Mesa de Bar

Lugar pra se falar sobre tudo e sobre o nada.

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Local: Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil

Sóbria, a maior parte do tempo. Na mesa de um bar me torno mais corajosa, mais sensível, mais emotiva, mais generosa. No bar e com umas cervejas a mais, as dúvidas se dissipam, as certezas afloram, as tristezas caem fora e a alegria reina. Sim, na mesa de um bar eu sou uma pessoa melhor do que fora dela.

quarta-feira, novembro 02, 2011

Dia 11: Livro preferido de animal

O Chamado Selvagem, de Jack London. Escrito em 1903, é uma história de ação e aventura do começo ao fim, com pouco, ou nenhum, rococó filosófico-intelectual. Um cachorro é o protagonista e todos os fatos são narrados sob seu ponto de vista.


Buck, um belo cão forte e vigoroso, é roubado de seus donos e levado para o Alasca, para puxar trenós, durante a corrida do ouro na junção dos rios Yukon e Klondike, em fins do século XIX. Ele tem que enfrentar os maus-tratos dos broncos garimpeiros, frio, fome, brigas com outros animais, exaustão física. Adapta-se à duríssima vida de um ambiente ainda primitivo e seu instinto ancestral de lobo vem à tona, fundando uma dinastia de cães-lobos livres.

O que me fez gostar demais do livro foi, novamente, a aura de independência, autonomia e auto-suficiência completas que rodeia todos os personagens. É preciso ser forte num ambiente hostil, mas a liberdade adquirida compensa. O que está em questão ali são valores como civilidade e lealdade, em contraponto com a natureza de cada indivíduo e o ambiente que o cerca.

Uma curiosidade: este era um dos livros preferidos de Christopher McCandless, o rapaz do livro "Na natureza Selvagem", de Jon Krakauer, (e filme homônimo de Sean Penn, em 2007) que em 1990 decide abandonar a boa vida na Califórnia e se embrenhar no mato em busca da comunhão com a natureza selvagem e pura.

"Certa noite, despertou sobressaltado, os pêlos eriçados, os olhos ansiosos, as trêmulas narinas farejando o vento. O chamado vinha da floresta, distinto e definido como nunca o fora. Assemelhava-se a um íntimo, longo e dolorido uivo, diferente de qualquer som produzido por cão nativo, mas que lhe soava estranhamente familiar, como um lamento muitas vezes ouvido. Atravessou correndo o acampamento adormecido e silenciosamente precipitou-se na escuridão da mata. O som crescia de intensidade à medida que se aprofundava na floresta e Buck, movendo-se com cautela, em breve atingia uma clareira. À sua frente, uivava um magro lobo da floresta, ereto sobre os quadris, apontando o focinho para o céu."

2 Comments:

Blogger Rubão said...

As Cobras, do Verissimo.

Diacho. Não consigo me livrar dos quadrinhos.

11/04/2011 9:59 AM  
Blogger Tina Lopes said...

hahahahaahah Rubão =)

11/06/2011 3:28 PM  

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