Mesa de Bar

Lugar pra se falar sobre tudo e sobre o nada.

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Local: Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil

Sóbria, a maior parte do tempo. Na mesa de um bar me torno mais corajosa, mais sensível, mais emotiva, mais generosa. No bar e com umas cervejas a mais, as dúvidas se dissipam, as certezas afloram, as tristezas caem fora e a alegria reina. Sim, na mesa de um bar eu sou uma pessoa melhor do que fora dela.

quarta-feira, agosto 27, 2008

Os outros

Nunca se tem certeza do que realmente significamos para as pessoas.
Eu já me julguei insubstituível para alguém e descobri depois que era totalmente descartável.
Por outro lado, se eu me achava apenas uma referência secundária para outros, percebo agora que fui um marco.
Que coisa.

Tirando o dos outros da reta

Hoje apaguei um incêndio dos grandes e tirei da forca alguns pescoços. Merecia uma medalha. Como ninguém vai me condecorar, eu mesma vou me dar uma boa recompensa.
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Toda essa ação heróica me deixou com uma enxaqueca terrível.
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Três amigas estão na beirada dos 40. Vão comemorar juntas, com uma grande festa. Quase que eu peço pra me deixarem quarentar com elas. Mas achei melhor não me precipitar. Ainda faltam 4 anos para entrar na faixa dos "enta", da qual muito raramente se sai. Vou é aproveitar cada minutinho de balzaca.
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Esse negócio de administrar dinheiro que não é meu está acendendo meu lado sovina. Ando mais pão-dura que o próprio Chefe.
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Queria comentar dois filmes aqui, mas bateu uma enorme preguiça.
Sucintamente:
Conduta de Risco - recomendo.
Trinta dias de noite - não recomendo e me arrependo.

segunda-feira, agosto 25, 2008

Poesia Contemporânea

Tive a infelicidade de adquirir, há muitos anos atrás, um livro intitulado “Antologia dos Novos Poetas Contemporâneos Brasileiros”, ou algo assim. Destaco que a palavra contemporâneo dizia respeito à década de 90, portanto é bem possível, e em alguns casos até desejável, que muitos dos poetas ali antologizados já tenham passado desta para melhor, e portanto não dividam mais o tempo conosco.

O fato é que a poesia ali reunida é, na melhor das hipóteses, sofrível. Aliás, estou sendo generosa. É horrível. Imaginem 200 páginas de poemas como este:


a ave de our
o
o vôo da vid
a
na nave divag
a
devagarmente va
i



Não dá vontade de mandar
tomar
no c
u?

Correntes

O que será que passa na cabeça dessas pessoas que inventam correntes para serem repassadas por email? Será que realmente acreditam que se inventarem uma mensagenzinha tosca com alguns clichês batidésimos vão ter alguma sorte na vida? Ou querem só encher o saco e se fazerem lembrados por todos os conhecidos? Pura falta do que fazer?

E o que têm na cabeça os que recebem e repassam as ditas mensagens?
Será cobiça e ganância, vontade de receberem alguma recompensa com o mínimo de esforço? Ou será medo supersticioso de que o céu caia sobre a sua cabeça se a apresentação em powerpoint estiver amaldiçoada?

Por via das dúvidas, repasse este post para 20 pessoas em quem você confia nos próximos 20 minutos, senão...

sexta-feira, agosto 22, 2008

Gênios

Eu tive a honra e o prazer de conhecer dois verdadeiros gênios durante a minha vida acadêmica. Por coincidência, ambos indicados ao prêmio Nobel.
Já eram velhinhos quando tive contato com eles. Afáveis e sorridentes, tratavam a todos com o máximo da cordialidade, respondiam sem enfado às perguntas mais básicas dos estudantes. Era palpável o prazer que tinham em dar aula e tratar com os mais novos. Era evidente o amor e a devoção pela ciência.
Nem um pingo de arrogância, nem um laivo de superioridade. Mostrando, cientificamente, que quem é gênio mesmo não tem que provar nada pra ninguém.
A eles minha homenagem:



Prof. Wilson Teixeira Beraldo e Prof. Otto Gottlieb

quinta-feira, agosto 21, 2008

Sonho de consumo

Quando eu for rica e poderosa vou ter uma governanta em casa. Ou um mordomo. Enfim, alguém que administre o lar para mim. Alguém que organize a despensa e faça as compras, que gerencie as tarefas semanais da empregada, que chame e receba o técnico para consertar a geladeira/máquina de lavar, o moço da desentupidora de pia, o pedreiro, etc. Quero chegar em casa e me sentir visita. Assim: tudo arrumado, tudo pronto, tudo limpo, tudo em ordem, tudo funcionando.
Porque tem hora que ser dona-de-casa é um saaaaaco!
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Olha, filmão que eu recomendo com muita força: A Vida dos Outros (2006, de Florian Henckel von Donnersmarck). Ganhou o Oscar de Filme Estrangeiro no ano passado. É um drama político muito inteligente e bem-feito. Há tanto tempo eu não assistia um filme alemão, acho que "Adeus, Lênin" foi o último, que já tinha esquecido o quanto é bom o cinema deles. Não deixem de ver!

