Mesa de Bar

Lugar pra se falar sobre tudo e sobre o nada.

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Local: Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil

Sóbria, a maior parte do tempo. Na mesa de um bar me torno mais corajosa, mais sensível, mais emotiva, mais generosa. No bar e com umas cervejas a mais, as dúvidas se dissipam, as certezas afloram, as tristezas caem fora e a alegria reina. Sim, na mesa de um bar eu sou uma pessoa melhor do que fora dela.

sexta-feira, maio 30, 2008

Um momento de beleza em meio à aridez do hipercentro belorizontino

O casal de catadores de papel se abriga à sombra, sob a marquise, carrinho estacionado ao lado. Ela encosta-se na parede, pernas esticadas à frente. Ele deita-se no chão, cabeça apoiada no colo dela. Ela lhe faz cafuné na cabeleira suja, ele lhe faz um carinho no rosto com a ponta dos dedos. Os dois conversam despreocupados e riem um pro outro. Ambos sujos, esfarrapados, suados.
Mas há tanta ternura nos gestos, tanta doçura nos olhares, um ar tão denso de intimidade e companheirismo os rodeia que é perfeitamente possível que naquele momento eles estejam, na realidade, sob a copa de uma árvore frondosa, em meio a um maravilhoso gramado, com roupas bacanas e banho tomado.

E eu, cínica, cética e anti-sentimental, tive que me render às evidências: o amor existe e é lindo!

quinta-feira, maio 29, 2008

Auto-imagem

Quando me dei conta, até levei susto: aquela moça bonita, elegante e sorridente sendo filmada na televisão de segurança da loja era EU!!!

25.000

Legal!
Em um ano, dois meses e uma semana esta mesa de bar recebeu 25.000 visitas.
Eu sei que há blogs que recebem muito mais do que isso por dia, mas fiquei muito satisfeita com esse número!
O visitante #25000 é de Caxias do Sul, RS e entrou aqui via Google, através da palavra-chave "interdisciplinaridade".
Caso volte algum dia, identifique-se, caro visitante! Vai receber como prêmio um brinde à sua saúde!

quarta-feira, maio 28, 2008

Para que conste dos autos

Eu me considero péssima poeta. Cometi, na juventude, alguns atentados contra a nobre arte de versejar. Ainda hoje, me assaltam, às vezes, instintos de fazer poesia, mas consigo me controlar. Ou, pelo menos, apago as provas do crime antes que cheguem ao conhecimento do público e traguem prejuízos ao senso estético alheio. Agradeçam-me, faço-o em nome do bem-estar da coletividade.

Também sou terrível dramaturga. Tentei (uma única vez, é fato) escrever uma peça de teatro e fracassei essencialmente por falta de talento. O argumento, modéstia às favas, era bom. Aliás, era ótimo, qualquer dia eu conto a história que tinha inventado. Mas escrever diálogos, que coisa difícil! E é justamente a forma como mais nos comunicamos, desde a infância; não deveria ser tão árido.

Só que eu não conseguia dar naturalidade a nenhuma das falas dos personagens. Ou ficava tudo muito óbvio, ou não ficava nada claro. Sem especificar o tom de voz, a postura, a expressão, etc é quase impossível (para mim) manifestar a personalidade de alguém. Se você quer que alguém seja amargo, triste, traumatizado com o passado, não pode colocar uma fala dizendo exatamente isso. Soa falso. Mas de alguma forma essas características do personagem têm que ficar claras, ou não se justificariam certas atitudes que ele vai tomar ao longo da trama.

Enfim, um desafio interessantíssimo que deixo para outros mais capazes do que eu.

Poetas

Um bom poeta é aquele que, mesmo quando escreve em prosa, faz poemas belíssimos, ritmados, musicais, boas imagens. Exemplo de boa poesia: qualquer bilhetinho de Vinícius de Morais para a faxineira.
Mau poeta é o sujeito que escreve uma prosa ruim, corta as frases pelo meio, empilha orações mais ou menos do mesmo tamanho e tem a pachorra de dizer que aquilo são versos. Exemplo de má poesia:

"Um bom poeta é aquele que,
mesmo quando escreve em prosa,
faz poemas belíssimos,
ritmados, musicais.
Exemplo de boa poesia:
qualquer bilhetinho de
Vinícius de Morais
para a faxineira.

Mau poeta é o sujeito que
escreve uma prosa ruim,
corta as frases pelo meio,
empilha orações mais ou menos
do mesmo tamanho
e tem a pachorra de dizer
que aquilo são versos."

Prazeres comprados

No passado, comprei os prazeres que pude. Era infeliz e tinha dinheiro.

