O cheiro do ralo
Fui meio de má vontade ver “O cheiro do ralo” porque não gosto dos quadrinhos do Lourenço Mutarelli e o filme é baseado em um dos seus livros. Mas acabei gostando muito. Não recomendo para os muito sensíveis e delicados, mas para quem tem estômago forte e suporta uma boa dose de cinismo e sarcasmo é um filmaço! Foi feito com uma verba muito limitada, pouco mais de 300 mil reais, mas é muito bem feito.
Mostra aquele mundo doente e sem saída das historinhas noir do Mutarelli, com alto teor de humor negro. As paisagens urbanas são sensacionais: muros enormes, compridos, portões gigantes, subúrbio industrial, decadente. Mas achei um espetáculo para os olhos, o homem sozinho atravessando a aridez deserta de concreto. O figurino e a cenografia são coerentes e me fizeram lembrar de uma amiga professora de arte que um dia entendeu porque seus alunos da escola pública da periferia não usavam cores nos desenhos: ao redor deles tudo era somente cinza, marrom e bege.
A trilha sonora é um show à parte, O músico e instrumentista Apollo 9 (de quem eu nunca tinha ouvido falar, mas é um cara famoso que já tocou com o Planet Hemp, com o Otto e etc) interpreta magistralmente músicas bem antiguinhas (anos 70, por aí) que caem como uma luva no filme.
O Selton Melo é de fato um grande ator e contracena com um monte de gente desconhecida mas também muito bons atores. Prestem atenção no Xico Sá do Blônicas tentando vender um gênio dentro da garrafa.
Mostra aquele mundo doente e sem saída das historinhas noir do Mutarelli, com alto teor de humor negro. As paisagens urbanas são sensacionais: muros enormes, compridos, portões gigantes, subúrbio industrial, decadente. Mas achei um espetáculo para os olhos, o homem sozinho atravessando a aridez deserta de concreto. O figurino e a cenografia são coerentes e me fizeram lembrar de uma amiga professora de arte que um dia entendeu porque seus alunos da escola pública da periferia não usavam cores nos desenhos: ao redor deles tudo era somente cinza, marrom e bege.
A trilha sonora é um show à parte, O músico e instrumentista Apollo 9 (de quem eu nunca tinha ouvido falar, mas é um cara famoso que já tocou com o Planet Hemp, com o Otto e etc) interpreta magistralmente músicas bem antiguinhas (anos 70, por aí) que caem como uma luva no filme.
O Selton Melo é de fato um grande ator e contracena com um monte de gente desconhecida mas também muito bons atores. Prestem atenção no Xico Sá do Blônicas tentando vender um gênio dentro da garrafa.
3 Comments:
Meg, essa da periferia sem cores é um soco no estômago, hein ???
Beijos
É, eu também fiquei passada quando ouvi ela me contar isso. Mas o legal é que ela resolveu "apresentar" as cores pra eles. Conseguiu fazer umas excursões com eles, pro parque das mangabeiras, pro zoológico e talz. Aí chegava lá e mandava todo mundo deitar na grama e olhar bem a cor do céu. Aí mandava virar de barriga pra baixo e olhar bem a cor das folhas de grama. Deve ter sido uma experiência muito legal!
Eu estou louca pra ver este filme...
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