Mesa de Bar

Lugar pra se falar sobre tudo e sobre o nada.

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Local: Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil

Sóbria, a maior parte do tempo. Na mesa de um bar me torno mais corajosa, mais sensível, mais emotiva, mais generosa. No bar e com umas cervejas a mais, as dúvidas se dissipam, as certezas afloram, as tristezas caem fora e a alegria reina. Sim, na mesa de um bar eu sou uma pessoa melhor do que fora dela.

quarta-feira, junho 25, 2008

Acidente de trabalho

Estamos há meia hora sem acidentes de trabalho.

Tivemos uma queda de energia por cinco minutos no laboratório, bem no meio de uma análise química. O exaustor da capela refluiu todo o seu conteúdo e encheu o ambiente de metanol:dioxano.
Beleza, todo mundo pra fora até descontaminarem o lugar. Vim pro laboratório ao lado só pra contar pra vocês que, como não posso trabalhar, vou bater perna num shopping aqui perto.
Bye

Rápido demais

Eu acordo rápido demais e esqueço o sonho
Eu ando rápido demais e torço o tornozelo
Eu chego rápido demais e o lugar ainda está fechado
Eu como rápido demais e fico com soluços
Eu falo rápido demais e ninguém me entende
Eu olho rápido demais e não vejo nada
Eu decido rápido demais e me arrependo depois

segunda-feira, junho 23, 2008

Insegurança infantil

Bibi, a menina que tem medo de crescer:

- Mamãe, quando uma criança tá quase ficando adulta, mas ainda não é adulta, os outros adultos contam pra ela tudo o que ela tem que saber pra ser adulta?

sábado, junho 21, 2008

Vidas Passadas

Caso existissem vidas passadas (coisa em que não acredito), eu nunca devo ter sido ninguém importante: nem rainha, nem amante de poderosos, nem sacerdotisa. Sempre o anonimato, sempre o destino das mulheres comuns e normais. Mais ou menos assim:

No final da última glaciação, eu acompanhava meu bando nômade perseguindo as manadas de mamutes. Tive dois filhos, nem sei de que pais, pois na época éramos todos muito promíscuos. Ao descarnar com pressa um alce gigante (as hienas se aproximavam), feri a mão com a ponta de sílex e a ferida infeccionou. Após cinco dias de febre, morri. Tinha 17 anos.

No reinado de Ramsés I, eu plantava cereais a cada vez que as águas do Nilo baixavam. Meu marido me comprou, aos treze anos, por três cabritos e uma novilha, tive cinco filhos, continuei plantando cereais às margens do Nilo e, para os padrões da época, tive uma vida longa e tranquila. Morri de malária aos 25 anos.

Durante a decadência do império romano, eu era escrava de um senador. Fui batizada cristã por ordem dele, mas não me fez a menor diferença na vida. Lavava as togas e os mantos e detestava as noites de orgia, porque a roupa vinha sempre vomitada. Um belo dia, após meses de cerco e de fome, os bárbaros nos invadiram. Fui degolada aos 30 anos.

Idade Média. Impossível lembrar direito, mas havia muita fome e muito frio. A peste me levou aos nove anos, junto com toda a minha família.

Chegou à nossa tribo a notícia de homens brancos que vinham em grandes barcos pelo mar, com armas e ferramentas muito poderosas. O cacique montou uma expedição de guerreiros e homens sábios para tentar uma aliança contra os tamoios. Fui com eles. Mas os inimigos nos atacaram no terceiro dia de caminhada e fomos mortos e devorados. Nem cheguei a ver as caravelas. Não sei que idade tinha.

Era 1760 (Ano da Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo), quando o senhor meu pai decidiu que eu deveria ir para um convento, pois não havia dote para me casarem. Minhas quatro irmãs mais velhas já haviam casado e meus três irmãos haviam dilapidado todo o patrimônio da fazenda comprando uma maldita máquina a vapor que ninguém sabia como usar. Bordei, pacientemente, paramentos para o bispo durante 45 anos. Morri aos 60, de morte natural e tédio. E o pior de tudo: virgem.

Fins do século XIX. Vivia espartilhada, apertada e incomodada; aprendi a ler, mas só o que a igreja e o estado permitiam. Tudo era proibido. Só saía de casa para visitar parentes ou ir à missa. Passava a maior parte do tempo na cozinha. Apanhava do marido, mas nunca contei para ninguém. Dinheiro sempre escasso. Vi meus filhos mais velhos morrerem de sarampo, meus irmãos de tuberculose, muita gente de gripe espanhola. Eu morri aos 32 em conseqüência de um parto difícil.

