A pessoa jurídica que me ama
O carinho e atenção que muita falta nos fazem, sonegados que são pelos nossos entes mais queridos, podem ser facilmente compensados pela consideração que nos devotam os estabelecimentos comerciais.
Sim, sim, se as pessoas físicas nos desapontam, as pessoas jurídicas estão aqui para nos amar.
Os bancos, por exemplo. Quanta generosidade! Oferecem-me, gratuitamente (não vá eu pensar que têm interesses escusos), cartões todos os meses. Pré-aprovam meu crédito! E, prevendo que alguma dificuldade possa ser empecilho à minha realização pessoal, já se dispõem a me emprestar dinheiro. O que eu nem chego a pedir chorando, eles, pressurosos, fazem sorrindo!
E as lojas, ah, as lojas! Estão mais presentes na minha vida que muitos amigos e familiares. Não se esquecem do meu aniversário, mandam sempre cartinhas de parabéns; tal como nas festas de fim-de-ano! E dão notícias, mandam lembranças, contam as novidades, através dos seus catálogos da nova estação ou dos anúncios de “sales*”.
E as empresas de telefone celular, hein? Chego a ficar com os olhos marejados... Nunca me senti tão querida e desejada... Todas, eu disse TODAS, as companhias me disputam, me querem, me desejam, anseiam por mim, sonham comigo. Recebo muitos telefonemas, nas horas mais inusitadas, em que seus representantes educadamente me assediam e seduzem com mil propostas, vantagens, descontos, pontos, planos e programas. Ò céus, quantos pretendentes!
Isto posto, a mim, que não sou nenhuma ingrata, só resta ir gastar tudo o que tenho, torrar os tubos de dinheiro, em retribuição a tanta gentileza e delicadeza e tantas demonstrações de afeto e consideração.
*Loja bacana não faz mais liquidação, né? Só sale. Liquidação é coisa de lojinha uó que não tem mailing de clientes.
Sim, sim, se as pessoas físicas nos desapontam, as pessoas jurídicas estão aqui para nos amar.
Os bancos, por exemplo. Quanta generosidade! Oferecem-me, gratuitamente (não vá eu pensar que têm interesses escusos), cartões todos os meses. Pré-aprovam meu crédito! E, prevendo que alguma dificuldade possa ser empecilho à minha realização pessoal, já se dispõem a me emprestar dinheiro. O que eu nem chego a pedir chorando, eles, pressurosos, fazem sorrindo!
E as lojas, ah, as lojas! Estão mais presentes na minha vida que muitos amigos e familiares. Não se esquecem do meu aniversário, mandam sempre cartinhas de parabéns; tal como nas festas de fim-de-ano! E dão notícias, mandam lembranças, contam as novidades, através dos seus catálogos da nova estação ou dos anúncios de “sales*”.
E as empresas de telefone celular, hein? Chego a ficar com os olhos marejados... Nunca me senti tão querida e desejada... Todas, eu disse TODAS, as companhias me disputam, me querem, me desejam, anseiam por mim, sonham comigo. Recebo muitos telefonemas, nas horas mais inusitadas, em que seus representantes educadamente me assediam e seduzem com mil propostas, vantagens, descontos, pontos, planos e programas. Ò céus, quantos pretendentes!
Isto posto, a mim, que não sou nenhuma ingrata, só resta ir gastar tudo o que tenho, torrar os tubos de dinheiro, em retribuição a tanta gentileza e delicadeza e tantas demonstrações de afeto e consideração.
*Loja bacana não faz mais liquidação, né? Só sale. Liquidação é coisa de lojinha uó que não tem mailing de clientes.
2 Comments:
Essa é a minha Meg.
Essaí é a Meg. Fina, arguta, precisa.
Que me enche de orgulho.
Bj,
r
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