Comprei uma bela varanda de azulejos hidráulicos. Comprava vinhos caros (20 garrafas de uma vez!) e puro malte escocês. Vestidos bonitos de grifes famosas. Comprei jantares magníficos em restaurantes elegantes. E presentes bacanas que eram sempre desprezados (não disse que era infeliz?). E comidas: codornas, salmão, camarões do tamanho da minha mão, pernis de porco defumados, bolos de nozes. E coisas mais baratas também: bombomzinhos, camisetinhas, agrados e mimos para meninas, passeios aqui e ali e à Europa também.

Agora não tenho mais dinheiro e sou feliz (há momentos de tensão intermeados, como em toda a felicidade verdadeira). Meus prazeres são de graça e ainda mais deliciosos. A gargalhada que explode depois do ato falho, o passo de dança improvisado e bem-executado, o tilintar de chaves do outro lado da porta, as conversas que nunca têm fim, os jogos de palavras, as músicas inventadas, as piadas internas, a companhia serena, o cheiro de criança no quarto das crianças, a leitura em voz alta, o enfiar das contas coloridas num barbante, os gritinhos agudos, o vozeirão grave, dormir a sesta na casa do meu pai, coreografias apalhaçadas, planos de passeios futuros, fazer contas com os dedos, acalentar, dar colo e leite morno, lembrar casos engraçados, amar e ser amada.
E não gasto quase nada.

terça-feira, maio 27, 2008

Descrente

Não há nada entre o céu e a terra
Além da nossa rala, rasa e vã filosofia
E dos gases do efeito estufa.
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Há dias em que minha vontade é de:

fechar os olhos
tapar os ouvidos
enfiar a cabeça debaixo da terra
fugir pra Lua
virar eremita
me enclausurar num convento
me perder na amazônia
me trancar numa concha
esquecer que o mundo existe.

Mas hoje não. '
Aliás, por favor, dá licença, só por um minutinho tire sua dor do caminho que eu quero passar com o meu sorriso!

segunda-feira, maio 26, 2008

Biocombustíveis

Assuntos polêmicos, quanto mais eu estudo menos eu sei.
Estou ainda sem posição definida em relação aos biocombustíveis. Embora tendendo a favor.

Quem vai realmente se beneficiar com eles?

Se vocês quiserem começar a entender a confusão, leiam isso aqui.
E isso. E mais isso.

Indiana's back

Eu adorei. Assim, sem ponto de exclamação. E só porque era "O" Indiana Jones.
E para adorar tive que dar um monte de descontos pro roteirista, pro continuista, etc.
Devo estar mesmo ficando velha, exigente e rabugenta, mas o filme nem chega aos pés do último.

quarta-feira, maio 21, 2008

9 anos

Hoje eu faria 9 anos de casada. Sinceramente, nem sei o que pensar a respeito disso.


Melhor não pensar.

terça-feira, maio 20, 2008

Hmmm...hein?....o quê? O fim de semana já acabou??!! Que droga.
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Sugestões da casa

Balada
Sexta, vá passar frio no Freud, em Nova Lima. O lugar é lindo de dar comoção, mesmo. Mas é caro, atendimento mais ou menos, comida com fartura de nouvelle cuisine e é lá onde o vento fez a curva.
Sábado à noite. A festa acabou antes do amanhecer e você não quer ir pra casa?
Bora pro Ziriguidum meu povo, que o Samba da Madrugada começa às duas da manhã! (fica ali na av. Catalão, antes da Newton Paiva)
A criatura vai com seus saltos mais altos, samba até quase morrer e depois não consegue andar até o carro. Não reparem se, na porta, encontrarem figuras levando tombaços na calçada pessimamente conservada.

Filmes
Estrela Imaginária, de Gianni Amelio
Um Amor Além do Muro, de Dominik Graf
Só pra quem gosta do estilo "não trabalhamos com finais felizes".
Eu gostei bastante.

Comidas
Refeições saudáveis, alternadas com junk food e coca zero.
Para contrabalançar.

Drogas
Azitromicina 500mg.
A garganta pára de doer. Mó viagem.

sexta-feira, maio 16, 2008

BluBlu

Desde as Bicicletas de Belville que eu não curtia tanto uma animação!
Não deixem de ver isso.

daDiva

A amiga multi-talentosa criou sua própria marca e está fazendo sucesso na cena fashion!!!
E ela merece, que criar a beleza é um dom natural da Pattilda!
Olha que fantásticos os tênis e sapatilhas que ela está customizando:




Não deixem de vir aqui conhecer os outros trabalhos magavelolosos que ela faz!
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E, finalmente, após uma longa e penosa semana, chegou a sexta-feira.
Aleluia irmãos!!!

quarta-feira, maio 14, 2008

Politiquinha ambiental

A Marina Silva deixou o governo. Fico feliz por ela porque ninguém com tal histórico pessoal e político merece ficar fazendo figuração num ministério, sem nenhum apoio do Chefe, e perdendo todas as causas que defende, uma atrás da outra. Quanto ao Lula, perdeu o pouco crédito que ainda tinha comigo. Pode ir lamber sabão junto com a Dilma.
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Ah, alguém pode me explicar o que é twitter e para que serve?

terça-feira, maio 13, 2008

Inveja dos homens

Sabem o que eu realmente invejo nos homens?

