"Não quero crescer nunca."
Bibi não quer crescer, tem medo de ser gente grande. Ela me pede pra deixá-la ser sempre criança. Eu falo que deixo, mas que não depende de mim. Conto que é bom crescer. Tento mostrar o que é bom no lado adulto da vida, explicando que tudo tem suas vantagens. Digo que, sendo grande, a gente pode comer só o que quiser, ir dormir na hora que tiver vontade. Que a gente pode dirigir carro e, melhor de tudo: ter filhos!
Mas ela não se deixa convencer. Não quer crescer nunca. Ela percebe a verdade atrás das minhas palavras confortadoras. Ela sabe bem que eu não faço só o quero. Ela vê que eu não levo a vida que planejei e desejava. Ela intui o quanto choro sozinha no quarto. Ela sente a minha frustração de sonhos falhados. Ela entende a dor, tristeza e raiva após aqueles telefonemas.
E por mais que eu disfarce e não me exponha, por mais que eu cante, que ria, que conte piadas, que leia historinhas, que faça cócegas, que invente distrações, ela sabe que a mãe não está feliz. E não quer crescer, não quer ser como eu, o modelo mais próximo que tem do que é ser uma mulher adulta.
Isso me deixa arrasada. Mas também me dá a intensa certeza de que é preciso fazer tudo e qualquer coisa para voltar a ser feliz, nem que seja para que minha filhinha não tenha mais medo de crescer.
Mas ela não se deixa convencer. Não quer crescer nunca. Ela percebe a verdade atrás das minhas palavras confortadoras. Ela sabe bem que eu não faço só o quero. Ela vê que eu não levo a vida que planejei e desejava. Ela intui o quanto choro sozinha no quarto. Ela sente a minha frustração de sonhos falhados. Ela entende a dor, tristeza e raiva após aqueles telefonemas.
E por mais que eu disfarce e não me exponha, por mais que eu cante, que ria, que conte piadas, que leia historinhas, que faça cócegas, que invente distrações, ela sabe que a mãe não está feliz. E não quer crescer, não quer ser como eu, o modelo mais próximo que tem do que é ser uma mulher adulta.
Isso me deixa arrasada. Mas também me dá a intensa certeza de que é preciso fazer tudo e qualquer coisa para voltar a ser feliz, nem que seja para que minha filhinha não tenha mais medo de crescer.
6 Comments:
Meus filhos também não querem crescer,também se assustam c/ o mundo adulto e eu me pergunto onde erro.Se pudesse é claro que eu também moraria em Neverland.
Ai, que post mais doído, minha linda. Alegria, alegria, para você e a Bibi!
Ah Meg! Pode nem ser por isso. Quando eu era criança não queria crescer por que achava os adultos falsos, desagradáveis e tolos. vai ver sua filha também acha alguma coisa chata e feia em ser adulto, pode não ter nada a ver com você, pelo menos assim direto.
Tava doendo mesmo, Ju. Eu andava super pra baixo e preocupada com essa história dela não querer crescer, achando que a culpa podia ser minha. Ontem à noite fui no consultório da psicóloga que atende as meninas e ela me deu uma tranquilizada legal.
Disse que é muito comum as crianças terem medo de crescer, tal como os da Kathia, tal como a Leila quando criança. De um modo geral é porque as crianças não gostam muito de mudanças, elas se sentem tranquilas e seguras vivendo de um jeito e não querem que mude nunca. É a mesma coisa quando elas pedem vezes sem conta que se conte exatamente a mesma história, exatamente do mesmo jeito, ou querem ver o mesmo filminho todos os dias.
E a estratégia que eu tava usando é a mais adequada mesmo. Mostrar a elas que não há do que ter medo, que mudanças podem ser bem legais.
Enfim, foi um alívio conversar com ela!
Beijos, queridas, obrigada pela força!
Meg
Ai, Meg, como essas dorezinhas delas doem na gente, né? Eu te entendo, acho isso o mais difícil de ser mãe, sabe? Querer ser um exemplo a ser seguido e ver espelhada na Beatriz a realidade, que não é exatamente a que eu queria que ela visse. Beijo grande, viu?
Pois diga a ela que a gente pode crescer no tamanho, mas continuar criança por dentro. Diga a ela que a gente também chora, mas por outros motivos (ou pelos mesmos) e que a gente só troca a obrigação de ira à escola, pela obrigação de ir ao trabalho.
Diga a ela que as mulheres treinam cuidar dos filhos com as bonecas e que quando esse dia chegar já saberão o que fazer. Ou nem sempre, mas depois se vai descobrindo ;-)
E mostre a ela que os adultos também brincam, gritam, correm e pulam. Só mudam, as vezes, os brinquedos.
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