: ele era a cara dos anos 80, ou os anos 80 eram a cara dele?
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