Um pouco de cada coisa
Pessoas gentis e delicadas fazem toda a diferença na vida de um ser humano... Pois não é que a irmã do Boêmio, mãe do menininho mais fofo do ano, leu o post em que eu lamentava não ter uma batedeira de bolo e me deu uma de presente?! É possível alguém ser mais amável?
Ju, querida, faço questão de estrear a batedeira com o seu bolo preferido (me diz qual) no dia que a gente fizer um chá-das-cinco na casa nova. Muito obrigada, você não faz ideia de como o seu gesto foi significativo para mim!
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Nem a presença do azarento Mick Jagger, nem as dúvidas e agouros do meu amado, nem as lesões de vários dos jogadores impediram o Brasil de brilhar. Tô na maior confiança!
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Assistimos o Lobisomem novo, com o Benício Del Toro e o Anthony Hopkins. Que porcaria. Não há uma imagem que não seja clichê total: a fuga das vítimas por entre o nevoeiro e as árvores, os efeitos especiais da transformação, as sombras na parede durante a transformação, o romancezinho sem sal, a morte do monstro (ops, contei o final, falha minha, era tão imprevisível...).
Por que dois atores de renome aceitam fazer um filme tão bobo? Será que estão com as contas da mansão atrasadas, precisando fazer um cash rápido? Será que não têm poder de barganha com os grandes estúdios?
E por que os estúdios ainda fazem filmes tão óbvios?
Pensando nisso, levanto a possibilidade de que há sempre uma faixa etária de público (subvinte, provavelmente) que ainda é jovem demais para perceber o quanto aquilo é dejá vu, o quanto a fórmula já foi repetida. Enfim, um público que, pela pouca idade, ainda não teve tempo de assistir a muitos filmes e é, portanto, fácil de enganar e agradar. Ou seja, a cada 10, 15 anos os produtores fazem alguns filmes iguaizinhos e os lançam no mercado para uma nova geração de consumidores.
Certeza que há estudo e pesquisa mercadológica sobre o assunto. Queria, de curiosidade, saber mais a respeito.
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Estou num mood medieval total, lendo "História da Vida Privada", final do volume 1. Das coisas mais interessantes que já li. Aprendendo muito sobre como nossa sociedade se transformou no que é hoje. Novidade para mim:
1-Eu sempre imaginei que as transformações sociais tivessem ocorrido num ritmo lento e constante, influenciadas de maneira homogênea pelo zeitgeist do momento e que só nos últimos 2 séculos (pós-revolução industrial, portanto) mudanças significativas de comportamento social e pessoal pudessem ser sentidas no curto período de tempo de uma geração para outra. Ou seja, eu tinha a ideia errônea de que a velocidade e a aceleração das mudanças era uma coisa muito moderna, praticamente contemporânea.
Mas parece que a evolução da moral segue o padrão da teoria da estase na evolução biológica: períodos curtos de tempo em que há muitas alterações, intercalados com longas fases de pouca ou nenhuma mudança perceptível.
2-Também sempre pensei que o avanço do cristianismo sobre as sociedades bárbaras entre os século VI e XI tivesse levado à exclusão das mulheres dos círculos de poder. Na minha visão (influenciada, confesso, por Marion Zimmer Bradley), as religiões pagãs e matriarcais não-romanas teriam mais consideração pelo feminino e as mulheres teriam sido despojadas pela igreja católica.
Segundo os autores, entretanto, foram essas religiões pagãs que legaram ao mundo ocidental a noção de que a mulher só tem valor como fêmea reprodutiva. Mulher que casa e pare um filho atrás do outro é valiosa: traz a fertilidade das terras, a fecundidade das plantações, a prosperidade da comunidade. Mulher que não pare filhos, ou porque não tem um homem, ou porque é estéril, ou porque ficou velha, não vale nada. O mesmo para adúlteras, já que aviltam a sagrada concepção e merecem a morte.
A igreja cristã em ascensão, pelo contrário, valorizava muito as mulheres que decidiam não casar. Primeiro, adivinhem para quem ia a herança de uma solteira sem filhos? Para a Igreja, claro. Segundo, por causa da valorização da castidade e virgindade, coisas para as quais os bárbaros nunca ligaram muito. Mulher que priorizava o desenvolvimento espiritual e intelectual em detrimento das funções corporais era tida como exemplo pelos primeiros cristãos.
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E a reforma?, perguntam vocês.
Um dor de cabeça depois da outra, respondemos nós.
Pedreiro diz que vai e não aparece no dia.
Eletricista diz que fez e o serviço não tá acabado.
Depósito diz que entrega o material e nada do material chegar.
E nem queiram saber dos prazos e dos custos. Tudo duplicando.
Ju, querida, faço questão de estrear a batedeira com o seu bolo preferido (me diz qual) no dia que a gente fizer um chá-das-cinco na casa nova. Muito obrigada, você não faz ideia de como o seu gesto foi significativo para mim!
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Nem a presença do azarento Mick Jagger, nem as dúvidas e agouros do meu amado, nem as lesões de vários dos jogadores impediram o Brasil de brilhar. Tô na maior confiança!