Mulher do século 21. Estudei, casei, descasei, tive filhos. Sou independente, trabalho duro para me sustentar. Nunca tive tanta liberdade: vou onde quero, faço o que quero, não dou satisfações. Minha expectativa de vida nunca foi tão alta. Ainda tenho medo da violência e de algumas doenças. A existência é muito mais confortável, embora infinitamente mais complexa. Pela primeira vez na história posso esperar ser feliz, um conceito que até então não era pertinente.

sexta-feira, junho 20, 2008

Super Meg, ativar!

Aqui é assim: você dá uma mão e te tomam o braço todo.
Me pediram que desse uma ajudinha numa pesquisa (nada a ver com meu projeto) que estava atrasada, com dados incompletos, ainda não analisados.
Ajudar? Claro que sim, como não?
Agora, adivinhem quem vai ter que fazer o relatório final todo sozinha, hein, hein?
Eu, óbvio, a Super Meg.

quarta-feira, junho 18, 2008

Só preu não esquecer

Desde que vim parar na Biologia, caloura em 1991, já vi pelo menos 5 doidos neste curso. Não estou falando de alopradinhos que querem causar e fazem o curso pelos côcos, vivem bebendo e fumando a erva e talz. Estou falando de gente doida diagnosticada, esquizofrênicos, paranóicos, psicopatas; uma moçada que tomava remédios pesados e de vez em quando surtava. E eu sempre senti um certo medo deles.

Eu tive um aluno assim. Tinha esquizofrenia, controlada com medicação. Num fim de semana, levei a turma inteira para fazer trabalho de campo num reservatório do Triângulo Mineiro. Sábado à noite, coletas terminadas, todo mundo foi tomar cerveja no alojamento onde estávamos hospedados. O aluno em questão me avisou que não podia beber por causa dos remédios. Tudo bem.

Em determinado momento da noite, eu olho pela janela e no gramado ao lado do alojamento lá estava ele, correndo em círculos em alta velocidade, com os braços estendidos à frente do corpo como se segurasse um volante de automóvel. Brincando de carrinho. Apavorei: "o Fulaninho surtou, deve ter bebido"! Eu era a única professora presente em meio a mais de 20 estudantes ainda semi-adolescentes, a mim cabia a responsabilidade pela segurança e bem-estar de cada um. Entrei em pânico, não sabia o que fazer. Juntei toda a minha coragem e mais dois alunos grandes e parrudos e fui lá perguntar o que se passava.

"Sabe o que é, fessôra, é que eu tenho que gastar energia e ficar cansado antes de tentar ir dormir. Senão, fico muito ansioso e passo a noite rolando na cama. Preocupa não, fessôra, eu tô bem", disse sem parar de correr. Profundo suspiro de alívio.

Até hoje, quando fico ansiosa e não consigo dormir de madrugada, eu me pergunto se não é o caso de sair de casa e ir correr em círculos na garagem do prédio. Será que os vizinhos vão me achar muito louca?
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O último maluquinho de que tive notícia foi através de uma professora da Genética. Ela foi chamada pelo diretor do instituto. Chegou na sala dele e estava presente também um de seus alunos. O diretor anunciou: "o seu aluno Fulano de Tal tem uma interessante sugestão de pesquisa para a área de Genética Humana que eu gostaria que você ouvisse."

O menino, todo sério, disse que queria que ela tirasse sangue dele e fizesse uma análise de DNA, pois ele estava certo e seguro de ser descendente direto de Jesus Cristo. (!!!???) E ela: "Ah sim, certo, muito interessante. Você então fica aqui com o diretor enquanto eu vou buscar o material para a coleta da amostra, tá?"

Pois ela correu no colegiado, pediu para entrarem em contato com a família e virem buscá-lo.
Não voltou até hoje, coitado.

A culpa é da mãe!

Então que se a menina ainda tropeça na leitura de algumas palavras, a responsabilidade não é da professora nem da escola.

A culpa é da mãe que trabalha 8 horas por dia, gasta mais hora e meia no trânsito, não tem empregada à noite, tem mais uma filha que demanda cuidado e não consegue 2 horas livres diárias para ficar à inteira disposição da filhota, ajudando nos estudos.
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Festas infantis modernas me levam a questionar se as futuras gerações serão capazes de auto-organização ou se vão depender para sempre de monitores.
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Diz-me com quem achas que eu ando e te direi quem achas que eu sou.
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Lendo Virginia Woolf

A castidade, longe de ser uma virtude, não passa apenas de uma das muitas formas de ignorância. Lamentável estado, segundo a escritora.

