Mesa de Bar

Lugar pra se falar sobre tudo e sobre o nada.

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Nome:
Local: Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil

Sóbria, a maior parte do tempo. Na mesa de um bar me torno mais corajosa, mais sensível, mais emotiva, mais generosa. No bar e com umas cervejas a mais, as dúvidas se dissipam, as certezas afloram, as tristezas caem fora e a alegria reina. Sim, na mesa de um bar eu sou uma pessoa melhor do que fora dela.

quarta-feira, agosto 30, 2006

Marketing mal-feito

Há uns 8 anos atrás, lançaram um iogurte, daqueles de garrafa de um litro, com o nome BatGut.
Ficou pouquíssimo tempo nas prateleiras dos supermercados e logo substituíram o nome e a embalagem. Alguém do setor de marketing da empresa deve ter lembrado que bat gut em inglês significa "tripa de morcego".

terça-feira, agosto 29, 2006

Pesquisa

Eu adoro censo e pesquisa de intenção de voto.
Me sinto toda importante quando me entrevistam para saber minha opinião sobre o que quer que seja. Acho o máximo ser alvo da atenção e da curiosidade do governo.
Respondo tudo direitinho, com honestidade.
Mas confesso que fico com vontade de fazer molecagem e dizer absurdos, só pra confundir as estatísticas.
Já é a segunda vez que me entrevistam nestas eleições. Adoro!

Horário Eleitoral Gratuito

Como alguém pode não gostar de assistir ao horário eleitoral? Aquilo é diversão pura, o melhor programa humorístico da televisão brasileira! Eu tenho ataques de riso incontroláveis na frente da TV!
O que que é aquilo!?!? O candidato Só Alegria (2626) me leva às gargalhadas! E a candidata Teca, cujo único feito na vida foi ter casado com um locutor da rádio Itatiaia? E os candidatos do Coligação Minas Mais Segura que parecem estar posando pra capa de um álbum do Village People?
Me segura que eu vou dar um troço huahuahuahuahuahuahua
E a über canastrice dos candidatos a presidente? Hoje o Lula foi demais! Ele estava escrevendo à mesa quando foi “surpreendido” pelas câmeras, largou a caneta de lado e começou a falar! Ele estava escrevendo o quê? Treinando o nome num caderno de caligrafia?

Pelamor, quem são os responsáveis por essas propagandas tenebrosamente ruins? Me contratem que até eu faço alguma coisa melhor!

Não, não sou eu que estou tirando sarro dos candidatos. São eles que estão tirando sarro de todos nós. Eu só rio junto.
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Por falar em propaganda ruim, quem é aqui de BH já deve ter visto uma publicidade na traseira de ônibus da empresa de cosméticos Rayervas (ou coisa do tipo). Eles estão anunciando o seu novo lançamento: Shampoo de Cebola e Repolho!!!!!!!!!!!!!

Não estou mentindo, juro!
Como é que uma coisa dessas passa na cabeça de alguém?!

Como é que alguém passa uma coisa dessas na cabeça?!
Vou lá me oferecer como Diretora de Marketing. Eles estão precisando urgentíssimamente!
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- Ai, mãe. Larga, mãe. Pára, mãe. Solta, mãe.
- E pra que servem as filhas se eu não puder pegar, agarrar, abraçar, apertar, amassar e beijar?
- Então, tá. Pode fazer.
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Nos curtíssimos intervalos de tempo livre, fico pensando abobrinhas. Tipo:
se eu ficasse daltônica, quais cores me fariam mais falta?

segunda-feira, agosto 28, 2006

Alta Gastronomia e Pequenos Problemas

Experimentem o brigadeiro Marfim com Pistache do Café do Museu. Não se privem desse prazer. Até eu, que não gosto de chocolate branco, fico salivando ao lembrar daquela delícia.
Outra boa pedida pra quem gosta de provar comidas diferentes é o novo restaurante grego de BH, o Pothakos, bem no meio da Savassi. O lugar é muito gostoso e os pratos nem se fala. Dá vontade de pedir tudo. Eu recomendo o cordeiro e os camarões.
Sei que o restaurante nem é tão novo assim, mas é que eu sou sempre a última a falar das primeiras.