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Assistimos o Lobisomem novo, com o Benício Del Toro e o Anthony Hopkins. Que porcaria. Não há uma imagem que não seja clichê total: a fuga das vítimas por entre o nevoeiro e as árvores, os efeitos especiais da transformação, as sombras na parede durante a transformação, o romancezinho sem sal, a morte do monstro (ops, contei o final, falha minha, era tão imprevisível...).
Por que dois atores de renome aceitam fazer um filme tão bobo? Será que estão com as contas da mansão atrasadas, precisando fazer um cash rápido? Será que não têm poder de barganha com os grandes estúdios?
E por que os estúdios ainda fazem filmes tão óbvios?
Pensando nisso, levanto a possibilidade de que há sempre uma faixa etária de público (subvinte, provavelmente) que ainda é jovem demais para perceber o quanto aquilo é dejá vu, o quanto a fórmula já foi repetida. Enfim, um público que, pela pouca idade, ainda não teve tempo de assistir a muitos filmes e é, portanto, fácil de enganar e agradar. Ou seja, a cada 10, 15 anos os produtores fazem alguns filmes iguaizinhos e os lançam no mercado para uma nova geração de consumidores.
Certeza que há estudo e pesquisa mercadológica sobre o assunto. Queria, de curiosidade, saber mais a respeito.
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Estou num mood medieval total, lendo "História da Vida Privada", final do volume 1. Das coisas mais interessantes que já li. Aprendendo muito sobre como nossa sociedade se transformou no que é hoje. Novidade para mim:
1-Eu sempre imaginei que as transformações sociais tivessem ocorrido num ritmo lento e constante, influenciadas de maneira homogênea pelo zeitgeist do momento e que só nos últimos 2 séculos (pós-revolução industrial, portanto) mudanças significativas de comportamento social e pessoal pudessem ser sentidas no curto período de tempo de uma geração para outra. Ou seja, eu tinha a ideia errônea de que a velocidade e a aceleração das mudanças era uma coisa muito moderna, praticamente contemporânea.
Mas parece que a evolução da moral segue o padrão da teoria da estase na evolução biológica: períodos curtos de tempo em que há muitas alterações, intercalados com longas fases de pouca ou nenhuma mudança perceptível.
2-Também sempre pensei que o avanço do cristianismo sobre as sociedades bárbaras entre os século VI e XI tivesse levado à exclusão das mulheres dos círculos de poder. Na minha visão (influenciada, confesso, por Marion Zimmer Bradley), as religiões pagãs e matriarcais não-romanas teriam mais consideração pelo feminino e as mulheres teriam sido despojadas pela igreja católica.
Segundo os autores, entretanto, foram essas religiões pagãs que legaram ao mundo ocidental a noção de que a mulher só tem valor como fêmea reprodutiva. Mulher que casa e pare um filho atrás do outro é valiosa: traz a fertilidade das terras, a fecundidade das plantações, a prosperidade da comunidade. Mulher que não pare filhos, ou porque não tem um homem, ou porque é estéril, ou porque ficou velha, não vale nada. O mesmo para adúlteras, já que aviltam a sagrada concepção e merecem a morte.
A igreja cristã em ascensão, pelo contrário, valorizava muito as mulheres que decidiam não casar. Primeiro, adivinhem para quem ia a herança de uma solteira sem filhos? Para a Igreja, claro. Segundo, por causa da valorização da castidade e virgindade, coisas para as quais os bárbaros nunca ligaram muito. Mulher que priorizava o desenvolvimento espiritual e intelectual em detrimento das funções corporais era tida como exemplo pelos primeiros cristãos.
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E a reforma?, perguntam vocês.
Um dor de cabeça depois da outra, respondemos nós.
Pedreiro diz que vai e não aparece no dia.
Eletricista diz que fez e o serviço não tá acabado.
Depósito diz que entrega o material e nada do material chegar.
E nem queiram saber dos prazos e dos custos. Tudo duplicando.
2 Comments:
Sobre história da vida privada: Confesso que nunca li um volume todo, mas li vários capítulos dos cinco volumes (especialmente as partes sobre as partes sobre porque as casas/cômodos/móveis são como são) na faculdade e fiquei impressionada com o mesmo tipo de coisa que você; sobre como acreditamos por muito tempo na verdade que alguém inventou. Começo a crer que boa parte das nossas verdades não são nossas de fato.
Sobre a reforma: É por isso que designers são contratados em reformas :P. Às vezes o preço do projeto ou consultoria sai mais barato do que a chateação/enganação/enrolação da mão de obra. Aí, vc tem de quem (e como) cobrar. O designer que se vire com o pedreiro, pintor, eletricista, marceneiro...
E não, não estou vendendo meu peixe. É que, cansada de explicar o que o designer de ambientes faz, não perco oportunidade. Costume. Mas se vc quiser comprar o peixe, aí é por sua conta, hahahahaha.
Keylla, pode deixar que seu peixe está sendo pesado e avaliado para a próxima reforma, na parte externa. Nós pensamos mesmo em contratar alguém que, além do projeto, pudesse acompanhar a obra pra nós. Mas cê sabe, né? Dinheiro curto... resolvemos nós mesmos tocar a obra.
beijos
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