Através
Cildo Meireles, Através, 1938-1989, materiais diversos, 600 x 1500 x 1500 cm, foto: Pedro Motta
Uma grande obra de arte nos conta algo sobre nós mesmos e perceber isso é mais importante do que tentar entender o que o autor quis dizer. Em "Através" me dei conta de que as estruturas que eu até então considerava como protetoras podem ser vistas como barreiras, obstáculos. À luz, à água, ao ir e vir.
Serei eu uma covarde que se protege do mundo atrás de vidraças? Procuro uma redoma? Desejo de fato a liberdade? Busco uma liberdade relativa? A busca é que é relativa? As grades que me imponho: me cerceiam ou me resguardam? Ou dá na mesma?
E por que até então não tinha me dado conta disso? Por que precisei estar sozinha em silêncio, cercada de óbvio por todos os lados, ouvindo meu andar sobre cacos?
2 Comments:
Fico contente por você, pela experiência ter lhe proporcionado perguntas e reflexões.
bj,
Rubóbvio
Lindo post, meg, me lembrou adélia prado, sobretudo na frase final "cercada de óbvio por todos os lados, ouvindo meu andar sobre cacos", muito bom.
beijo,
clara lopez
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