Obs: eu (infelizmente) não estou ganhando nada pra fazer esse marketing. Nem desconto.
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Meu próximo programa pro fim-de-semana: fazer pão integral com as meninas.
Já comprei os ingredientes, acho que elas vão adorar sovar a massa, moldar os pãezinhos e comer tudo. Se der certo eu conto depois.
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Duas festas na mesma noite. A pessoa faz seus cálculos probabilísticos mentais sobre qual delas vai “bombar” de verdade. E aí vai na outra primeiro. Só que a primeira está tão boa que a pessoa não quer ir embora. Mas vai embora esperando que a outra esteja ainda melhor. Só que não está. Aí a pessoa se arrepende de ter ido embora da melhor festa e justamente no melhor da festa. O que fazer? Se voltar para a primeira, corre o risco de chegar lá e a festa já estar nas últimas, e corre o risco da segunda animar justamente depois que a pessoa sair. Que dilema!
Quem dera todos os problemas da pessoa fossem desse nível...
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O amigo querido veio me visitar, tomar um cafezinho e contar as novidades. Ele está atravessando uma fase difícil, incluindo entre outras coisas problemas sérios de saúde. Fico até com vergonha de reclamar seja do que for. Contar qualquer um dos meus problemas, tão pequenos comparados aos dele, seria tripudiar sobre a desgraça alheia.
Só tenho o que agradecer. A todos, por tudo.

sexta-feira, agosto 25, 2006

Ainda o dilúvio (respondendo os comentários)


Bom, eu realmente não acho que eu tenho que respeitar crenças irracionais.
Mas minha ética pessoal e profissional me diz que eu tenho que respeitar as pessoas, quaisquer que sejam as suas crenças irracionais.
A aluna em questão é uma garota de 18 anos. É minha aluna. Ou seja, eu sou responsável parcialmente pela sua formação. Compete a mim dar-lhe os conhecimentos necessários para atuar na sua área profissional.
Não me compete desconvertê-la da sua religião. Muito menos ridicularizar e humilhar a sua fé.
Não estou num debate, estou em sala de aula e numa posição de autoridade. Seria até fácil "arrasar" com a garota. Mas isso é contra os meus princípios.
Acho que fui cientificamente correta ao expôr os fatos e evidências que a ciência apresenta e a deixar claro que somente argumentos assim seriam aceitáveis no curso.

quinta-feira, agosto 24, 2006

Mais do mesmo

Já faz um tempinho que assisti Grizzly-man (Homem-urso) e ainda não consegui digerir bem o filme. Sei que a maioria das pessoas passou incólume por ele. Tacharam o Timothy Treadwell de “doidão” e ficou por isso mesmo.
Eu achei o filme perturbador. O cara era doidão sim, personalidade limítrofe, desajustado num monte de aspectos. Mas em outros aspectos eu me identifiquei profundamente com ele e o entendi. Compartilho o seu êxtase diante das paisagens naturais, a percepção do sublime na vida silvestre, o deslumbramento com a natureza ainda intocada, a vontade de atender ao “apelo da selva”, como diria Jack London. Depois de alguns dias no mato, sinto também a angústia terrível de ter que voltar à vida urbana.
Ele não foi coerente nem verdadeiro o tempo todo, mas quem consegue ser? Ele ao menos tentou viver aquilo que clamava como ideal de vida.
E parabéns ao diretor Herzog, pelo bom-gosto de não permitir que ouvíssemos aquela gravação.
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Alguns filmes e livros deviam vir com a advertência:
“Situações de sofrimento infantil. Impróprio para mães de crianças pequenas.”
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Acho que deveria ter feito algumas disciplinas da licenciatura. O meu conhecimento técnico-científico não me preparou para algumas situações em sala de aula. Por exemplo, como lidar com alunos fundamentalistas.
Eu estava lá, explicando sobre a retração das geleiras após a última glaciação (cerca de 13.000 anos atrás) e a formação de novos biomas, quando a aluna perguntou: “E o dilúvio?”
Eu, distraída: “Dilúvio? Que dilúvio?!
Ela: “É que eu sou evangélica, acredito no dilúvio universal e acho que a Terra não tem esses anos todos.”
Eu, pensando a mil por hora: “E agora? Sai dessa, Meg! Pensa rápido. É um desafio? É um questionamento legítimo? Não posso ser arrogante, nem desrespeitosa. Pensa rápido, Meg.”
A resposta mais diplomática que encontrei foi:
“Respeito suas crenças, mas não há nenhuma evidência geológica nem biológica que sustente a idéia de um dilúvio universal. Vamos continuar.”

