Mesa de Bar

Lugar pra se falar sobre tudo e sobre o nada.

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Local: Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil

Sóbria, a maior parte do tempo. Na mesa de um bar me torno mais corajosa, mais sensível, mais emotiva, mais generosa. No bar e com umas cervejas a mais, as dúvidas se dissipam, as certezas afloram, as tristezas caem fora e a alegria reina. Sim, na mesa de um bar eu sou uma pessoa melhor do que fora dela.

terça-feira, junho 30, 2009

O corpo fala

Dores fortes no pescoço e nos ombros. Coisa de quem sente que carrega o mundo nas costas.
Notei que caminho com o tronco inclinado para a frente. Coisa de quem sente o vento sempre contrário.

Se o corpo fala, o meu está pedindo arrego.

sábado, junho 27, 2009

Dãããã

Eu, no campo, repetindo aos alunos o que eles deveriam fazer:
-Não esqueçam, marquem parcelas de meio metro por meio metro.

A aluna:
-Meio metro por meio metro, fessôra??!! Mas antes a senhora tinha falado de 50 centímetros por 50 centímetros!
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O aluno comenta que tanto ele quanto os irmãos são completamente distraídos.

Eu:
- Então deve ser genético.

Ele:
- Acho que não, fessôra. É de família mesmo.

sexta-feira, junho 26, 2009

Cuidados

A menina já tem 9 anos e ainda quer ser cuidada.
Ou, talvez, ela ainda tenha só 9 anos e precise de cuidados.
Ela sabe tomar banho sozinha há tempos mas, às vezes, pede que a mãe lhe dê o banho e esfregue as costas.
Sabe escolher as próprias roupas e vestir/despir/tirar/trocar. Mas quer que a mãe ajude em cada etapa.
Come sozinha e é boa de garfo. Mas tem sempre um bife mais durinho que a mãe tem que cortar. E as últimas garfadas, para as quais pede: "Me dá?"
Ela já tem 9 anos, mas ainda pede por cuidados da mãe.

Talvez por preguiça, talvez por ciúmes da irmãzinha, talvez por querer controlar a mãe, talvez porque precise mesmo.

Ou porque, simplesmente, gosta de ser cuidada.
Gosta de receber um beijinho na ponta do nariz quando a mãe puxa a blusa pela sua cabeça.
Gosta da cosquinha nos pés enquanto a mãe calça suas meias.
E da massagem que a mãe faz quando esfrega suas costas na hora do banho.
Acho que a minha menina gosta de ser cuidada, mais do que se cuidar sozinha, porque já pressente que virão os dias em que terá que se virar sozinha e já sente falta do carinho que acompanha o cuidado, da ternura que a cobre junto com o agasalho que a mãe lhe veste.

E eu me multiplico e não lhe recuso os cuidados que já poderia dispensar uma menina de 9 anos. Porque também pressinto os dias em que o acesso a seu corpinho será negado às minhas mãos. E ela há de querer se pentear sozinha e não terei mais a seda do seu cabelinho fino a me escorrer entre os dedos. E ela vai se encher de pudores perante o corpo que se modifica e não se deixará vestir ou despir ou calçar. E não terá volta.
Aproveito o quanto posso, enquanto posso, cuidar dessa menina que já tem 9 anos e pode fazer tudo sozinha, mas ainda pede o cuidado da mãe.

Fanzoquices

Elas já eram fanzocas do High School Musical. Eu achei legal o filminho, a musiquinha, até comprei dvd de um dos filmes. Enfim, apoiei. E não sabia que estava criando o monstro da fanzoquice.

Depois veio a tal Hannah Montana que eu já achei bem mais chumbreguinha e bobalhuda. Não estimulei, mas também não entrei numas de desaprovar.

Agora são os Jonas Brothers. Céééuuss, muito me faz falta a paciência para ouvir diálogos assim:

_quem vc acha o mais bonito?
_ o Joe. e vc?
_ o fulano. e vc, mamãe?
_ Bonito é o Seu Madruga.

Só faltava ter que aturar groupies.

Eu, atrapalhada na cozinha:
- Bibi, pega naquela gaveta, aquela coisa que parece uma colher, mas é achatada e quadradinha e a gente usa pra raspar. Sabe o que é?

Bibi, 5 anos, exibindo o bom vocabulário:
-Sei, é a espátula.
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Duas escolas fechadas em BH por causa da gripe. As duas escolas são vizinhas da escola onde estudam minhas filhas. Capaz que eles antecipam e estendem as férias. Do jeito que criança é, elas vão querer pandemia todos os anos.

