Mesa de Bar

Lugar pra se falar sobre tudo e sobre o nada.

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Local: Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil

Sóbria, a maior parte do tempo. Na mesa de um bar me torno mais corajosa, mais sensível, mais emotiva, mais generosa. No bar e com umas cervejas a mais, as dúvidas se dissipam, as certezas afloram, as tristezas caem fora e a alegria reina. Sim, na mesa de um bar eu sou uma pessoa melhor do que fora dela.

sexta-feira, setembro 08, 2006

A criança diferente

A Ju contou que a Natália, filhota dela, se vê diferente das outras crianças. E me fez lembrar que eu também era uma criança "diferente" de todas as outras.
Uma vez, na quarta-série, a professora mandou escrever uma redação cujo título seria "A viagem dos meus sonhos". Dos 30 pirralhos em sala de aula, eu era a única que não queria ir pra Disneylândia. Eu queria escalar o Monte Kilimanjaro, na Tanzânia.
E, sim, a África continua nos meus sonhos.
Outra vez, já não lembro em que série, tínhamos que descrever um piquenique. Houve vários piqueniques na praia, na fazenda, no parque. Eu descrevi um piquenique no inferno, com suco de lava e bolinhos de brasa servidos por diabinhos de espeto na mão.
Influenciada por Enid Bluton desde a mais tenra infância, eu tendia a escrever redações que eram mini-contos de mistério e suspense, enquanto meus coleguinhas se satisfaziam em contar como tinham passado as férias no sítio do vovô.
Felizmente, na época as professoras eram menos psicoanalíticas do que hoje, ou teriam chamado meus pais para uma conversa, sugerido problemas de fundo emocional e eu teria enfrentado, em vão e precocemente, o divã.

3 Comments:

Blogger Isabella said...

Adorei as redações e mais ainda a passada de borracha abaixo. Beijo, Meg.

9/08/2006 2:39 PM  
Anonymous Anônimo said...

Ser uma criança diferente foi bem angustiante para mim. Mas hoje, a idéia de ser um adulto diferente me deixa orgulhosa de mim mesma.
:-)
Bjs

9/09/2006 3:39 PM  
Anonymous Anônimo said...

Meg, também fui diferente e fingi me enquadrar para escapar das broncas. No meu mundo, como no da Emília, o faz-de-conta fazia com que tudo pudesse. Sorte. Com as minhas professoras de infãncia , aprendi a como não dar aulas. O que não fazer em sala. O que não proibir.

Ainda bem que as crianças pensam, apesar da escola.

9/15/2006 10:23 AM  

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