A quem interessa manter castas as mulheres? A quem interessa manter ignorantes os povos?
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Por outro lado, mesmo uma criança de 4 anos pode sentir bem a benção da ignorância.
Bibi, ontem à noite, com medo de barulhos estranhos: "eu queria ser uma pessoa que não sabe que existem ladrões".

terça-feira, junho 17, 2008

Pura delícia

Tem nada mais bacana que abrir o blogger e dar de cara com tantas mensagens afetuosas! Obrigada pelos parabéns, pelos beijos e abraços. São uns queridos, vocês!
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No dia do aniversário tinha obras em casa, nem liguei o computador. Poeira, poeira, poeira. Passei pano úmido no chão umas trinta mil vezes. Mas o piso banheiro tá ficando lindo!

As menininhas me deram de presente o prato do jantar raspado (adoro quando elas raspam o prato, presentão!). Meu pai me deu o jantar, valendo surubim com alcaparras, e creminhos de beleza para eu ficar ainda mais maravilhosa. Amei muito!

Mas quem se superou novamente foi o boêmio. Me deu de presente TODAS as músicas do Zeca Baleiro e do Manu Chao (cujos cds eu perdi para sempre) embaladas num mp3 magavilhoso! Eu me derreto... (e ele ainda trouxe a sobremesa!!!)

sexta-feira, junho 13, 2008

Parabéns, por favor!

"Hoje é sexta-feira,
amanhã é sábado,
depois de amanhã é domingo
e a segunda-feira ninguém sabe o que será."

Mentira! Eu sei!
Segunda-feira é meu aniversário!!!!!

A partir da próxima segunda-feira (dia 16) estarei mais perto dos 40 do que dos 30 anos. E não estou nem um tico aborrecida ou chateada com isso, pelo contrário. Parece-me, aliás, que uma vez dobrado o Cabo das Tormentas, ele automaticamente se torna no Cabo da Boa Esperança e um futuro promissor se avizinha!
Portanto, façam o favor, todos os que aqui passarem me deixem um abraço de parabéns pelos 36 anos bem-vividos.

Beijos aos baldes e tenham um estupendo fim-de-semana!

Ainda não tem nada programado pra sábado à tarde?
Ò que legal:
Bora lá todo mundo?
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Falava-se no outro dia sobre o livro do Dawkins e veio a questão de como seria o mundo se abolíssemos as religiões. Entre outras coisas, não teríamos tantos feriados. Não teríamos Natal, nem Carnaval, nem Semana Santa, nem dias da padroeira. E acabavam-se as festas juninas e qualquer outra manifestação cultural que tivesse, nas suas origens, algum cunho religioso.
Epa, aí não. Ponto a favor da religião. Feriado é sagrado!
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A conversa se desenvolveu, tomou outros rumos e concluimos que se na compra de uma camiseta estampada com a cara do Che Guevara, os estudantes brasileiros doassem um dólar para Cuba, o futuro da Revolução estaria garantido.

quinta-feira, junho 12, 2008

Namorados

Para fazer um post lindo e romântico para o dia dos namorados, fui buscar inspiração em casais famosos, fictícios ou reais. Tristão e Isolda, Abelardo e Heloísa, Romeu e Julieta, Dante e Beatriz, etc. Mas aí desanimei. Todas essas grandes histórias de amor terminam muito mal. Ou com uma morte prematura, ou com uma separação inconciliável.

Será que os únicos amores que duram para sempre são aqueles não-vividos plenamente? Ou será que a nossa memória (histórica e sentimental) registra apenas as grandes tragédias e dramas, deixando de lado os banais anônimos felizes?

Por via das dúvidas, neste dia dos namorados não desejo a ninguém um amor à la Romeu e Julieta, mas sim à la Seu Zé e Dona Maria, que mesmo depois de 45 anos juntos ainda passeiam na praça de mãos dadas, ainda fazem cafuné e massagem nos pés um do outro e economizam, com sacrifício, uns trocados para se comprarem um presentinho neste dia.
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E pelamordedeus, quem está sem namorado, nada de tristeza. Namore-se. Compre um presente bárbaro para você, faça uma comida que você adore, junte outros amigos solteiros e comemore.
Estar sozinho não é motivo para não ser feliz!

terça-feira, junho 10, 2008

Mãe poderosa


Minha mãe, amazona experiente, montando Ipiranga, um belo mangalarga marchador.
Foto tirada no último sábado.

segunda-feira, junho 09, 2008

Amiga de luto

Tenho uma amiga que está muito triste. E não há nada que eu possa fazer para lhe trazer consolo, porque sua dor é de ausência e para a ausência de um pai querido não há colo, ombro amigo, abraço apertado, palavras quaisquer, que tragam conforto.