terça-feira, agosto 22, 2006

Caravana Mothern

As mámis adoraram a idéia de irmos todas ao Caraça!
Vamos tentar combinar uma data para Setembro?
Depois disso começa a época de chuvas e não vale a pena arriscar a viagem para ficar presa num quarto (sem TV, nem frigobar), ainda mais que lá não é hotel-fazenda, não tem playground, nem monitores para brincar com os pequenos.

Mas o macarrão ao pesto pode sair antes, né?

Fritando!

Tô meio alucinada com o volume de trabalho e a cobrança do chefe.
Vou dar uma sumidinha, vapt vupt, espero voltar logo.

domingo, agosto 20, 2006

Caraça

Passei o sábado no Parque do Caraça com as meninas e elas simplesmente deliraram de felicidade. Na saída, elas me pediram pra voltar no dia seguinte e me fizeram prometer que a gente vai voltar pra passar o fim de semana inteiro, dormindo lá.
Para mim o lugar mais sensacional do parque é a Cascatinha, mas as meninas tiveram dificuldade de andar nas pedras e assim não tinham muito espaço para brincar e correr. Elas amaram mesmo foi a Prainha, uma curva do rio com um areal numa das margens, muito agradável e que nesse dia estava absolutamente vazio, só pra nós. Não deu tempo de levá-las no Banho do Imperador que é outro lugar super adequado para crianças, com uma piscina natural rasa e deliciosa.
Detalhe: a água estava ge-la-da. De doer os ossos. Mas elas não ligaram muito, chapinharam na água, brincaram na areia, se divertiram até quase desmaiar de cansaço.
Recomendo o passeio e vamos de novo com quem se animar, tá?
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Na Cascatinha:

Eu:
-Meninas, daqui a pouco temos que ir embora, porque a hora de visitação do parque é só até às 5 horas.
Laura:
-Depois disso eles desligam a cachoeira?
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Como é que alguém tem a idéia de dar um kit de maquiagem de presente para uma criança de três anos?
Falta de noção.
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“Comprovo com uma sorte de agridoce melancolia que todas as coisas do mundo me levam a uma citação ou a um livro.” J. L. Borges

E eu pensava que só acontecia comigo...
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Idéia Genial

Os celulares deviam vir de fábrica acoplados a um bafômetro. A partir de determinado grau alcoólico os aparelhos impediam que a ligação fosse completada, evitando que os proprietários digam coisas das quais mais tarde irão se arrepender.
Nokia, Ericssom, Motorola, estou esperando os royalties.

sexta-feira, agosto 18, 2006

Amigas

FeFê, Rê, Ju, Laura, Márcia, Mônica, Dani, Isa, (será que esqueci alguma?)
Obrigada por existirem!
A companhia de vocês me inspira, me diverte, me consola.
luv u

quinta-feira, agosto 17, 2006

Frase da Semana

“In a world without fences and walls,
Who needs Gates and Windows?”

(tava escrito na camiseta do moço bonito que sentou na minha frente no restaurante da universidade)
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Todo o corpo é oco.
Mas isso não justifica o vácuo de certas almas.

Velhinhas, forma e conteúdo

- Mãe, vamos brincar que nós somos três velhinhas, bem velhinhas?
- Vamos!
- Então tá. Faz de conta que você tem 29 anos, eu tenho 25 e a Bibi 23.

