Mesa de Bar

Lugar pra se falar sobre tudo e sobre o nada.

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Local: Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil

Sóbria, a maior parte do tempo. Na mesa de um bar me torno mais corajosa, mais sensível, mais emotiva, mais generosa. No bar e com umas cervejas a mais, as dúvidas se dissipam, as certezas afloram, as tristezas caem fora e a alegria reina. Sim, na mesa de um bar eu sou uma pessoa melhor do que fora dela.

segunda-feira, abril 30, 2012

Itinerário Parisiense IX

Décimo dia:


Cidade das Ciências e da Indústria, quase na periferia de Paris. Para quem está com criança é um programão pra passar o dia inteiro, exposições temáticas muito bem boladas e cheio de atividades interativas. Só adultos, é meio roubada. Fomos assistir um filme 3D sobre pterodáctilos na famosa Geoda e... dormimos. Fomos assistir a apresentação do Planetário e... dormimos.


Museu do Louvre- voltamos ao Louvre no fim da tarde somente para ver o livro das "Ricas Horas do Duque de Berry", cuja exposição tinha começado no dia anterior. Amei!






À noite, teatro do Palácio do Congresso para assistir ao espetáculo de dança da companhia Bejárt Ballet Lausane. Ficamos impressionadíssimos com o Bolero de Ravel, quase entrei em transe, hipnotizada pelo excelente bailarino e pela música maravilhosa.


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Décimo-primeiro dia:


Mercado das Pulgas: fomos bem cedo e gostamos e gastamos muito. Já não é mais um mercado das pulgas no sentido tradicional, pois há várias seções enormes com eletro/eletrônicos feitos na China, utensílios modernos para casa, roupas novas, sapatos, artesanato, etc. Mas há ainda também as barracas de brechó, louças, bijuterias, quiquilharias, velhas, usadas, antigas.  E encontram-se também lojas grandes e bem montadas de verdadeiros antiquários, onde tudo é lindíssimo e caríssimo.


Museu Delacroix: como boa parte dos museus dedicados a um único artista, achamos que não valeu tanto a pena. O melhor de Delacroix está espalhado pelos outros grandes museus e este apresenta basicamente as obras dos tempos de formação, retratos de amigos, estudos e rascunhos. Podemos viver sem isso.


Ig. St Germain-de-Prés: a mais antiga de Paris.


Passeio pelo Boulevard St. Germain para localizar os famosos Café des Deux Magots, Café de Flore e a Brasserie Lipp. Nem tomamos café lá, a fama deixou os preços absurdos e as mesas lotadas. Mas foi nossa minúscula homenagem a Sartre e Simone, Godard e Truffaut.


Arco do Triunfo: acho que vale muito a pena entrar lá dentro. Tem um museu com a história do Arco e uma vista linda lá de cima. Obviamente não é tão alto como a Torre de Montparnasse, ou o Domo de Montmartre, mas dá pra ver os telhados de Paris mais de pertinho.


Champs Elisées: passeio para ver as vitrines de luxo e ficar um pouquinho mais pobre.


Por fim, ao pôr-do-sol, fomos dar um apaixonado beijo cinematográfico na Pont Neuf. 
Fantasia romântica minha. 
Mon amour relutou: "Mas a gente vai lá só pra dar um beijo?!" 
Deixei claro: "Amore, eu vou beijar na Pont Neuf hoje. Espero que você esteja lá também."



sexta-feira, abril 27, 2012

Itinerário Parisiense VIII

Décimo dia:

Museu Rodin- O palacete onde Rodin morou e os jardins ao redor da casa são das coisas mais lindas. Só isso já vale a visita. E tem as obras que são obviamente um caso à parte. Mas o fato é que em BH já houve uma grande exposição de Rodin e então já conhecíamos uma parte do que vimos e não ficamos assim tão impressionados.



Museu Cluny-  Museu dedicado à Idade Média. Eu gostei demais! Mon amour e eu ficamos muito impressionados com a série de tapeçarias "A dama e o unicórnio".  Nossa vontade era ligar pro Dr. Robert Langdon e pedir explicações sobre tantos símbolos.


Panteão- Nossa reverência aos grandes da França. Para mim, reverência especial ao casal Marie e Pierre Curie. O edifício é sensacional. Me chamou a atenção a enorme quantidade de túmulos ainda vazios. Os franceses devem estar esperando muitos gênios no futuro.