Não é o falo, nem a liberdade sécsual, nem fazer xixi em pé, nem a força física, nem nada dessas coisas, mas sim o fato de andarem pelas ruas com as mãos e braços livres.

Observem na próxima saída à rua: as mulheres estão sempre carregando bolsas e sacolas, e crianças, e lancheiras de crianças, e casaquinhos, e embrulhos, e pastas de papéis, e etc. Os homens andam balançando os braços, livremente. No máximo, um aparelhinho de celular ou a chave do carro. Eu, que me sinto quase sempre sem braços, como um cavalo, morro de inveja.

Macaquice na tv

Os defensores da mídia afirmam que a televisão instrui e diverte. Na minha humilde opinião a instrução é quase nula e a diversão é muito relativa. Rarissimamente eu consigo me divertir assistindo a programas de humor, mas adoro as partes gagas quando, sem querer, alguém dá uma rateada e diz bobagem no ar.

Há uns dias, assisti uma matéria sobre o gorila Idi Amin, do zoo de Belo Horizonte. O repórter afirmou: "este é o único gorila da América Latina" e em seguida emendou: "quer dizer, é o único gorila em cativeiro da América Latina."

Sugeriria ele que há outros à solta por aí? hahaha, adoro!

segunda-feira, maio 12, 2008

Tem coisas que, por falta de explicação plausível, a gente deixa de questionar e passa a aceitar como premissa básica da vida. O perigo é virar dogma e a gente viver sob premissas erradas.
Assim, tipo, sei lá, tô falando por falar.
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Origami:
papel 10 X 0 Meg
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Muito frio, dedos enregelados, digitação difícil.
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Caça esportiva agora é a nova moda lá em casa.
Caçamos mosquitos para alimentar nossa plantinha carnívora.
É quase irresistível a tentação de pôr um dedo lá dentro pra ver o que a plantinha faz.
Lembrei de quando, na graduação, eu criava baratas no laboratório para alimentar dois escorpiões de estimação que eram nossas mascotes.
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R. contou que algumas pessoas ficam, inicialmente, intimidadas comigo.
Como pode? Logo eu, a mais inofensiva das criaturas. Incapaz até de me defender como devia.
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Se a homenagem na escola não me tocou muito, o dia das mães lá em casa foi ótimo! Começou com um café da manhã servido na cama e foi daí para mais!
Obrigada, queridinhas e queridão! A mamãe amou muito!

Lirismo

De todos os belos versos produzidos pela língua portuguesa, o que mais me agrada, me emociona, me diverte, me deixa passada pela ousadia, pelo senso estético, pela capacidade de síntese, pelo apelo erótico e sensual é este da Adélia Prado:

"Cu é lindo!"

sexta-feira, maio 09, 2008

Homenagem

Homenagem às mães na escolinha das pequenas:
Tapete vermelho
Música ambiente
Salva de palmas

Ganhei uma flor de balas de goma, um porta-guardanapo de madeira pintado pela Bibi, um quadro de flores secas, uma foto em marca dágua da Laurinha, um cartão de crédito de cada uma com limite infinito de beijos, abraços e carinhos, um Vale café-da-manhã-na-cama e um Vale quarto-arrumado. Tudo muito bonitinho, mas...

Não me tomem por fria ou insensível, mas eu meio que cansei dessas homenagens pasteurizadas anuais.

quinta-feira, maio 08, 2008

Interdisciplinaridade e Artesanato

A interdisciplinaridade é uma das muitas coisas que me empolgam. Acho o máximo quando diferentes áreas do conhecimento se tangenciam e se complementam oferecendo umas às outras as ferramentas necessárias para resolver problemas complexos.

Por exemplo, adoro quando químicos se unem a restauradores para descobrir a composição de certos pigmentos e auxiliar na recuperação de obras de arte antigas. Ou quando geneticistas e ecólogos juntam forças para desvendar complicados padrões de dinâmica populacional. Ou quando físicos ensinam a biólogos que a entropia e entalpia dos ecossistemas podem ser medidas para se avalia o de degradação dos mesmos.