Eu sou um relicto pleistocênico.
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E tem aquele velho debate sobre Forma X Conteúdo.
Para pesquisadores e cientistas o conteúdo sempre foi prioritário, por razões óbvias. Embora também todos reconheçam que a forma determina o quão clara e corretamente o conteúdo será percebido. Nesse caso específico, Parberry (1989) disse tudo:

"It is sometimes said (particularly by undergraduates) that the details of technical writing are beneath the notice of a scientist of any worth. The implied contrapositive, that scientists who are concerned with such details are not first rate, has obvious counterexamples. It is the belief of a non-trivial subset of our community, including Knuth (Mathematical Writing, Stanford University, 1988), that writing skills are a necessary part of the training of a scientist."

Já no caso da literatura e outras formas artísticas, é que eu acho que esse debate se torna importante. Precisamente porque é aí que a forma pode alterar substancialmente o conteúdo, ou mais: a forma tem conteúdo, ou seja, pelo menos parte do conteúdo se expressa na forma como ele é passado adiante. Ex: a qualidade de um filme não está somente na história que é contada por ele mas na maneira como a história é mostrada (ou escondida).

Assim, quando aquele quadrinista diz que não importa se seu traço é tosco, desde que se entenda a piada, eu fico pensando que a piada só é boa justamente porque o traço dele é tosco. Tivesse ele um traço mais refinado, seus quadrinhos não seriam risíveis, talvez ridículos.
Para vocês que são da área, isso é o óbvio ululante. Para mim, é um admirável mundo novo!

quarta-feira, agosto 16, 2006

Jumento não é...

"O pão, a farinha, o feijão, carne seca
quem é que carrega? Hi-ho
Mamão, mexerica, melão, melancia
quem é que carrega? Hi-ho, Hi-ho
Areia, cimento, o tijolo, a pedreira
quem é que carrega? Hi-ho, Hi-ho, Hi-ho"

A bolsa, a pasta, a mochila, a sacola, a criança, o brinquedo, as compras
quem é que carrega? Ma-mãe, ma-mãe, ma-mãe

segunda-feira, agosto 14, 2006

Minha mais antiga paixão:

Ferreira Gullar

Dois e dois: quatro

Como dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena
embora o pão seja caro
e a liberdade pequena

Como teus olhos são claros
e a tua pele, morena

como é azul o oceano
e a lagoa, serena

como um tempo de alegria
por trás do terror me acena

e a noite carrega o dia
no seu colo de açucena

- sei que dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena

mesmo que o pão seja caro
e a liberdade, pequena.

Zuzu Angel

Fui ver o filme "Zuzu Angel" no domingo e não me arrependi. O cinema brasileiro está numa fase ótima e este filme é dos melhores da nova safra.
Óbvio que chorei baldes, óbvio que fiquei impressionada com as cenas de tortura, óbvio que saí de lá com um sentimento terrível de indignação. Mas o propósito dos bons filmes é esse: revolver os sentimentos.

Bom, além de cumprir sua missão de filme politizado e tratar com seriedade um momento histórico, o filme ainda dá um show de moda. Adorei todos os modelitos da Zuzu! Tudo (ou quase tudo) é perfeitamente usável nos dias de hoje, mais de trinta anos depois. E seriam hype!
Enlouqueci por alguns vestidos, não sei se são reproduções exatas dos modelos feitos por ela ou se sofreram algumas adaptações para o séc XXI, mas tem cada coisa linda!

Global Voices

Global Voices é um projeto da Universidade de Harvard que procura amplificar e agregar toda a conversação online do mundo, preferencialmente fora do âmbito USA e Europa Ocidental. Eles estão comprometidos como desenvolvimento de ferramentas, instituições e relações que irão ajudar as vozes de todo o mundo a serem ouvidas.
Na semana passada a matéria-prima que despertou a curiosidade do Global Voices foram os blogs brasileiros que tratam do assunto maternidade. O insuperável Mothern foi a peça-chave da matéria, mas eles também citaram outros blogs interessantes que se originaram a partir dele, inclusive este humilde boteco. O Mesa de Bar é citado e até reproduziram um dos posts na íntegra. Não preciso nem dizer que estou me achando!!!!


Vale a pena, vão lá e leiam:

http://www.globalvoicesonline.org/2006/08/11/mommy-bloggers-achieve-community-and-empowerment-in-the-lusosphere/

quinta-feira, agosto 10, 2006

Auditoria

“Os auditores estão chegando!!!! Estão chegando os auditores!!!!”