Igreja de St. Etienne du Mont- Não muito grande, mas muito rica, enfeitada e bem iluminada, em contraste com todas aquelas góticas dá uma sensação de acolhimento bem maior. Ali estão sepultados Racine, Pascal e Santa Genoveva, padroeira de Paris. Diz um édito papal pregado ao lado do túmulo que quem ali rezar determinado número de orações ganha 50 dias de indulgência.  Bom, se morrer até o mês que vem, vou pro céu igual a um foguete.



Instituto do Mundo Árabe, pra terminar o dia. O prédio do instituto é talvez mais interessante que o acervo que tem coisas bonitas e diferentes, sim, mas acabou me cansando.


E à noite: fomos ver Mamma Mia, o musical!!! Em francês, nem sempre consegui entender tudo, mas me diverti horrores!!!

quinta-feira, abril 26, 2012

Itinerário parisiense VII

Nono dia:
Rouen

Não que estivéssemos cansados de Paris, mas queríamos aproveitar para ver outras cidades da França e fomos, num bate-e-volta, a Rouen, capital da Normandia, onde a pobre Joana D'Arc foi queimada viva.  

Pegamos o trem bem cedo e em pouco mais de uma hora estávamos lá. Sendo tão perto, impressiona como Rouen é diferente no clima, na atmosfera geral da cidade, na arquitetura. Esta última é toda em estilo normando, com grandes traves madeira aparente e argamassa fechando os vãos, um sistema de construção chamado enxaimel. 




A cidade é toda assim, ruas e ruas, coisa mais linda!
O centro histórico de Rouen não é grande, dá pra passear tudo a pé sem ficar exausto e sem perder muito tempo. E o Centro de Informações turísticas, localizado bem em frente à catedral (era de lá que Monet pintava) é um primor no atendimento.

Também em Rouen há uma Catedral de Notre Dame, que Monet pintou muitas e muitas vezes, de manhã, ao sol do meio dia, de tardinha, em dias de chuva, em pleno verão, coberta de neve, etc. Não tão grande quanto a de Paris, mas impressiona muito.

Ali estão os túmulos dos primeiros duques da Normandia, entre eles o Ricardo Coração de Leão, que também era rei da Grã Bretanha, mas não dava muita bola para as suas terras além do canal da Mancha. Eu fiquei lembrando das histórias de Robin Hood, Ivanhoé, das cruzadas, do João-Sem-Terra e quase-quase chorei.

Além da catedral fomos ao Aitre St. Maclou, um cemitério, ou melhor, uma necrópole que nada tem de sombrio ou mórbido, pelo contrário, é bem animado. Até porque hoje funciona ali uma escola de belas-artes e a alunada faz intervenções pelos bancos, gramados e fica por ali se refestelando quando o tempo está bom.

De lá ao torreão que sobrou do antigo castelo onde Joana esteve presa, o Donjon Joana D'Arc.

Dali à antiga praça do mercado, onde ainda funciona um belo mercado de frutas, flores e frutos do mar, onde foi montada a fogueira que a queimou. No local das execuções, foi construída uma igreja toda moderna e muito, muito bonita. No caminho passamos pelo Grande Relógio da cidade.

Almoçamos regaladamente e durante a tarde fomos ao Museu de Belas Artes, que tem uma boa coleção de pintores franceses de todos os tempo e ao Museu Le Secq de Tournelles, especializado em objetos de arte ou utilitários feitos de ferro, com os quais ficamos encantados e nos deu vontade de trocar todas as ferragens de casa.. 

Também aqui mon amour encontrou o seu espaço preferido!

De noitinha, voltamos a Paris.

quarta-feira, abril 25, 2012

Ainda na praça de Tertre


Nossa caricatura.
Quem nunca cedeu à tentação de gastar dinheiro com bobagem?

Na praça de Tertre

Nossos perfis, recortados em papel por um artista local. Achei fofo!

Itinerário parisiense VI

Sétimo dia:

-Grand Palais.
Sendo segunda-feira, estavam todos os museus fechados, exceto o Grand Palais, onde exibiam uma exposição de mais de 200 fotografias do famoso Helmut Newton, queridinho por 9 entre 10 estilistas de alta costura, figurinha certa em todas as revistas de moda. Já na entrada avisavam que algumas fotos podiam ferir suscetibilidades, principalmente entre os mais jovens. E estavam certos. Moda, humor e erotismo em altas doses.
Além dessa, uma exposição intitulada "Beleza Animal", mostrando como a arte vem retratando os animais, sejam selvagens, domésticos, exóticos, etc. desde o Renascimento. Bonita exposição, sem dúvida, mas nada muito sensacional.

