Tenho visto muitos filmes e lido muitos livros ótimos (algumas porcarias tbém, mas deixa pra lá), só que estou meio sem tempo e sem cabeça pra falar de tudo. Então, só os extremos:
Filme muito bom: Jogo de Cena de Eduardo Coutinho. O clima do filme sugere um
making off de um documentário, onde se questiona e mistura o que é ficcional e o que é real. As atrizes praticamente dão uma aula sobre interpretação e contam, aos pedaços, como é o processo de criação de cada uma delas. Eu fiquei tão envolvida com os depoimentos, que não consegui desfrutar de tudo o que o filme oferece em termos de construção de narrativas.
Filme muito ruim: a animação Bee Movie, do estúdio DreamW*rks. Eu odiei desde a primeira cena, quando vi que as abelhas tinham apenas 2 pares de patas. Custava alguma coisa fazerem um desenho entomologicamente correto? E os erros não páram por aí, o filme inteiro é de um absurdo total e completo desrespeito à Zoologia, Ecologia e Botânica. Até tem uma mensagem bonitinha: "devemos cuidar do planeta e salvar a natureza", mas podiam ter guardado alguma conformidade com os aspectos mais básicos da Biologia.
Livros bons: os do Paul Auster. Gostei dos três que li até agora: Desvarios no Brooklyn, Viagem no Scriptorium e Achei que Meu Pai Fosse Deus. Não são a coisa mais fantástica em que já pus os olhos, mas estão bem acima da média.
Livro ruim: Pinkerton de Franco Cordelli. Esta foi uma das raras vezes em que tive vontade de jogar um livro no lixo.
///---///---///---///
Não é um saco quando alguém vem te dizer como vc deve ou não se sentir?
Eu saí do cinema profundamente emocionada e comovida, fazendo força pra não soluçar alto. E o bonito lá me dizendo que eu não devia ficar daquele jeito, porque a proposta do filme não era lacrimosa e sim discutir aspectos do "fazer cinema" e da estrutura ontológica disso e daquilo...
Ora, era só o que me faltava alguém me ditar se posso ou não me comover com o que eu quiser. Faltou muito pouco pra eu mandar o bonito lamber sabão.
Livros e filmes não são meus objetos de estudo e sim coisas que promovem (ou não) reflexões íntimas, pessoais e intransferíveis. Então, desde que eu não assoe o nariz na sua camisa, me deixe chorar em paz, visse? Ou, se quiser me consolar, por favor, faça isso com beijinhos, chocolate e paparicação em geral e não com argumentos racionais, que não é o momento para tal.