quarta-feira, agosto 20, 2008

Ontem

Ontem à noite, joguei um livro na parede e o chamei de lagartixa.

terça-feira, agosto 19, 2008

Feijão e Preconceito

Como pesquisadora e professora, tenho a afirmar que o experimento de plantar feijão no algodão é um dos mais elegantes de toda a História da Ciência.

Uma experiência simples, barata, fácil, de resultados seguros e a partir da qual pode-se fazer um milhão de inferências com os alunos para se discutir coisas como: fatores limitantes, limites de tolerância, produtividade primária bruta e líquida, fisiologia e anatomia vegetal, entre outros. Sofisticando-se um pouquinho mais o experimento pode-se estudar interações ecológicas como competição intra e interespecíficas, herbivoria, cadeias e teias tróficas, etc.

Na boa, quem inventou isso de plantar feijão no algodão merecia um prêmio Nobel!
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Eu não sou negra, não sou judia, não sou lésbica, não moro na favela. Dito isto, fica claro que nunca fui alvo preferencial de preconceitos, nunca sofri na carne o horror de julgamentos pré-concebidos e mal-formulados.

Mas a estupidez humana não tem limites e tenta alcançar a todos. Outro dia mesmo, uma certa figura teve a cara-de-pau de dizer ao Boêmio que era uma fria namorar uma mulher que já vinha com um "kit completo". Sem me conhecer, sem saber nada sobre mim, meu caráter ou minha vida (além do fato de eu ser mãe) a pessoa me desqualificou como uma parceira amorosa aceitável para ele.

Paciência. Não tivesse eu uma auto-estima que beira a megalomania e a certeza dos sentimentos que nos unem, teria ficado muito chateada. No caso, só me restou sentir pena pela pequenez da pessoinha.

segunda-feira, agosto 18, 2008

Dias felizes, com maior frequência!


A pequena princesa fez cinco anos, deliciosamente comemorados com uma piscinada que ele (sempre ele!) providenciou.
Ao contrário dos buffets infantis, onde só se tem que seguir as regras dos monitores e ficar na fila para as atrações, no clube as crianças tinham basicamente umas às outras para se entreterem. Além, claro, do playground old fashion (escorregador, gangorra, balanços e etc. de madeira) e da piscina propriamente dita.
Para minha surpresa e alegria, notei que as crianças são capazes de auto-organização. Decidiam juntas quando ir brincar no parquinho, quando ir para a piscina, quando dar uma volta de reconhecimento no clube todo, do que brincar, o que fazer e tudo mais. E deram-se maravilhosamente bem, sem conflitos, brigas, nem rabugices.
Os adultos (exceto as mães dos menorzinhos, claro) puderam ficar tranquilamente sentados, sem interferir muito, aproveitando a companhia uns dos outros também.
Elas se divertiram muitíssimo e eu também...
Amigas queridas e seus pimpolhos: muito obrigada por fazerem a minha filhinha tão feliz!!!!

quinta-feira, agosto 14, 2008

De tudo um pouco

Andei lendo sobre a história do Movimento pelos Direitos Civis americano. Uma das estratégias pacifistas recomendada pelos líderes do movimento para combater os racistas era o “Cenho Ostensivamente Franzido”. Assim: se você ouvisse alguém em público com um discurso preconceituoso, franzia imediatamente a testa, juntava as sobrancelhas e ficava de cara feia, declarando sua posição contrária ao que estava sendo dito mas se protegendo de represálias que, evidentemente, podiam acontecer caso você se manifestasse abertamente e ainda mais se você fosse minoria no momento.

Achei que a estratégia podia dar muito certo em outras situações. Ainda estou testando, mas já reparei que, ao se deparar com um par de sobrancelhas bem franzidas, aqueles que dizem absurdidades tendem a gaguejar, consertar, relativizar e perder a convicção. Até que vêm me perguntar: “não é?”. Ponto para as sobrancelhas. Aí entro eu com a minha opinião, bem mais sensata, embasada e esclarecida, claro.