-Atravessamos, ida e volta, só pelo prazer da caminhada, a ponte Alexandre III, a mais enfeitada e rica da cidade.

Fora isso, andamos muito pela cidade, meio sem eira nem beira, fizemos comprinhas, entramos em lojinhas, supermercados, antiquários, galerias e passagens. Curtimos Paris.

Ponte Alexandre III e Grand Palais ao fundo.


Oitavo dia: 
Montmartre.

Foi um dos dias mais gostosos da viagem, na minha opinião. Fomos cedo para o bairro de Montmartre e por lá ficamos o dia inteiro, percorrendo as ruas, conhecendo as praças, visitando os locais turísticos e os nem tão turísticos assim:

-Igreja St. Jean de Montmartre
-Igreja St. Pierre de Montmartre
-Basílica de Sacré Couer, onde também descemos à cripta e subimos ao domo. Embora a basílica não seja tão grande, fica no topo de uma colina; no alto do domo estamos à mesma altura da T. Eiffel: a vista é linda!
-Place de Tertre. Feira ao ar livre, onde se reúnem artistas plásticos (alguns de talento duvidoso, mas enfim).
-Museu Salvador Dalí. As melhores obras de Dalí não estão ali. Podíamos ter passado sem.
-Museu de Montmartre. Gostamos bem, conta a história daquele pedaço da cidade e de seus principais personagens, boêmios e artistas de outrora.
-Os últimos vinhedos urbanos de Paris.
-Passamos na porta do Lapin Agille e do Bateau-Lavoir, pensão/ateliê onde moraram vários famosos.
-Halle St. Pierre, antigo mercado onde agora funciona o Museu de Arte Bruta. Mon amour, escaldado, quase briga comigo. Nem vou descrever o que é Arte Bruta, deixo pro Boêmio que adorou...



Itinerário parisiense V

Sexto dia:

-Museu do Quai Branly. Onde dialogam as culturas. É um museu relativamente novo, inaugurado em 2006, muita gente não ouviu falar dele ainda, mas foi um dos lugares que mais me emocionou. O local é todo dedicado à diversidade cultural do mundo e expõe objetos das mais variadas sociedades e civilizações das Américas, Oceania, África e Ásia. Por fora, um edifício bem modernoso e por dentro amostras de instrumentos musicais, arte funerária, máscaras, itens religiosos, peças de vestuário, etc. Coisa pra visitar sem pressa, passar quase o dia todo.

-Trocadero. O museu fica na região do Trocadero, onde também está a T. Eiffel e sua indefectível legião de turistas. Passeamos por ali, curtimos a vista, as praças e jardins, os muitos artistas de rua que se apresentam por todo o lado.



- Museu de Arte Moderna, no Palácio de Tóquio (não confundir com o Centro Pompidou). Como disse mon amour: "eu quero denunciar uma roubada."  Arte moderna, vocês sabem como é, algumas coisas bacanas no meio de um bocado de picaretagem, como pinceladas brancas sobre tela:



Esta é uma das obras que está exposta, no kidding.
















Mas uma coisa ou outra se salvou. Matisse, por exemplo. E só.

domingo, abril 22, 2012

Itinerário parisiense IV

Quinto dia:

- Museu d'Orsay: é simplesmente a segunda maior coleção de arte da França, especializando-se nos séculos XIX e inicinho do XX. É a principal coleção de obras impressionistas do mundo. É muito grande, dá pra gastar um dia inteiro lá dentro também, o que fizemos com muito prazer. Mon amour teve uma interessante experiência estética diante de Van Gogh: ficou maravilhado!

- Igreja de la Madeleine: já era fim de tarde, mas ainda dava pra aproveitar a luz do dia. Fomos rodar pela região do Louvre-Opera e entramos na linda Igreja de la Madeleine, que mais parece um templo pagão pela arquitetura exterior.



-Depois nos demoramos a experimentar algumas delícias do Fouchon, a melhor, mais completa (e cara) delicatessen do mundo. Os macarons, ai os macarons... Luxo alimentar é isso.



O Palais Garnier, onde funciona a Ópera de Paris, o mais bonito teatro da cidade.

Boêmio, le Flâneur.