Mas a interdisciplinaridade não é um exercício fácil. Profissionais com formações diferentes falam diferentes línguas e têm visões e objetivos muito particulares. Trabalhar em conjunto é um desafio que requer altas doses de paciência e boa vontade. Ontem num workshop do meu projeto, eu e um geólogo gastamos um bom tempo quase nos hostilizando antes de chegar a um consenso. Se é que chegamos.

A situação me lembrou a lendária palestra em que um físico eminente, querendo exemplificar a aplicação das leis da Termodinâmica aos organismos vivos, começou assim sua apresentação: “Tome-se uma vaca perfeitamente esférica...”
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Esta semana na praça de serviços da UFMG há uma feira de Artesanato do Jequitinhonha. Para quem já conhece os produtos típicos da região não há muita novidade, mais ou menos as mesmas coisas de sempre. Mas o legal é que, ao lado da exposição, montaram um espaço onde os artesãos podem trabalhar ao ar livre e nós podemos acompanhar o processo de manufatura das peças. Eu, particularmente me encantei com o trabalho das cesteiras e dos oleiros. Achei fascinante o entrelaçamento das palhas, a modelagem da argila, ver surgir do caos da matéria prima uma forma conhecida. Podia ficar horas olhando sem cansar.

quarta-feira, maio 07, 2008

Regressão multivariada não-paramétrica

A temperatura diminui 5 graus, o peso do prato aumenta 200 gramas, o consumo de brigadeiro sobe para 2 unidades.
Calculem a equação da regressão e através do modelo Meguiano de Engorda Desproporcional façam a previsão do peso da moça até o fim do inverno.

Viciado em trabalho

01 - Um Viciado em Trabalho não tem quarto... Tem escritório!
02 - Um Viciado em Trabalho não tem amigos... Tem contatos!
03 - Um Viciado em Trabalho não tem vida... Tem carreira!
04 - Um Viciado em Trabalho não tem sonhos....Tem projetos!
05 - Um Viciado em Trabalho não tem encontros... Tem reuniões!
06 - Um Viciado em Trabalho não toma cerveja... Toma decisões!
07 - Um Viciado em Trabalho não faz sexo... Descarrega o stress!
08 - Um Viciado em Trabalho não navega na Internet... Faz pesquisas!
09 - Um Viciado em Trabalho não tem domingo... Tem hora-extra!
10 - Por último, fique tranqüilo: viciado em trabalho não fica lendo blogs... Ele trabalha!

Ou seja, não é o nosso caso...

terça-feira, maio 06, 2008

Vi e ouvi por aí...

Professor da Faculdade de Ciências Econômicas:
- E o calouro veio perguntar se na minha disciplina eu ensinava a ganhar dinheiro jogando na Bolsa de Valores. Se por acaso soubesse ganhar dinheiro na Bolsa, eu lá seria professor?!
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Carro adesivado parado no sinal:
Desentupidora ROLA-B*STA
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Um sujeito xingando outro:
- Vá coçar a próstata!

segunda-feira, maio 05, 2008

Mais do mesmo...

Cinema no fim de semana

Sonho de Cassandra, do W. Allen. Não gostei, não recomendo (o bonequinho viu e bocejou o filme inteiro). Fui ao cinema esperando rir de mim mesma e da humanidade em geral, como é de uso nos filmes do diretor. Mas o neurótico trocou de vez suas engraçadas obsessões sécsuais pelo mórbido interesse pelos assassinatos. Não é uma comédia, não é policial, nem suspense. Woody Allen resolveu fazer drama, mas sem nenhum toquezinho de humor. Achei o filme previsível, chato.
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Bibizinha, um espírito tão poderoso num corpinho tão frágil...
Forte crise alérgica, de novo.

Já não havia tapete nem cortina no seu quarto e os bichos de pelúcia eram limitados. Agora não há mais nenhuma pelúcia, nem livros, nem estante, nem nada que possa juntar poeira. A natação continua. O que mais falta fazer?
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Sobre o Comida di Buteco deste ano: muita fritura, muito torresmo, muita gordura.
Não que eu não goste, mas queria ter outras alternativas.
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Momento pieguice descontrol: o amigo mais que querido foi embora e morre de vontade de voltar. Aí chora de saudades e todos acompanham.
Imaginem a cena: madrugada de sábado, buteco fechando e um bando de bêbados comovidos na mesa do bar chorando juntos.
R., queridão, volta logo, visse?
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E olha a cara da feliz!
Toda lanhada de capim-navalha, toda mordida de mosquitos, toda com fome, toda debaixo de um sol inclemente e, ò, o tamanho do sorriso!