O que me lembra uma amiga minha que estudava em colégio de freira nos anos 70. Aí morre um papa e dão recesso de aulas pelo luto. Passa-se pouco mais de um mês e morre o novo papa. Mais recesso.

Diz a minha amiga que passou o resto da vida escolar esperando a morte do João Paulo II.
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Michael Jackson, aos 50 anos, encerra por fim a polêmica questão de que tanto se ocupou boa parte da década de 80: dormir numa câmara hiperbárica prolonga a vida?

Lastimo a perda de sua vida. Mas ele já a tinha perdido há muito tempo, com suas excentricidades descomedidas, com todos aqueles lances horríveis sobre pedofilia. Lastimo o desperdício do talento. Pois devemos dar os devidos créditos a quem os merece: foi, na música, um artista completo, dançava, cantava, compunha, dava grandes shows. E fazia tudo isso muitíssimo bem. Poucos divertiram e animaram tanto as nossas festinhas como ele.

Que a terra lhe seja leve, enfim.

segunda-feira, junho 22, 2009

Sem mais para o momento

Pés coloridos! Presente do querido, feitos pela querida!





Rostinhos sorridentes... Feitos por mim!


quinta-feira, junho 18, 2009

A namoradinha do Brasil (Miguezim de Prince)

I
Quando vi Dilma Roussef
Sair na televisão
Com o rosto renovado
Após uma operação,
Senti que o poder transforma:
Avestruz vira pavão.
II
De repente ela virou
Namorada do Brasil:
Os políticos, quando a vêem,
Começam a soltar psiu,
Pensando em 2010
E nos bilhões que ela pariu.
III
A mulher, que era emburrada,
Anda agora sorridente,
Acenando para o povo,
Alegre, mostrando o dente,
E os baba-ovos gritando:
É Dilma pra presidente!
IV
Mas eu sei que o olho grande
É na montanha de bilhões
Que Lula botou no PAC
Pensando nas eleições
E mandou Dilma gastar,
Sobretudo nos grotões.
V S
enadores garanhões,
Sedutores de donzelas,
E deputados gulosos,
Caçadores de gazelas,
Enjoaram das modelos,
Só querem casar com ela.
VI
Eu também quero uma lasquinha
Uma filepa de poder
Quero olhar nos olhos dela
E, ternamente, dizer
Que mais bonita que ela
Mulher nenhuma há de ser.
VII
Eu já vi um deputado
Dizendo no Cariri
Que Dilma é linda e charmosa,
Igual não existe aqui,
E é capaz de ser mais bela
Que Angelina Jolie.
VIII
Dilma pisa devagar
Com seu jeito angelical,
Nunca deu grito em ninguém
Nem fez assédio moral
Ou correu atrás de gente
Com um pedaço de pau.
IX
Dilma superpoderosa:
Oito bilhões pra gastar
Do jeito que ela quiser,
Da forma que ela mandar,
Sem contar com o milhão
Do cofre do Adhemar
X
Estou com ela e não abro:
Viro abridor de cancela,
Topo matar jararaca,
Apagar fogo na goela,
Para no ano vindouro
Fazer um PAC com ela.

E ó proceis depois da eleição!!!

terça-feira, junho 16, 2009

Viva a vida!

Na boa que eu ia deixar passar em branco o meu aniversário. Mas o Boêmio não deixou. Tornou o meu dia mais feliz desde a véspera! Não tivesse eu trabalho de campo a semana inteira, hoje era dia de me esbaldar. Mas tenho que ser contida na comemoração. Passar um dia inteiro debaixo de sol, andando pra cima e pra baixo carregando peso e de ressaca, ninguém merece. Ou, por outra, alguém merece, mas não eu.

Então, me mandem parabéns, beijinhos, abraços, good vibes, votos de felicidades e alegrias múltiplas! E bebam hoje por mim!

terça-feira, junho 09, 2009

Desculpas

Desculpem as lágrimas e as blasfêmias.
É que até a ternura, quando vem, vem em fúria.