-Galerias Lafayette: já noitinha fomos bater perna na maior loja de departamentos do mundo. E tivemos a mesma má impressão que temos dos shoppings daqui: ruidoso, lotado, irritante, iluminação artificial desagradável, preços caros e mau atendimento. Não compramos nada. Mas o prédio, por dentro, é bonito.

sexta-feira, abril 20, 2012

Itinerário parisiense III

Quarto dia: Versailles

Saímos de Paris bem cedinho e tomamos o trem rumo a Versailles, cidadezinha próxima, onde o Rei-Sol Luís XIV se estabeleceu com sua corte e de onde seus descendentes foram tirados à força. Luxo, glamour, requinte, suntuosidade, esbanjamento e exibicionismo como nunca tinha existido até então e nunca mais voltou a existir em tal escala.


Às portas do palácio. Atrás de mim, tudo aquilo que parece uma cidade inteira é um único palácio.

Apesar de enorme, apenas uma parte relativamente pequena está aberta à visitação. São os aposentos reais, a capela e os locais onde as autoridades eram oficialmente recebidas. Cada grande aposento tem algumas, ou muitas, portinhas embutidas no forro de madeira das paredes, por onde provavelmente a criadagem (um verdadeiro exército) entrava e saía discretamente.

 O enorme salão dos espelhos, onde os reis davam seus bailaricos. Eu me senti em casa, hehehe


Os jardins são um caso à parte. Deixam qualquer outro humilhado pela beleza, tamanho e tratamento. Impossível conhecer tudo a pé, são muito quilômetros (e olha que já foi reduzido a menos de 1/5 do que era originalmente) e por isso a organização local providenciou carrinhos elétricos que podem ser alugados e trenzinhos para os quais se compra ingresso e ele vai dando voltas pelo jardim e parando nos pontos mais interessantes. Aí a gente pode descer, conhecer o local, e voltar para o ponto do trem e esperar o próximo.


Entre as atrações dos jardins estão o Grand Trianon, um "pequeno" palácio que o Rei usava como casa de campo, lugar para onde ia relaxar, escapar do zumzumzum da corte e se encontrar com as amantes.

Meu rei, no pátio do Grand Trianon.

Há também o Petit Trianon, construção lindinha, charmosa e que de pequena também não tem nada, que Luís XV mandou erguer para presentear sua amante, a Mme. de Pompadour, e que seu neto, o decapitado, deu de presente à mulher, a rainha Maria Antonieta, para que esta o pudesse trair com mais conforto, discrição e comodidade, conforme a tradição. Um bando de fanfarrões, esta realeza.



Cada uma destas construções tem seu próprio jardim e bosque. No bosque do Petit Trianon, Maria Antonieta mandou construir uma fazendinha com uma aldeola de brinquedo, onde ela ia se divertir com as crianças e satisfazer seu gosto por uma vida uma pouco mais próximo da natureza. Eu amei muito essa aldeola, onde tudo foi feito em pequena escala, embora caibam pessoas e móveis dentro das casinhas, e tudo funcionava de verdade: o moinho, a leiteria, o farol, a granja, etc. Coisa mais linda!


















Mas a delícia do dia ficou mesmo por conta do passeio ao ar livre, pelos bosques, ao redor do canal (um lago artificial construído nos jardins, onde navegavam navios de grande porte de verdade). Estávamos só no começo da primavera, embora boa parte das árvores ainda estivesse pelada, já havia muito verde e muitas flores.


Ao fim do dia, voltamos a Paris e fomos jantar no badaladíssimo Chez Gladines, do qual o Boêmio já contou bastante e que não nos decepcionou em nada.

quinta-feira, abril 19, 2012

Itinerário Parisiense II

Terceiro dia:

-Museu do Louvre. Nos deixou maravilhados, como a todos. Não demos assim muita atenção à arte antiga de um modo geral pois gregos, etruscos, egípcios e romanos já se tornaram velhos conhecidos nosso na viagem à Itália. Mas paramos para admirar de perto (e de longe) a Vitória de Samotrácia que é uma das coisas mais espantosas já feitas por mãos humanas; a Vênus de Milo e os restos do palácio de Dario, pai de Xerxes, rei da Pérsia, que nos deixou embasbacados.
A Vitória de Samotrácia e um dos mais de 90 capitéis (parte superior de uma coluna) que apoiavam o teto do salão do palácio de Dario. Até cansa imaginar o tamanho do salão.
Andamos e andamos dentro do Louvre, até chegar à etapa final: os luxuosos apartamentos de Napoleão III, onde numa sala vimos a singela homenagem do imperador ao seu mais lindo e querido visitante futuro, mon amour:
-Museu de l'Orangerie. Saímos do Louvre a tempo de descansar os pés por 10 minutos na gramado ao lado e fomos, através dos Jardins das Tulherias, o que é uma boa caminhada, ao Museu l'Orangerie, onde estão expostas as principais telas das famosas ninféias de Monet. Além destas ainda tinha a apresentação temporária de duas coleções de arte particulares, a de Jean Walker e Paul Guillaume, famosos em sua época por colecionarem e patrocinarem grandes pintores e artistas de modo geral.
-Place de la Concorde. Saindo do l'Orangerie estávamos perto da Place Concorde, onde sentamos mais 10 minutinhos para apreciar o irmão mais velho do pirulito da Praça Sete (a ponta é de ouro, brilha loucamente ao sol do fim de tarde)..
-Torre de Monparnasse. Antes que o sol acabasse (lá pelas 20:00) pegamos o metrô e subimos ao 58º andar da Torre de Montparnasse para apreciar uma vista de Paris bem semelhante à da torre Eiffel.
Exaustos, doloridos mas felizes, fomos pra casa. Ao fim do dia, de todos os dias, tudo doía: pés, joelhos, quadris, costas, batata da perna, etc. Mas nunca deixou de valer a pena.

quarta-feira, abril 18, 2012

Itinerário parisiense

Demos sorte com o tempo nos primeiros cinco dias, estava até calorzinho no meio do dia. Dava para tirar os agasalhos e ficar só de camiseta ao sol.

Primeiro dia:

Praticamente só chegamos. O vôo aterrizou no fim da tarde e foi o tempo de ir para o apê, sermos recebidos pelo dono que nos deu as explicações necessárias sobre o funcionamento das coisas (onde pôr o lixo, como ligar a tv a cabo, senha do wi-fi, etc), fazermos umas comprinhas no supermercado do bairro para termos o que comer de café da manhã no dia seguinte. Aí já era noite fechada e nós estávamos exaustos, apesar da agitação que não nos deixou dormir direito.

Eu e o Boêmio tomamos a firme decisão de, em nossas viagens, usarmos sempre o transporte público, evitando táxi ao máximo. Isso significa uma economia que, ao fim e ao cabo, pode ser substancial e nos permite apreciar melhor como é odia-a-dia da população nativa. Então, em vez de gastar pelo menos 50 euros num táxi do aeroporto de Orly pro apartamento, gastamos só 7,00 (cada um) num ônibus que liga o aeroporto à estação de metrô mais próxima e ali compramos um Passe válido por uma semana que nos permitiu rodar a cidade toda gastando muito pouco. Além do Passe de transporte (que se chama Navigo), compramos também um Passe Museu (ParisMuseumPass), que permite visitar gratuitamente, por um período determinado de dias, um monte de museus e atrações sem precisar pegar fila. Fica muito em conta.

Segundo dia (Île de la Cité):

-Notre Dame. Visitamos a catedral mas não subimos às torres. Enorme, imponente, um pouco aterradora, projetada especialmente para fazer com que nos sintamos um pouco oprimidos.


-Cripta Arqueológica, pertinho da Notre Dame. Na minha opinião, não deixa de ser interessante e tem seu apelo devido principalmente à antiguidade. Mas caso o tempo seja muito curto, não é um passeio que eu recomendaria como prioritário.

-Sainte Chapelle. Sim, esta é prioritária. Das coisas mais lindas que eu já vi. Eu já tinha ido há 18 anos atrás, mas fiz questão de ir de novo e levar Rubão. Parece toda feita de vitrais coloridíssimos quase nao se vê as pedras e colunas que os sustentam. Foi construída para abrigar as relíquias que o rei Luís IX comprava a preços exorbitantes de vários picaretas ao redor do mundo então conhecido. Dizem que ele tinha lá a coroa de espinhos, um pedaço de madeira da cruz, um vidrinho com leite da Virgem Maria, outro com o sangue de Jesus, etc.


