A criança diferente
A Ju contou que a Natália, filhota dela, se vê diferente das outras crianças. E me fez lembrar que eu também era uma criança "diferente" de todas as outras.
Uma vez, na quarta-série, a professora mandou escrever uma redação cujo título seria "A viagem dos meus sonhos". Dos 30 pirralhos em sala de aula, eu era a única que não queria ir pra Disneylândia. Eu queria escalar o Monte Kilimanjaro, na Tanzânia.
E, sim, a África continua nos meus sonhos.
Outra vez, já não lembro em que série, tínhamos que descrever um piquenique. Houve vários piqueniques na praia, na fazenda, no parque. Eu descrevi um piquenique no inferno, com suco de lava e bolinhos de brasa servidos por diabinhos de espeto na mão.
Influenciada por Enid Bluton desde a mais tenra infância, eu tendia a escrever redações que eram mini-contos de mistério e suspense, enquanto meus coleguinhas se satisfaziam em contar como tinham passado as férias no sítio do vovô.
Felizmente, na época as professoras eram menos psicoanalíticas do que hoje, ou teriam chamado meus pais para uma conversa, sugerido problemas de fundo emocional e eu teria enfrentado, em vão e precocemente, o divã.
Uma vez, na quarta-série, a professora mandou escrever uma redação cujo título seria "A viagem dos meus sonhos". Dos 30 pirralhos em sala de aula, eu era a única que não queria ir pra Disneylândia. Eu queria escalar o Monte Kilimanjaro, na Tanzânia.
E, sim, a África continua nos meus sonhos.
Outra vez, já não lembro em que série, tínhamos que descrever um piquenique. Houve vários piqueniques na praia, na fazenda, no parque. Eu descrevi um piquenique no inferno, com suco de lava e bolinhos de brasa servidos por diabinhos de espeto na mão.
Influenciada por Enid Bluton desde a mais tenra infância, eu tendia a escrever redações que eram mini-contos de mistério e suspense, enquanto meus coleguinhas se satisfaziam em contar como tinham passado as férias no sítio do vovô.
Felizmente, na época as professoras eram menos psicoanalíticas do que hoje, ou teriam chamado meus pais para uma conversa, sugerido problemas de fundo emocional e eu teria enfrentado, em vão e precocemente, o divã.
3 Comments:
Adorei as redações e mais ainda a passada de borracha abaixo. Beijo, Meg.
Ser uma criança diferente foi bem angustiante para mim. Mas hoje, a idéia de ser um adulto diferente me deixa orgulhosa de mim mesma.
:-)
Bjs
Meg, também fui diferente e fingi me enquadrar para escapar das broncas. No meu mundo, como no da Emília, o faz-de-conta fazia com que tudo pudesse. Sorte. Com as minhas professoras de infãncia , aprendi a como não dar aulas. O que não fazer em sala. O que não proibir.
Ainda bem que as crianças pensam, apesar da escola.
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