Emma Zunz
Não sei por quais critérios os professores de literatura escolhem esse ou aquele conto (ou romance, ou poema) de um autor para discutir com seus alunos. Mas o prof Idelber Avelar propôs “Emma Zunz” do Jorge L. Borges e convidou quem quisesse a falar sobre ele.
Eu nem me lembrava mais do conto, tive que reler. E pela segunda vez tive a impressão que era um dos mais fracos da obra, ou um dos que menos gostei. Não é um conto “fantástico”, não tem nem tigres ou labirintos, pareceu-me que Borges quis tentar algo mais sólido, algo allanpoeniano de que ele tanto gostava. Enfim, acho que ele quis fazer uma história policial mais tradicional e não se saiu tão bem quanto de costume. Porque a única coisa totalmente irreal é a protagonista ter saído impune do seu crime.
Vejam bem:
1-Emanuel Zunz não era um funcionário qualquer da fábrica, visto ter acesso ao caixa da empresa.
2- Nada no conto dá a entender que a vítima costumeiramente molestasse suas empregadas, pelo contrário, “Aaron Loewenthal era, para todos, um homem sério;...”
3- Emma não trocou o seu sobrenome, era conhecida pelo patrão como “operária Zunz”.
Nesse caso como pôde a polícia, e as pessoas de modo geral, não associar de imediato o nome da operária Emma Zunz ao nome do funcionário graduado Emanuel Zunz, acusado de desfalque do caixa apenas 6 anos antes, ou pouco mais que isso, já que Emma tinha lembranças exatas do período, sendo à época do crime uma moça de 19 anos incompletos? O evento do desfalque não deve ter sido coisa de pouca monta; pelo contrário, deve ter causado escândalo público, tendo havido auto de prisão e fuga do suspeito para o Brasil.
Ora, então uma operária cujo pai esteve envolvido há pouco tempo numa falcatrua financeira mata o patrão de ambos, “homem sério”, e ninguém desconfia de nada?!
Ainda de um ponto de vista ultra pragmático, há mais um motivo para o conto não funcionar para mim. Se Emma tivesse matado Aaron antes de ter sido violentada podia ser inocentada com base em legítima defesa. Mas tendo matado após o suposto defloramento isso seria considerado como vingança pela justiça e ela deveria ir para a cadeia.
///---///---///---///
Esta semana Bibi teve conjuntivite, gripou e, descobri agora, está com ... piolho, argh.
Recebi uma cartinha da escola avisando que havia uma infestação na sala da Laurinha. Catei a mais velha e não achei nada. Por desencargo de consciência, fui catar a mais nova também e lá estava um bichinho.
O que não é o poder da sugestão, não é minha gente? minha cabeça começou a coçar na hora, desesperadamente (espero que seja só sugestão...). Nesta casa vai todo mundo entrar de cabeça no kwell.
Eu nem me lembrava mais do conto, tive que reler. E pela segunda vez tive a impressão que era um dos mais fracos da obra, ou um dos que menos gostei. Não é um conto “fantástico”, não tem nem tigres ou labirintos, pareceu-me que Borges quis tentar algo mais sólido, algo allanpoeniano de que ele tanto gostava. Enfim, acho que ele quis fazer uma história policial mais tradicional e não se saiu tão bem quanto de costume. Porque a única coisa totalmente irreal é a protagonista ter saído impune do seu crime.
Vejam bem:
1-Emanuel Zunz não era um funcionário qualquer da fábrica, visto ter acesso ao caixa da empresa.
2- Nada no conto dá a entender que a vítima costumeiramente molestasse suas empregadas, pelo contrário, “Aaron Loewenthal era, para todos, um homem sério;...”
3- Emma não trocou o seu sobrenome, era conhecida pelo patrão como “operária Zunz”.
Nesse caso como pôde a polícia, e as pessoas de modo geral, não associar de imediato o nome da operária Emma Zunz ao nome do funcionário graduado Emanuel Zunz, acusado de desfalque do caixa apenas 6 anos antes, ou pouco mais que isso, já que Emma tinha lembranças exatas do período, sendo à época do crime uma moça de 19 anos incompletos? O evento do desfalque não deve ter sido coisa de pouca monta; pelo contrário, deve ter causado escândalo público, tendo havido auto de prisão e fuga do suspeito para o Brasil.
Ora, então uma operária cujo pai esteve envolvido há pouco tempo numa falcatrua financeira mata o patrão de ambos, “homem sério”, e ninguém desconfia de nada?!
Ainda de um ponto de vista ultra pragmático, há mais um motivo para o conto não funcionar para mim. Se Emma tivesse matado Aaron antes de ter sido violentada podia ser inocentada com base em legítima defesa. Mas tendo matado após o suposto defloramento isso seria considerado como vingança pela justiça e ela deveria ir para a cadeia.
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Esta semana Bibi teve conjuntivite, gripou e, descobri agora, está com ... piolho, argh.
Recebi uma cartinha da escola avisando que havia uma infestação na sala da Laurinha. Catei a mais velha e não achei nada. Por desencargo de consciência, fui catar a mais nova também e lá estava um bichinho.
O que não é o poder da sugestão, não é minha gente? minha cabeça começou a coçar na hora, desesperadamente (espero que seja só sugestão...). Nesta casa vai todo mundo entrar de cabeça no kwell.
1 Comments:
Lembro-me da primeira vez que li O Aleph e não achei nenhuma graça. Não entendi o motivo de tanta onda com aquele conto. Outro dia, me caiu um livro nas mãos, com outra tradução deste conto e eu achei genial!
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