O único problema é surgirem mais rugas de expressão, tantas e tamanhas são as tolices que se ouvem por aí.
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Li Freakconomics de uma sentada só, numa tarde. Muito interessantes os ângulos pelos quais o autor de dispõe a examinar temas como a redução ou aumento da criminalidade, a queda nos níveis de aproveitamento dos alunos da rede escolar pública, as fraudes esportivas, etc. Há alguns problemas nas premissas das quais ele parte e obviamente quase sempre se refere à realidade norte-americana, mas recomendo assim mesmo. Pelo inusitado.
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Estou de regime. Há tempos isso não me acontecia. Ser feliz engorda: muitos presentes calóricos, muitos jantares e comidas especiais, muita cerveja e tira-gosto. Muitos quilos em poucos meses. Mas vale a pena, antes uma fofinha satisfeita da vida do que uma sílfide chorona. Só não posso abusar.
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Frase da Semana

“Mostre uma mulher que quer emagrecer apenas pela saúde e eu lhe mostrarei um homem que compra Playboy apenas pela entrevista.” (não lembro quem disse, uma americana aí).
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A semana foi puxadíssima, canseira total. Mas consegui dispensar o faniquito.

segunda-feira, agosto 11, 2008

Ainda olimpíada

Uma ótima saída para quem não gosta de esporte não parecer alienado quanto nos perguntam se estamos acompanhando os jogos é dizer assim:

"Estou boicotando esta Olimpíada em solidariedade ao Tibet."

Isso, faça pressão contra a tirania.

sexta-feira, agosto 08, 2008

Abertura olímpica

Como pessoa trabalhadora que sou, não consegui ver tudo. Mas o que vi nem me impressionou tanto assim. Bonito, bem-feito e tal, mas nada que me deixasse de queixo caído. O que mais gostei foram os vestidos longos das chinesas. Lindos, lindos, lindos! E também achei muito original o atleta carregando a tocha enquanto corria pelo ar, belíssima imagem! E as pegadas de um atleta gigante invisível pela cidade também foi bem bacana.
Só.

quinta-feira, agosto 07, 2008

Nível de escolaridade

Hahahaha, adorei isto aqui.
Você faz o teste para saber qual nível de escolaridade seus leitores precisam ter para entender seu blog. Como boa professora que sou, meu blog é inteligível para qualquer estudante universitário!

O mais divertido é ver para quais blogs o status mínimo necessário é "gênio"! Sim, de fato, para ler e entender aquela escrita truncada, desobstruir raciocínios tortuosos, decifrar frases criptografadas, só com QI 200.

Também fiquei pensando em como o teste faz essa medida. Sendo em inglês, tem baixa probabilidade de avaliar o conteúdo do que está escrito em português. Talvez, em inglês, o programa conte o número de vezes que certas palavras-chave, ou nomes próprios, ocorrem, como "filósofo", "tecnologia", "contra-cultura", "Barak Obama" ou qualquer outra que soe "inteligente e instruída".

Ou talvez ele avalie o nível de escolaridade pelo tamanho das suas frases. Então. Se você escreve assim. É idiota. E só idiotas te lêem.

Ou talvez seja pelo tamanho das palavras, ou pelo número de repetição das palavras. Então, se você escreve com frases curtas e repete muitas vezes as mesmas palavras, provavelmente está escrevendo para pessoas com baixo nível de instrução, que precisam que você repita muitas vezes as mesmas palavras para entenderem as suas palavras. Palavras, palavras, palavras, entenderam, seus cabeças de passarinho?

quarta-feira, agosto 06, 2008

Livro novo da Fal


Algumas vezes, mesmo neste mundo tão absurdo, o talento precisa ser reconhecido.
E acabou de acontecer: a Fal Azevedo vai lançar seu terceiro livro!
Se eu fosse você e estivesse em São Paulo, lá pelo dia 02 de setembro, não perdia o lançamento por nada na vida. A partir das 19h, no Fazenda Café, a Editora Rocco vai dar provas do seu bom gosto e bom senso editorial lançando "Minúsculos Assassinatos e Alguns Copos de Leite".
(Fazenda Café, Rua Gaivota,1295, em Moema, São Paulo)
Como eu não sou você, sou só eu mesma, provavelmente não estarei lá. Vou estar aqui, torcendo pra chegar logo nas livrarias.