-Mercado das Flores. Um mercado bem grande, com plantas, decorações e coisas para jardins em geral. Não é exatamente uma atração turística, mas fica bem perto da Sainte Chapelle e é uma delícia passear por lá. Como eu e mon amour adoramos ficar pensando em como podemos embelezar e enfeitar ainda mais o nosso jardinzinho, gostamos muito do lugar, tanto que voltamos mais vezes ao Mercado.

-Igreja de Saint Germain de l' Auxerrois. Uma das mais antigas de Paris, construída pela primeira vez ainda no século V. Quando estávamos entrando, os sinos começaram a tocar e, para minha grande surpresa, tocavam música de verdade, não simplesmente um bleng-bleng-bleng, mas música com melodia, harmonia, ritmo!!! Nunca tinha ouvido isso, fiquei sentada nas escadarias do portão um bom tempo escutando a música, completamente aturdida com essa maravilha. Não é tão impressionante como a Notre Dame, mas muito mais acolhedora.

-Rue du Tivoli. Passeio pelas famosas arcadas, desfrutando a cidade. Simplesmente flanamos por ali.

-Museu de Artes Decorativas. Muito bom, abriga várias coleções num só lugar, equivalendo a 4 museus e está instalado num palácio muito bonito. Tem uma coleção de Arte Decorativa propriamente dita: móveis, utensílios e objetos de arte de várias épocas e lugares do mundo. Tem exposição permanente de Moda e Têxteis que vai desde 1700 (mais ou menos) até os dias de hoje. Tem um espaço sobre Publicidade, mostrando a evolução de peças e estratégias publicitárias ao longo do tempo. E por fim tem uma coleção fantástica de um antigo colecionador de arte, que foi o fundador do Museu. Nós adoramos, ficamos moídos de tanto andar lá dentro, mas não queríamos sair antes de ver absolutamente tudo.


domingo, abril 15, 2012

Nós em Paris!

Não há outra palavra melhor: SENSACIONAL!!!!!

(A torre vista das proximidades da place Concorde)

Porque Paris é pura sensação, maravilhamento sensorial, sublimação dos cinco sentidos... É linda, saborosa, musical, olorosa (pro bem e pro mal), táctil!

(O povão aproveitando o solzinho ainda tímido do início da primavera. Por que no Brasil não podemos nem pisar na grama?!)

É a grande festa móvel de que falava Hemingway, é um microcosmos do mundo que se quer civilizado e afável, é a turbulência das interseções entre razão, emoção, memória e desejos.

(Mon amour nas escadarias do Grand Palais. Não é dos lugares mais visitados, mas além de lindíssimo, tem exposições muito bacanas.)

Fizemos visitas e passeios lindos. Desde programas bem "turistão": Louvre, torre Eiffel, Arco do Triunfo, Bateau Mouche; e programas bem "cabeção": exposições de arte bruta, museu de História Natural, espetáculo do Béjart Ballet Lausanne, do falecido Maurice Bejárt.

(O rei Sol e a rainha Lua Cheia, nos jardins de Versailles.)

Paris foi o epicentro da viagem, mas ainda tiramos uns dias para visitar Versailles, Chenonceau, Chartres e Rouen. Aos pouquinhos vou contando o dia-a-dia e colocando fotos. O nosso apê, pequenino mas confortável, ficava num bairro muito legal, com ótima localização: tínhamos a maior facilidade para nos deslocarmos pela cidade. Quando voltarmos (não usamos se voltarmos), queremos ficar lá de novo.

(O Redator em Pé e o Escriba Sentado, no Louvre. Colegas de ofício.)

Momentos marcantes que me levaram às lágrimas, ou pelo menos, ao marejamento dos olhos:
- a famosa australopiteca Lucy,
- o último dodô taxidermizado,
- o rei Ricardo Coração de Leão,
- a Catedral de Chartres.

(O túmulo do rei Ricardo Coração de Leão, na Catedral de Rouen)

Foram 19 dias de encantamento. Suficiente para conhecer Paris, mas não para conhecer TUDO e muito menos para conhecer MUITO BEM. Não fomos ao Bois de Bologne, nem a La Defense, não subimos à Torre Eiffel (metade dos elevadores em manutenção: fila de 4 horas), nem às torres da Notre Dame (fila pequena: 1 hora), nem às catacumbas, nem aos cemitérios. Nem a um monte de outros lugares que também nos interessariam.

(O Boêmio em seu habitat natural. Este é o Lapin Agile, mais antigo cabaré parisiense ainda em funcionamento, em Montmartre)

Fica assim: voltamos logo, tão logo quanto possível.