Se os hunos, a máfia ou os 4 cavaleiros do apocalipse estivessem às portas, o pânico não seria tão grande.

terça-feira, agosto 08, 2006

Nota Importante

A livraria da UFMG, situada na praça de serviços do campus Pampulha, está fazendo sua tradicional "Semana do Calouro". Todos os livros, que normalmente já são mais baratos lá que nas livrarias comerciais comuns, estão com descontos de 30 a 80%.
Eu estou evitando até passar na porta. Não posso entrar num lugar desses sem a supervisão de um adulto.
Corro o risco de me endividar pelas duas próximas encarnações.

Opsss

fiz alguma bobagem no último post. será que matei o meu blog?

Minha mais nova paixão:

Hilda Hilst



Que este amor não me cegue nem me siga.
E de mim mesma nunca se aperceba.
Que me exclua do estar sendo perseguida
E do tormento
De só por ele me saber estar sendo.
Que o olhar não se perca nas tulipas
Pois formas tão perfeitas de beleza
Vêm do fulgor das trevas.
E o meu Senhor habita o rutilante escuro
De um suposto de heras em alto muro.

Que este amor só me faça descontente
E farta de fadigas. E de fragilidades tantas
Eu me faça pequena. E diminuta e tenra
Como só soem ser aranhas e formigas.

Que este amor só me veja de partida.
(I)


Cantares do Sem Nome e de Partidas

segunda-feira, agosto 07, 2006

Declarações interessantes

"Não sou louco por você. Eu, por você, sou são."

Links

IUUUPIIIIIIIII!!!!!!!!!!!!!!!
Consegui finalmente colocar na barra ao lado os meus blogs mais queridos!
Não contavam com minha astúcia!
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Já repararam que todas as vogais servem para fazer onomatopéia de riso?
hahaha
hehehe
hihihi
hohoho
huhuhu
Mas o melhor é a sonora gargalhada gráfica:
HUAHUAHUAHUA

Sou tradicionalista, só sei rir por escrito usando o H.
Nada de KKKKKKK ou de rsrsrsrsrsrsrs.
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No mais, tenham todos uma excelente semana!

sexta-feira, agosto 04, 2006

Livros e pesadelos

Eu acho que isso de comprar um montão de livros de uma só vez é uma tremenda vulgaridade. Tipo comprar uma coleção inteira, por metro, pra encher as estantes. Mas nesse caso, eu gostaria de ter dinheiro pra ser muito, muito vulgar.
Uma de minhas fantasias é ir comprar livros com um carrinho de supermercado. E enchê-lo até a borda.
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Há muito tempo que eu não consigo me lembrar dos meus sonhos. Acordo com a sensação de não ter sonhado nada. O mesmo não acontece com os pesadelos que, felizmente, não são muito freqüentes mas deles eu me recordo em mínimos e tenebrosos detalhes.
No fundo nem é tão ruim assim. Sonhos bons geralmente são meio idiotas e previsíveis. Roteiros fracos e péssima direção. Já os pesadelos são cheios de ação e suspense, ótimos efeitos especiais, provocam sensações fortes e dão o que pensar na manhã seguinte.

De lá pra cá...

passei a ouvir muito mais música
descobri que tenho muito mais amigos do que sequer imaginava
voltei a ter vida social digna desse nome
tenho tempo pra fazer o que gosto
meu riso ficou mais solto
meus interesses se tornaram ainda mais ecléticos

Mas...

continuo chorando (quase) todos os dias
ainda não consigo dormir
passei a ter medo do futuro
tenho que contar os centavos
com frequência, me sinto à deriva
com frequência, me sinto um fracasso

Então,

emagreço ainda mais
aumento o volume do som
passo mais tempo ao telefone
dirijo mais devagar
encho meu dia com afazeres
e não perco a esperança!