Não sei o que lhe dizer que possa ajudar. Nem sei como dizer a ela que a tristeza dela também me atinge, que compartilho da sua perplexidade diante do inevitável, que gostaria que ela não tivesse que passar por isso, que desejo que o sorriso volte o mais rápido possível ao seu rosto.

Querida, que o tempo passe depressinha para você entrar logo naquela fase em que a memória do seu pai trará uma saudade serena e sem lágrimas, e as boas lembranças que guarda dele vão trazer aconchego e calor ao seu coração que neste momento deve estar apertado e doído. Coragem, amiga.

Multa e fim de semana

O correio me manda uma notificação de multa. Excesso de velocidade. Armo uma tromba que arrasta pelo chão enquanto leio a singela cartinha do Detran. As meninas perguntam o que é. Explico, digo que estou muito, muito chateada.
Bibi: "você vai chorar, mamãe?"

Para que não me chamem de pé-de-chumbo: eu estava apenas a 70 km/h, o limite era de 60.
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Tirando isso, o fim de semana foi absolutamente delicioso!
Destaques especiais:
no sábado, encontrar a Pattylda e almoçar com a Rê e a Aninha;
na noite de domingo, vitória incontestável no Imagem & Ação. (sorry, boys!)
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Tempo e espaço estão em expansão.
Deve ser por isso que as sextas-feiras estão cada vez mais longe umas das outras.

quinta-feira, junho 05, 2008

Nós de novo


Encontro do mês passado. Quebradeira na casa da Lê!
Quantas bonitonas felizes!!!!

A verdade fala mais alto

Dois pedintes no sinal vermelho, cada um com sua fila de carros. Um deles se aproxima da minha janela:
- Ô dona, me dá um trocado pra eu tomar umas... oopsss, pra eu comer um pf com meu colega?

Tivemos uma crise de riso juntos!

quarta-feira, junho 04, 2008

Galanteio

O que está acontecendo com os homens deste país que não fazem mais galanteios às mulheres? Perdeu-se a nobre arte de atirar elogios às belas que passam? A tradição apenas se mantém nos redutos da construção civil? Somente os garis atualmente nos brindam com “bom-dia, minha pérola!” às sete horas da manhã?

Na maviosa França, berço e cornucópia do requinte e sofisticação (vide a literatura, a gastronomia, a perfumaria, a alta costura), não há uma esquina, uma estação de metrô, uma loja, de onde uma senhora não saia sem ser agraciada com o louvor ao seu belo chapéu, ou ao seu belo sorriso, ou aos seus belos olhos.

Isso não pode ficar assim, senhores portadores do cromossomo Y. Passou ao seu lado uma moça bonita e você gostou de vê-la? Deixe-a saber disso! Não custa nada, não se corre nenhum risco, não se assume nenhum compromisso. E vai fazê-la imensamente feliz, tenha certeza.

Sejam galantes! Com as esposas, namoradas, colegas de faculdade ou trabalho, com desconhecidas na rua. Façam o favor de elogiar, rapazes.
Podem começar por mim!
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Tão vendo o bonitão aí na foto comigo?
Lindo, inteligente, culto, elegante, trabalhador, experiente, honestíssimo.
E me adora!!!


Meu paizinho queridíssimo!

Vamos combinar?

Já que tá todo mundo amando as coisinhas lindas da São Longuinho, vamos combinar de ir lá todas juntas neste sábado?
Eu ligo pra lá e agendo com as moças. Me manda um email quem estiver a fim.
A gente podia ir de manhã (às 11:00h), olhava, gostava, comprava, encomendava, sei lá, e depois podíamos ir almoçar todas juntas também em algum lugar ali por perto. Que tal?
Convite aberto a todas as senhoras, mocinhas, meninas, patricinhas, peruas, poderosas e piriguetes que frequentam esta mesa de bar.

terça-feira, junho 03, 2008

São Longuinho

Quando eu digo que essa minha amiga Pattylda é TUDA, vocês acham que eu estou exagerando, né?
Pois vão ver o que ela está aprontando aqui e digam se eu não tenho razão!
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Muito selviço e pouca celveja, os males da Meg são.
No mais, o bicho tá pegando, a chapa tá esquentando, eu tô fritando.