Frase da Semana

Fuck the cool

Soturna, sorumbática, depressiva

Morreu uma estagiária aqui do departamento. A menina tinha só 21 anos, ia formar no final deste ano. Bonita, inteligente, sorridente. Teve uma apendicite, foi operar, e deu mil e uma complicações na cirurgia, parada cardíaca, essas coisas. Apendicite. Milhares de apêndices são tirados todos os dias, uma coisa quase banal. Mas ela morreu. E nos últimos dias eu não consigo parar de pensar nessa morte. Vou tomar uma cerveja e penso: "eu aqui toda tranquila, tomando uma cervejinha e ela tá lá, enterrada". Vou reclamar do filme ruim e penso: "eu aqui reclamando de bobagem e a moça morta e a família em desespero". A morte de qualquer conhecido me deixa estupefacta: Morreu como, se ainda outro dia tava viva?! E me põe em perspectiva: perante a morte, qualquer fato da vida me parece sem a menor importância.

Lamento por ela, por todas as coisa que não teve tempo de realizar: ter o primeiro emprego, o orgulho de ganhar o próprio sustento, a excitação de montar a própria casa, a alegria de um filho, o estranhamento dos primeiros fios brancos no cabelo.

Mas a dor e a tristeza me vêm de pensar em seus pais. Perder um filho que acaba de se tornar adulto, quando se pensava já ter passado a época dos maiores riscos e perigos, quando se imaginava que todo o investimento emocional/físico/material ia finalmente dar retorno na forma da felicidade de ver sua cria poderosa e independente. E a filha se vai, assim, por uma coisa quase banal. Eu queria realmente acreditar em deus numas horas dessas...

sexta-feira, junho 05, 2009

Maus Modos

A má educação que impera nestes tempos atuais me deixa absurdada.

Recebo um email assim:

"Oi, sou aluna de pós-graduação do professor Fulano de Tal. Não sei o seu nome porque ele não me disse. Estou pedindo uma cópia da sua dissertação. O melhor é você entrar em contato comigo, meus telefones são xxxx-xxxx e xxxx-xxxx.

Atenciosamente,
Maria Beltrana"

Hein?
Não sabe meu nome? Que tal perguntar antes de me escrever?
Cópia da minha dissertação? Que tal um "por favor"?
Melhor eu entrar em contato?! Por quê? Te devo alguma coisa?

Beltrana não foi nem um pouco atenciosa. Não merece nem resposta.
Aliás, minha vontade foi de escrever para o Prof. Fulano e pedir-lhe que dê uma aula de boas maneiras aos seus estudantes.

segunda-feira, junho 01, 2009

Frase da Semana

"Anda todo mundo preocupado em deixar o mundo melhor para os filhos, mas deviam se ocupar também de deixar filhos melhores para o mundo."
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Fim-de-semana com as crianças:

Não recomendo a exposição "Um olhar sobre o universo" no Palácio das Artes. Teoricamente, devia ser uma exposição sobre ciências voltada para o público infantil, o que muito me atraiu. No entanto, não tinha nada exposto, no sentido literal da palavra. Havia umas réplicas meio toscas de um moai, dos planetas do sistema solar, de um monolito de stonehenge e tal. O resto eram só painéis com muito texto, poucas fotos e vídeos-documentários muito demorados, que a gente nunca pegava no começo. Pouquíssimo atraente para os menores, aliás, pouquíssimo atraente até para os adultos. Não gostei.

Mas na galeria inferior, junto ao café, tinha uma exposição de fotografias comemorativas de não sei que convênio Brasil-EUA que valeram a pena e salvaram a ida. Nada muito extraordinário, mas algumas fotos clássicas que todo mundo sempre gosta de rever, tipo o marinheiro beijando a enfermeira no fim da Segunda Guerra, e outras que eu ainda não conhecia e gostei.
Um paralelismo meio forçado entre as duas nações, mas as fotos eram bem boas na maioria.

Domingo de manhã:
Se ainda não foi, vá e leve os pequenos ao Palácio da Liberdade. Passeio diferente e instrutivo, muito agradável se você conseguir evitar o harário de maior fila. Pena que os jardins estão fechados à visitação, estive lá quando criança e lembro que eram lindos!

Domingo à tarde:
Festa Tradicional Italiana na Savassi. Um certo nível de desapego do conforto é necessário nessas feiras ao livre. Fila pra tudo, não se consegue mesa, muito cheio até pra andar. Nada que a segunda cerveja de estômago vazio não resolva. Aí eu relevo tudo e começo a me divertir mesmo. Encontrar a Rê, queridíssima e sumidíssima, deu um plus no programa!
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Combinações perfeitas:

-pão com manteiga
-arroz com feijão
-ovos com bacon
-leite com nescau
-pão de queijo com cafezinho
-peixe com pirão
-Meg com Rubão