Mais do mesmo

Um homem que não se satisfaz com várias mulheres devia procurar outro homem.
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Essa história de esmiuçar e analisar detalhadamente o passado para justificar as ações atuais me parece pura covardia. Desculpa de quem não quer assumir a responsabilidade pelas consequências de suas opções de vida.
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No outro dia fui falar em talismãs e ontem, por pura coincidência, ganhei uma muiraquitã!
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Isso é que é valorizar a cultura.
Todo mundo vem me falar que está achando o FIT ótimo. Aí eu pergunto quais peças a pessoa assistiu e a resposta é a mesma: "nenhuma, eu só fui no bar do FIT."
Pode?!
O Festival Internacional de Teatro está com uma programação excelente. Deixem pra ir ao bar depois da peça, oras.
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Irmãozinho hospedado lá em casa: companhia e diversão garantidas! Adoro esse menino!
Principalmente quando as minhas meninas estão fora, hospedadas com o pai.
Ficar sem elas, sem ele e sem ninguém é muito ruim...

quinta-feira, agosto 03, 2006

Golda Meir

Por conta dos ataques no Líbano, lembrei do filme Munique do Spielberg e fiquei pensando na falta que faz uma Golda Meir em Israel numa hora dessas.
Ela combatia o terrorismo severamente (sim, porque o terrorismo TEM que ser combatido), mas usava as armas corretas: serviços de inteligência, compra de informações, espionagem, agentes bem treinados e, acima de tudo, alvos precisos. Para evitar essa pavorosa matança de inocentes.
Obviamente ela não conseguiu eliminar as organizações terroristas por completo. Assim como também não vão conseguir agora. Só que agora, além da matança de inocentes, os que sobreviverem irão aumentar o número de pessoas com ódio e disposição suficientes para ingressar numa dessas organizações.
Estratégia errada. Vamos de mal a pior.

quarta-feira, agosto 02, 2006

Uma arte

Elizabeth Bishop - EUA (1911-1979)
Tradução minha

Dominar a arte de perder não é difícil;
sendo tantas coisas feitas com o propósito
da perda que perdê-las não traz desastre.

Perca algo a cada dia.
Aceite a irritação de perder as chaves, e a hora passada em vão.
Dominar a arte de perder não é difícil.

Então, perca ainda mais, e ainda mais rápido:
Lugares, e nomes, e sonhos de viagens.
Nenhuma dessas perdas trará desastre.

Perdi o relógio de minha mãe.
A última, ou a penúltima, das minhas casas amadas foi-se.
Dominar a arte de perder não é difícil.

Perdi duas cidades, ambas maravilhosas.
E,pior, alguns reinos que tive, dois rios, um continente.
Sinto sua falta, mas não foi nenhum desastre.

- Até mesmo perder-te (a voz que ria, um gesto amado) tenho que admitir.
É evidente que dominar a arte de perder não é tão difícil,
embora a tua perda (escreve isso!) tenha parecido um desastre.
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One Art

The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster.

Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn't hard to master.

Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.

I lost my mother's watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn't hard to master.

I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn't a disaster.

---Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan't have lied. It's evident
the art of losing's not too hard to master
though it may look like (Write it!) like disaster.

Meus talismãs

A pedra verde brilhante achada no leito seco de um rio
A pérola negra, imensa, presente de minha avó
O terço com cheiro de rosas, da primeira comunhão
Meus quatro livros mais adorados que reli quase todos os anos nos últimos 15 anos
O stick de pele de hipopótamo, vindo de Moçambique
A caneta preta bonita que quase não uso para não acabar
A memória da lua
A voz da minha mãe
Os olhos do meu pai
O riso das minhas filhas

Talismãs certamente, mas que nada podem contra a sombra que insiste em me cobrir.
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É terrível ter bons livros para ler antes de dormir.
Acabo adormecendo só de madrugada. Uhmm, que sono...

terça-feira, agosto 01, 2006

O Horror

Não dou conta de ver as fotos dos ataques no Líbano, assim como não dei conta de ver as fotos do ataque à escola de Beslan.
Quem tiver sangue-frio, coração forte ou curiosidade mórbida pode ir lá: http://catarro.blogspot.com

Há alguma coisa que eu possa fazer? Não? Então prefiro não ver.
Tomar conhecimento desses horrores, sem fotos, já é ruim o suficiente.
Me poupem da depressão, por favor.