E é só o início

Já agendei um faniquito pra semana que vem.
O primeiro de muitos neste semestre.

terça-feira, agosto 05, 2008

Tv ligada, eu desligada

Televisão, a verdadeira higiene mental. Depois de um dia cheio de preocupações e afazeres diversos, não há nada melhor para desligar a mente e desestressar o espírito do que ligar a tv e ficar ali por quinze minutos, sem pensar em nada. Deixo as imagens e sons, que não me dizem absolutamente nada, entrarem pelos olhos e ouvidos. O cérebro deixa de funcionar, o raciocínio fica em branco, o corpo relaxa. Um tipo de meditação, com certeza. Auto-hipnose, talvez. Mediada pela eletrônica e patrocinada por anunciantes que não me alcançam. E não me perguntem o que acabei de assistir, realmente não sei.
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Mas de alguns poucos programas, eu de fato gosto. Documentários sobre a vida selvagem. Sei que a maioria acha uma chatice, mas eu adoro. Pode ser sobre insetos, cobras, grandes mamíferos africanos, não interessa. Se tem boas imagens, belas paisagens e animais, assisto com prazer.
Por exemplo, sou capaz de ficar horas, deleitada, vendo gnus pastando, gnus migrando, gnus brigando, gnus acasalando, gnus parindo, gnus sendo comidos por crocodilos. Acho o máximo!
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Tenho que ensinar algo que não sei. Não fiz a disciplina na graduação, nem na pós, nem trabalhei com o assunto. Tempo para estudar: uma semana.
Vai Meg, ser picareta na vida!
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O sorriso das menininhas cura as dores da alma. As do corpo, só com relaxante muscular.

Ênclise. Me enche de orgulho ouvir minhas filhas usarem sempre a colocação pronominal correta.
"Vou comê-lo", "quero usá-lo".

E fico feliz e tranquila quando elas solicitam a presença do boêmio. Dizem que estão com saudades e pedem para convidá-lo para lanchar.

sexta-feira, agosto 01, 2008

Hora da mamada!

Eu fui uma das felizardas que não teve problemas com a produção de leite. Aliás, tinha leite com a fartura de uma vaca, garanto que não faria feio em nenhuma exposição de gado. E tinha muito orgulho disso, adorava meus peitos inchados, jorrando e esguichando leite a meio metro de distância a cada vez que o bebê chorava. Eu fui a fonte exclusiva de alimento das minhas duas filhas nos primeiros quatro meses de vida e elas engordaram feito duas bacurinhas nesses meses o que me dava uma satisfação enorme. Mas não tinha como não engordarem: o leite materno é dulcíssimo! Sim, eu provei. Ordenhei meio copo e tomei uns goles pra ver como era. Gostei.

Descobri recentemente nas fotos de um livro do antropólogo Lévi-Strauss que a minha posição preferida para amamentar é a mesma das índias brasileiras: deitada de lado com o bebê à minha frente, virado para mim. Nunca gostei de dar a mamada sentada, com a criança no colo. Preferia assim, nós duas deitadinhas, abraçadinhas, cobertas com uma manta, a cabecinha dela ao alcance do meu nariz para eu sentir aquele cheirinho delicioso que só os nossos bebês têm.

Mas nem tudo foi tranquilo o tempo todo. Logo no início, os bicos dos seios racharam, ficaram divididos ao meio e doíam muito nas primeiras sugadas. Eu mordia minha própria mão para não gritar de dor e não assustar o bebê. Mas depois de três ou quatro sugadas o leite começava a fluir e a dor passava. Mesmo assim, pensei várias vezes em desistir, porque a dor inicial era quase insuportável, me fazia chorar de desespero. Nesses momentos foi muito importante ter ao meu lado o pai das meninas. Ele me consolava e estimulava a continuar, e esse carinho comigo e com as bebês fez com que eu me mantivesse ali, firme e forte para o bem da família. Isso durou mais ou menos um mês e meio, depois os seios cicatrizaram e foi só prazer, para mim e para elas.

É bom lembrar que amamentar é atividade de dedicação exclusiva. Não dá pra querer fazer muita coisa enquanto se está com a criança no peito. Não dá pra atender telefone, digitar no computador, escrever lista de compra, atender solicitações de marido, empregada, etc. Então de 3 em 3 horas eu dizia ao mundo: agora você se vire sozinho que é hora da mamada. E essa hora era sagrada: durante 30 minutos (quinze do lado esquerdo, quinze do lado direito) eu não estava para ninguém.

Sinto saudades dessa época, embora ela tenha envolvido uma boa dose de sacrifício de tempo e energia. Gostava de ver minhas meninas revirando os olhos pra trás de tão satisfeitas, dando aqueles sorrisos de bêbado feliz, com os olhos semicerrados e canto da boca repuxado. Gostava de ver gotinhas de suor se formando na testa delas à medida que a barriga enchia e o corpo esquentava.

Amamentar foi uma experiência deliciosa que eu recomendo com força a todas que puderem.